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Itapira, 16 de Janeiro de 2025
Notícia
02/02/2014 | Zeugma Monteiro: Ave Maria das Mulheres...

 Aqui, agora e a sós

Quero lhe pedir por todas nós

Por aquelas que foram escolhidas

Para dar a vida

Mulheres de todas as espécies

De todos os credos, raças e nacionalidades;

Todas aquelas nas quais a vida

Está envolvida em sorrisos, lágrimas, tristezas e felicidades

Aquelas que sofrem por filhos que geraram e perderam

As que trabalham o dia inteiro

Em casa ou em qualquer emprego;

Quero pedir pelas mães

Que penam por seus filhos doentes

Quero pedir pelas meninas carentes

E pelas que ainda estão dentro de um ventre;

Pelas adolescentes inexperientes

Pelas velhinhas esquecidas em asilos

Sem abrigo, sem família, carinho e amigos

Peço também pelas mulheres enfermas

Que em algum hospital aguardam pela sua hora fatal;

Quero pedir pelas mulheres ricas

Aquelas que apesar da fortuna

Vivem aflitas e na amargura

Peço por almas femininas mesquinhas, pequenas e sozinhas

Por mulheres guerreiras a vida inteira

Pelas que não têm como dar a seus filhos o pão e a educação;

Peço pelas mulheres deficientes

Pelas inconsequentes

Rogo pelas condenadas, aquelas que vivem enclausuradas

Por todas que foram obrigadas a crescer antes do tempo

Que foram jogadas na lavoura

Ou em alguma cama devastadora;

Rogo pelas que mendigando nas ruas

Sobrevivem apesar dessa tortura

Pelas revoltadas, as excluídas e as sexualmente reprimidas;

Peço pela mulher dominadora e pela traidora

Peço por aquela que sucumbiu sonhos dentro de si

Por todas que eu já conheci

Peço por mulheres solitárias e pelas ordinárias

As mulheres de vida difícil e que fazem disso um ofício

E pelas que se tornaram voluntárias por serem solidárias;

Rogo por aquelas que vivem acompanhadas

Embora tristes e amarguradas

E por todas que foram abandonadas

As que tiveram que continuar sozinhas

Sem um parceiro, um amigo, um ombro querido;

Peço pelas amigas

Pelas companheiras

Pelas inimigas

Pelas irmãs e pelas freiras

Suplico por aquelas que perderam a fé

Que se distanciaram da esperança

Quero pedir por todas que clamam por vingança

E com isso se perdem em sua inútil andança;

Rogo pelas que correm atrás de justiça

Que a boa vontade dos homens as assista

Peço pelas que lutam por causas perdidas

Pelas escritoras e as doutoras

Pelas artistas e professoras

Pelas governantes e pelas menos importantes

Suplico pelas fêmeas que são obrigadas a esconder seus rostos

E amputadas do prazer vivem no desgosto;

Quero pedir também pelas ignorantes

E por todas que no momento estão gestantes

Por aquela mulher triste dentro do coração

Que vive com a alma mergulhada na solidão

Por aquela que busca um amor verdadeiro

Para se entregar de corpo inteiro

E peço pela que perdeu a emoção

Aquela que não tem mais paz dentro do coração

E rogo, imploro, por aquela que ama

E que não correspondida, vive uma vida sofrida

Aquela que perdeu o seu amor

E por isso, sua alma se fechou

Por todas que a droga destruiu

Por tantas que o vício denegriu

Suplico por aquela que foi traída

Por várias que são humilhadas

E pelas que foram contaminadas;

Mãe, quero pedir por todas nós

Que somos o sorriso e a voz

Que temos o sentimento mais profundo

Porque fomos escolhidas tanto quanto você

Para gerar e, apesar de qualquer coisa, Amar...

Independente de quem forem nossos filhos

Feios ou bonitos

Amáveis ou rebeldes

Perfeitos ou deficientes

Tristes ou contentes

Mãe, ajuda-nos a continuar nessa batalha

Nessa guerra diária

Nessa luta sem fim

Ajuda-nos a ser feliz como a gente sempre quis

Dai-nos coragem para continuar

Dai-nos saúde para ao menos tentar

Resignação para tudo aceitar

Dai-nos força para suportar nossas amarguras

E apesar de tudo continuarmos a ser sinônimo de ternura;

Perdoa-nos por nossos erros

E por nossos insistentes apelos

Perdoa-nos também por nossas revoltas

Nossas lágrimas e nossas derrotas

E não nos deixe nunca mãe, perdermos a fé

E sempre que puder

Peça por nós ao Pai

E lembre-lhe que quando ele criou EVA

Não deixou com ela nenhum mapa de orientação

Nenhum manual com indicação

Nenhuma seta indicando o caminho correto

Nenhuma instrução de como viver

De como, a despeito de tudo vencer

E mesmo assim...

Conseguimos aprender.

Amém! 

Fonte: Zeugma Monteiro

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