Sempre fui uma pessoa muito observadora e nas minhas caminhadas diárias, estou sempre observando a paisagem urbana e o comportamento das pessoas.
Uma cena muito comum nas cidades que me deixa indignado, é o comportamento dos fumantes ao volante dos automóveis. Apesar de todos os carros contarem com cinzeiro, todos preferem jogar as bitucas de cigarro pela janela. É só parar em um cruzamento e observar: ao parar no semáforo, a quantidade de bitucas que são jogadas fora é impressionante.
Experimente ficar por uns cinco minutos parado na calçada em frente a um cruzamento movimentado. – Você vai se assustar com a falta de educação dos motoristas, além dos cigarros, são jogados pela janela: latas de refrigerante, embalagens de alimentos, etc.
Não seria mais civilizado, acondicionar seu lixo em uma sacolinha plástica, e quando chegar em casa , jogar no lixo? Mas poucas pessoas agem desta maneira, preferindo livrar-se de seu lixo rapidamente, não importando o lugar e tão pouco se preocupando com as consequências que seu gesto irá provocar: - entupimento de bueiros, ocasionando um difícil escoamento das águas das chuvas e consequentemente causando inundações, ocorrência de incêndios, principalmente nas áreas rurais, onde uma simples ponta de cigarro acesa, pode provocar um incêndio na mata de grandes proporções.
Infelizmente o nível de consciência da sociedade é desigual, muitas pessoas ainda não tem acesso à informação e educação digna, mas observando a conduta das pessoas, percebemos que esses maus hábitos, independem de classe social e poder aquisitivo, sendo que flagramos vários motoristas em carros de luxo, jogando lixo na rua.
Atitude digna de elogios, foi a aprovação na Câmara Municipal da Cidade de Guarulhos, no último dia 07 de fevereiro, do projeto da Vereadora Luiza Cordeiro, que prevê multa para quem joga lixo no chão.
Conforme a proposta que depende da sanção do Prefeito Sebastião Almeida para se tornar Lei Municipal, quem for pego jogando papel de bala, embalagens em geral, bitucas de cigarro ou qualquer outro tipo de lixo em espaços públicos – ruas, calçadas, praças, etc. – poderá ser multado em 40 unidades fiscais – atualmente cotada em R$ 2,1062, cada. Em caso de reincidência o valor da multa é dobrado.
“É um dos projetos mais complexos que esta casa já votou. É difícil de implementar, mas essa Lei vai ajudar a educar e promover um comportamento mais civilizado. Essa questão vai muito além de economia, poluição visual e saúde pública, trata-se inicialmente de boa educação.”, argumenta a vereadora.
Na justificativa ao projeto a vereadora faz um paralelo com a questão da obrigatoriedade do uso do cinto de segurança em veículos.
“Até então a população não havia entendido a importância da utilização do item de segurança. Mesmo diante dos exemplos de acidentes fatais que poderiam ser evitados, campanhas educativas e preventivas, os motoristas só passaram a utilizá-lo após a aplicação das multas. Hoje a imensa maioria usa o cinto de segurança não por medo das multas, sim pela conscientização com relação aos benefícios, à preservação da vida”.
A vereadora ressalta que o mesmo caminho pode trilhar a Lei de sua autoria. No inicio a punição deve auxiliar no cumprimento a determinação de não dispensar lixo em local inadequado. Posteriormente a população não mais jogará lixo no chão porque estará convencida dos danos que esta prática danosa causa ao meio ambiente, à sociedade como um todo.
Leis desse tipo já são adotadas em vários países há muito tempo.
Em Cingapura, quem for flagrado jogando lixo na rua, paga multa altíssima e ainda recebe como pena, varrer a rua durante uma semana, usando um colete que o identifica como infrator. O chiclete é proibido em Cingapura, pelo simples fato de que, se jogados no chão sujam as calçadas da cidade, também é proibido a distribuição de panfletos.
No Japão, quem infringe a Lei, é multado e é obrigado a assistir palestras sobre o lixo e meio ambiente. Quem fiscaliza, é a própria população, denunciando quem joga lixo na rua. Apesar do índice de criminalidade ser baixíssimo, há policiais espalhados por toda cidade, geralmente ocupados com problemas no trânsito.
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