Foi-se o tempo em que o brasileiro, em sua maioria, tinha respeito pelos símbolos de sua pátria. A bandeira, o hino e o brasão eram cultuados em aulas de Educação Moral e Cívica, que muita gente e eu também me incluo nessa leva, não dava a devida importância, mas que tinha um valor imenso para a formação dos cidadãos.
Participar de um desfile cívico, em meu tempo de grupo escolar ou ginásio, era um prazer imenso. Todos, com raríssimas exceções, gostavam de estar ali, desfilando perante o público e mostrando o amor à pátria ou mesmo à cidade onde nascemos, crescemos e vivemos.
Vi e vivi muitos desses desfiles. Pude acompanhar de perto fanfarras de porte como as inesquecíveis formações representativas do IEEESO, que hoje tem sido revivida graças ao amor de seus integrantes daquela época, e da Escola Técnica de Comércio.
Todos aguardavam com ansiedade para ver qual delas se sairia melhor, numa espécie de concurso sem prêmio ou troféu, mas que colocava todo mundo de prontidão para avaliar as duas fanfarras.
Lembro bem que no meu tempo de Grupo Escolar Dr. Júlio Mesquita era obrigatório cantar o Hino Nacional, o Hino à Bandeira ou o Hino da Independência e a gente entrava do galpão para a classe cantando os ditos cujos sem errar. Declamar uma poesia nas festas da Semana da Pátria também fazia parte do cardápio e eu estava lá, sempre pronto para recitar a minha sem qualquer erro.
Hoje, quando vejo pessoas que acompanham o hino nacional sentadas, de boné ou mesmo conversando, me dói no fundo do coração, pois sei que as mesmas não têm culpa por aquilo, porque não aprenderam que se deve respeitar o hino, a bandeira ou o brasão, símbolos máximos da pátria.
Mas, como hoje a falta de respeito impera em quase tudo, principalmente na forma como as pessoas são tratadas, nada mais é novidade. O que nos resta é relembrar aquele tempo de grandes desfiles, grandes fanfarras, lindas balizas e que deixou saudade em quem viu e viveu tudo aquilo.