O engenheiro e professor itapirense Beto Moino e a engenheira Thania Fernandez Tristão
Há 30 anos residindo em Santos-SP, Carlos Alberto Amaral Moino, o Beto Moino, 54, garante que nunca deixou Itapira. E, embora sua agenda profissional seja cada vez mais apertada, procura voltar para o ninho, como diz, pelo menos a cada dois meses.
Engenheiro mecânico e docente dos cursos de Engenharia da Universidade Santa Cecília, na cidade de Santos, onde ministra aulas há 26 anos e coordena o curso de Engenharia Mecânica há uma década, Moino garante que a distância não apaga as origens. “Nunca deixei Itapira, sou itapirense!”, afirma. “Há uma grande diferença entre deixar a terra natal e morar fora dela. Apesar do tempo decorrido, esta cidade maravilhosa é uma tatuagem que encontro todos os dias no espelho. É um reflexo diário, até nas rugas. Foi em Itapira que aprendi tudo que ajudou a me tornar aquilo que sou hoje”.
Aos 30 anos de Baixada Santista, como aluno e agora como professor, somam-se outros seis residindo em São Paulo, Campinas e em Maceió-AL. “Estou fora de Itapira desde 79, tendo morado em São Paulo, em Campinas, em Maceió e há mais de 30 anos resido em Santos”, explica. Sua passagem pela capital alagoana ocorreu em 83, quando vestiu a camisa do CRB e foi campeão alagoano.
Sua ligação com a cidade natal, apesar de estar distante, é muito forte. “Meu apelido para muitos amigos é Itapira”, revela. “Nossa cidade está no coração, na raiz e no sotaque. Tenho muito orgulho de dizer que nasci em Itapira, mas profissionalmente não deu para voltar”.
Sua agenda carregada como professor e também como aluno no curso de doutorado em Engenharia na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que deve concluir em julho deste ano, reserva pouco espaço para o retorno, mas mesmo assim revê familiares e amigos a cada dois meses. “Atualmente, com minhas atividades, sobram poucas datas para ir a Itapira. Tenho ido a cada dois meses. Gostaria de ir mais vezes”, diz. “Apesar dos meus 54 anos, sinto-me um filhote voltando para o ninho e sendo muito bem recebido, especialmente com o sorriso da dona Jadyr. Tenho muito orgulho de ter um pai como o ‘seo’ Zé Moino e irmãos como o Moinão, o João, a Mônica e o Idge. Sem falar na nova geração. Me sinto amado, apesar da distância e, como torcedor do Corinthians, acho que o único problema na família é o excesso de palmeirenses”, diverte-se.
Jornada
A jornada de trabalho desse itapirense nato começa cedo e só termina altas horas da noite. “Normalmente, trabalho nos três períodos, iniciando a jornada às oito da manhã e terminando às dez e meia da noite”, frisa. “São aulas nos períodos diurno e noturno, ficando atividades acadêmicas da coordenação do curso, orientação de trabalhos de alunos, estudo e pesquisa no período vespertino, eu vivia correndo para jogar futebol em todo canto e minha mãe dizia ‘assim você nunca vai sair da faculdade’. Ela estava certa! Virei professor universitário”.
Sobre a família que construiu ao longo dos anos, Beto Moino conta um pouco de sua história. “Fui casado com uma itapirense com quem tenho uma filha lindíssima, a Carolina Ceci Moino, que também engenheira e aluna de mestrado em Engenharia”, conta. “Atualmente tenho uma união com Thania Fernandez Tristão, que também é engenheira, e compartilho também o carinho de duas enteadas, a Thais e a Thamiris. Ainda, recebi a honra de ter a Ana Laura, filha de meu ‘irmão’ João Hermínio, morando comigo e fazendo faculdade de Direito na Unisanta. Muita mulher! O mês é curto para administrar tanta TPM apenas com a ajuda de meu genro Diogo”.
E a saudade da terra natal? Moino garante que sente falta de muita coisa e até do cheiro das festas. “Ainda sinto o cheiro da festa junina do parque Juca Mulato, da Praça Bernardino de Campos, do Centrão, do Clube XV, do Santa Fé”, recorda. “De subir a escada do vestiário e entrar em campo no Chico Vieira, onde tive momentos maravilhosos e orgulho de ter defendido as cores do Itapira e da Esportiva (na adolescência), até do desfile de 24 de outubro, da Banda do Nheco, onde aprontei muitas ‘travessuras alcoólicas’, sinto falta de correr da Monga, a mulher macaco e da roleta de frango e rádio de pilha na Festa de Maio, do Instituto de Educação Estadual Elvira Santos de Oliveira, das Olimpíadas do professor Barretto, dos Jogos de Verão e de defender Itapira nos Jogos Regionais, saudade dos amigos, dos irmãos, dos familiares e principalmente de ser o Beto Moino”.
Mas, apesar de sentir falta de tanta coisa da infância e adolescência e até da maioridade, sabe que o caminho de volta é praticamente impossível. “Tenho orgulho de minha trajetória de muito estudo, muito trabalho, muitos livros lidos, muitos vinhos tomados, muita correria de cidade grande. Em Santos, também uma cidade maravilhosa, fiz muitos amigos e conquistei um espaço na vida acadêmica, pois tenho orgulho de ser paraninfo e homenageado em inúmeras turmas da Universidade. Pude fazer pesquisas em Mecânica e até participar de grupos de pesquisa em Bioengenharia, mas principalmente orgulho de ser conhecido como o professor Moino”, explica. “Sou muito feliz, dificilmente voltarei a morar em Itapira, apesar de meu amor por esta terra”.
Thaís, Carolina, Beto, Thania, Thamiris e dona Jadyr
Beto Moino, ainda cabeludo, com a camisa do União Bom Jesus, um dos clubes amadores que defendeu
Beto, no Bom Jesus, e o irmão João Moino, goleiro do Unidos