No final da década de 70 e no início dos anos 80 os jovens se engajavam em projetos sociais e comunitários através das comunidades criadas nas igrejas católicas. Cada paróquia da cidade possuía a sua e, apesar da rivalidade natural, criada principalmente em torno das competições esportivas, quando se tratava de criar meios para auxiliar os mais necessitados a união imperava.
Aos 54 anos, 28 dos quais fora de sua terra natal, Adriano Pires de Almeida participou ativamente de tudo isso. Como residia no bairro próximo à Matriz de São Benedito, integrou a Jusabe (Juventude Unida de São Benedito). Chegou inclusive a presidir o grupo, que na época reunia cerca de 200 jovens.
Desse tempo guarda grandes recordações e muitas amizades. Por isso acredita que sua ligação com Itapira seja muito afetiva. “Passei a primeira metade da vida em Itapira e ainda tenho minha mãe e meus irmãos que moram aí”, explica. “Além disso, minha infância e juventude foi uma época maravilhosa,coisas muito boas aconteceram”.
Segundo Adriano, o período que engloba o final dos anos 70 e a década de 80 foi rico culturalmente falando. “O final dos anos 70 e década de 80 foram muito ricos culturalmente e foi muito gratificante desfrutar deste período com os amigos que conheci nesta época.
Participei ativamente das coisas que movimentavam a cidade neste período, os bailes, as discotecas, os carnavais, as comunidades de jovens, os festivais de música, as gincanas, enfim, uma época muito rica”, recorda. “E o mais importante de tudo isso, os amigos que conheci neste período, amizades que perduram até hoje”.
Da juventude e, principalmente dessa participação em todos os movimentos culturais, guarda dois em especial. “Tem dois fatos que gostaria de citar que foram marcantes na minha vida, o primeiro foi ter sido presidente da Jusabe, que na época chegava a reunir 200 jovens nas suas reuniões, e o segundo foi ter recebido o troféu Paulino Santiago de revelação musical de 1980 e o mais importante, receber este prêmio das mãos dele”.
Apesar de residir em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, onde é supervisor numa empresa na área de manutenção industrial, a saudade e a ligação afetiva com a cidade são amenizadas com visitas constantes. “Tenho minha mãe e meus irmãos na cidade e o maior presente que a vida me deu mora em Itapira, a Clara Luz, minha netinha”, explica. “Por isso vou em média duas vezes ao mês”.
Casado há 29 anos coma Thelma, Adriano tem três filhos, Guilherme, de 28 anos; Nathália, de 23, e Matheus, de 19. E, apesar de ter construído sua vida longe da terra natal, esse corinthiano fanático e amante de uma boa pescaria pensa em resolver o item saudade de uma forma bem simples. “A vida foi muito generosa comigo a ponto de dar duas cidades para amar. São José dos Campos foi a cidade que me recebeu numa época muito difícil, recém-casado, desempregado,filho pequeno e aí por diante. Aqui consegui um bom trabalho, construí minha casa e formei uma família linda, mas o nosso sonho de futuro é ter uma residência em cada cidade e passar um tempo em cada uma”, revela.
E os amigos? Desses mata a saudade quando consegue encontrá-los em suas visitas à cidade ou através da rede social Facebook, onde é figura fácil e alegra a todos com irreverência e criatividade. “Os melhores momentos de nossa vida são os causadores da saudade, portanto tenho muita saudade de tudo isso”, diz.
Na juventude, no time de futsal do Frigorífico Bruzasco
Nos bons tempos das comunidades de jovens, engajado em projetos sociais
Adriano com a esposa Thelma e os filhos Guilherme, Nathália e Matheus
A neta Clara Luz, maior presente que Deus lhe deu
Adriano e a mãe Antonia, que visita ao menos duas vezes por mês