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Itapira, 26 de Dezembro de 2024
Artigo
10/12/2018 | Luiz Santos: Gaudete: O Domingo da Alegria!

Chegamos a terceira semana de preparação o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dizem que preparar a festa é melhor que celebrá-la. Pode ser, mas em nosso caso, a alegria vai subindo o seu tom até atingir aquela bem-aventurança no céu. O que a liturgia faz é nos ensinar a preparar o coração para desfrutar em plenitude a vida na visão beatífica e na comunhão dos santos. Por isso, dentro da estação do Advento temos um domingo dedicado ao tema da alegria. “A tradição litúrgica da Igreja chama o Terceiro Domingo do Advento de Gaudete, o domingo da alegria, porque a antífona de entrada começa com o imperativo: “Alegrai-vos!”, e o texto da segunda leitura também inicia com o “Estai sempre alegres”. Essa antífona de entrada exclama: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto!” (Fl 4. 4,5). Como expressão dessa alegria, pode-se usar, no lugar do roxo, a cor rósea, no tom conhecido como “rosa antigo”. É um roxo suavizado, que exprime a exultação pela aproximação do Santo Natal. Alegrai-vos! Alegremo-nos! O Senhor está perto! Está próximo o Natal; está próxima a Vinda do Senhor; está próximo de nós o Salvador nosso nos diversos momentos de nossa existência! Ele não é Deus de longe; é perto: seu nome será para sempre Emanuel, Deus-conosco”. Assim como tudo o que é dom de Deus na redenção conquistados e doados por Cristo quando de sua encarnação-paixão-morte-ressurreição-ascensão, a alegria do Senhor não pode ser comparada com as desse mundo. A alegria do Senhor é uma qualidade do coração regenerado, não pode ser provocada por nada exterior ao homem, nem mesmo a religião. A alegria do cristão tem a ver com a salvação, com o perdão de seus pecados, com a reconciliação com Pai mediante a justiça de Cristo. A alegria do cristão começa agora, nessa vida, nesses dias e chega ao seu clímax e daí de gozo em gozo e de regozijo em regozijo sem fim na contemplação da beleza divina nas moradas celestes. Essa alegria ‘escatológica’ desde agora age em nossos corações e é o que nos enche de coragem para enfrentar as vicissitudes dessa vida vivida em um mundo caído. É a alegria do Senhor que nos fortalece quando o céu sobre a nossa cabeça se torna como bronze, quando os nossos dias se tornam difíceis de suportar com o peso das horas de incertezas e sofrimentos. É a alegria do Senhor que certifica ao nosso coração que a morte não tem a última palavra sobre a existência humana e que as nossas lágrimas não hão de rolar sem fim. A alegria que vem do alto nos faz recuperar o fôlego e nos anima a caminhar quando os dias de depressão e ansiedade batem a nossa porta, sem a alegria trazida a esse mundo no Natal do Salvador, nenhum outro prazer, nenhum outro gozo, nenhuma noção de felicidade, nenhuma outra alegria faria qualquer sentido ou teria qualquer importância. As coisas nas quais os homens colocam suas alegrias, a parte de Cristo, são todas transitórias, ambivalentes e fadadas a caducidade. Os que projetam a felicidade sobre ideologias de qualquer natureza, filosófica, cultural ou política, não demorarão a sentir a insustentável fragilidade de seus projetos como um castelo de cartas ao vento. Os que se apoiam no dinheiro com o correr dos dias verão que o vil metal não compra mesmo a felicidade, mas também não nos isenta de nossa maior ruína, a morte. A beleza, passa, o poder humano muda de mãos, a fama desaparece e os nossos amores morrem com o ser amado. Sem a alegria de Jesus toda a nossa existência caminha para o niilismo ou para o absurdo, numa espiral de acontecimentos que no fim das contas, não faz sentido. É em Cristo, na alegria indestrutível e indefectível com a qual ele nos presenteou ao vir habitar entre nós, que os bens e os prazeres desse mundo e dessa vida ganham legitimidade e são colocados e usufruídos na perspectiva correta, isto é, como dons passageiros a nos fazerem desejar e procurar os dons mais altos que se encontram como tesouros escondidos em Cristo (Cl 2.3) e esse Cristo deve ser buscado no alto (Cl 3.2ss), buscado no Reino definitivo (Lc 12.31) para que a contemplação das coisas criadas não nos embacem a vista quando a suprema glória se revelar. Não é verdade que temos o direito a alegria. Não é verdade que merecemos ser felizes. Como pecadores que somos, alegria e felicidade, as verdadeiras, as que permanecem e não podem ser roubadas, essas, são dons da graça imerecida, da maravilhosa graça imerecida que tão gentilmente foi-nos oferecida pelo Pai quando nos deu de presente a Jesus, a suprema causa de nossa alegria.

Reverendo Luiz Fernando é Ministro na Igreja Presbiteriana Central de Itapira

 

Fonte: Luiz Santos

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