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Artigo
04/11/2013 | Valeria Vassoler: Psoríase: metade dos pacientes tem quadro moderado a grave - Parte 01

 A psoríase não é uma doença apenas da pele - ela também acomete as articulações, sendo associada a diversas comorbidades, principalmente no sistema cardiovascular. Para entender o impacto que essa doença tem na saúde dos brasileiros a Janssen Farmacêutica em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia e mais 26 centros de referência no diagnóstico e tratamento da psoríase está realizando o estudo APPISOT (Avaliação da gravidade da psoríase em placas em brasileiros em acompanhamento ambulatorial em centros de referência).

O estudo envolveu 1.124 indivíduos de 48 anos em média com psoríase em placas (pele esca­mosa e esbranquiçada) e em tratamento. Os entrevistados foram diagnosticados com psoríase há 14 anos aproximadamente. Uma análise preliminar com 877 pacientes, dos 1.124 participantes, apontou que cerca de 50% deles apresentavam a doença na forma moderada a grave. ?Isso repre­senta um comprometimento importante na qualidade de vida do paciente, inclusive na atuação profissional?, comenta Dr. Ricardo Romiti, dermatologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e um dos coordenadores do estudo. Os dados mostram que 35% dos participantes declararam não estar trabalhando por conta da doença.

Os pacientes foram avaliados por dermatologistas, especialistas em psoríase, em relação à gravidade da doença, tratamentos usados e em uso, impacto da doença na funcionalidade e qualidade de vida e presença de comorbidades. Entre os 877 pacientes da análise preliminar, cerca de 70% tinham alguma outra doença associada à psoríase. Entre elas estão obesidade ou sobrepeso (75%); hipertensão (32%); depressão (26%); colesterol alto (25%); artrite (17%); Diabetes Mellitus (17%); ansiedade (39%) e alcoolismo (17%).

Quanto às partes do corpo afetadas pela psoríase, 77% dos pacientes tinham placas nas pernas e coxas; 72% nos braços e pernas; 60% no tronco posterior; 56% no tronco anterior; 57% na cabeça e pescoço; 19% nos pés e 23% nas mãos. Do público participante do APPISOT, 81% estavam em tratamento com medicamentos tópicos, 46% com medicamentos tradicionais, 22% com biológicos e 6% com fototerapia.

Segundo os pesquisadores, a melhor compreensão da gravidade da psoríase e seu impacto na saúde e na vida das pessoas em tratamento podem ajudar gestores públicos e privados a embasarem as estratégias para assegurar o acesso dos pacientes ao diagnóstico precoce e tra­tamentos de qualidade no futuro. É importante ressaltar que o APPISOT verificou que a psoríase é uma doença grave, sistêmica e que tem um impacto muito importante e negativo também na vida dos brasileiros com psoríase. E reforçou o conceito de que apesar de ser uma doença visível apenas na pele, é sistêmica, grave e negligenciada, mas que tem tratamento. Caso a doença seja adequadamente diagnosticada e tratada é possível minimizar a gravidade, suas complicações sistêmicas e melhorar e qualidade de vida dos pacientes e suas famílias.

Oito cuidados para evitar crises de psoríase

As lesões costumam aparecer após episódios emocionalmente traumáticos, mas, ainda assim, a verdadeira causa da psoríase é desconhecida. Até agora, os especialistas conseguiram descobrir que esta é uma doença de pele caracterizada por placas escamosas e avermelhadas, sem coceira - a principal diferença em relação ao eczema, problema de aparência semelhante. De acordo com a dermatologista Renata Ferreira Magalhães, médica assistente da disciplina de dermatologia da UNICAMP, estima-se que cerca de 3% da população mundial sofra do proble­ma. O diagnóstico costuma assustar, já que a psoríase não tem cura, mas ela não é contagiosa e pode ser controlada para que o paciente tenha uma vida completamente normal. O Minha Vida elaborou uma lista com hábitos que ajudam a evitar crises da doença.

Hidratação

Pessoas com psoríase devem usar hidratantes corporais várias vezes ao dia, principalmente nas áreas onde costumam aparecer as lesões. “Prefira aqueles que não tenham muito perfume e cor, pois são menos propensos a desencadear uma alergia”, afirma a dermatologista Cláudia Maia, coordenadora da Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase da Sociedade Bra­sileira de Dermatologia. Outra recomendação é evitar produtos com ureia, que podem causar ardência nas regiões mais sensíveis ou em processo de cicatrização. Aproveite o pós-banho para fazer a hidratação principal.

 
Fonte: Valeria Vassoler

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