Acordei e fui correndo beber água gelada. Água gelada, porque cansei do café quente. (Mentira, de café eu não me canso, é apenas um texto).
Água gelada, porque acordei com aquele calor de ansiedade, sem saber o que fazer para amenizar a quentura que eu sentia quando percebia o sangue correndo pelas veias.
Água gelada, porque meu corpo pedia, minha mente gritava e minha vontade foi morta.
Bebia e sentia aquele gelo passando da garganta ao estômago, como se nunca tivesse bebido antes.
Bebia como se não matasse a sede. E de fato, a sede não matou e o calor não passou.
Acordei com vontade de afogar o amor. Optei pela água gelada, vai que dá certo. Pensei eu.
O amor não se afogou, mas eu me afoguei, perdi o ar e percebi: não se mata quem não quer morrer.