O motorista aposentado Anésio Cardoso, de 75 anos, faz tempo que não pega no volante e confessa que tem saudade. Prudente, diz que prefere obedecer o conselho dos filhos Nilton e Edison, que evidentemente ficam de prontidão para qualquer necessidade do pai se deslocar.
Voltando quase três décadas e meia no tempo, Nilton e Edison tinham propensão, no começo dos anos 80, em seguir a profissão do pai, que chegou a ser dono de três caminhões. “Ele disse que era melhor olhar para a oportunidade em formar motoristas, ou seja, ser instrutor de auto escola e que deixasse de lado a ideia de ser motorista”, contou Edison, o filho mais novo, hoje com 51 anos. A história é confirmada por Nilton, de 55. “Eu viajava de caminhão com o meu pai desde muito mocinho e assumia o volante em muitas ocasiões. Gostava. Queria ser como ele. Mas, ele acabou nos demovendo da ideia entre outros motivos porque achava a profissão perigosa”, revelou.
O próprio Anésio confirma a história. “Sabia dos riscos da profissão e queria algo melhor para meus filhos”, contou. Ele também, muito moço, descobriu-se vocacionado para o volante.
Primeiro aprendeu a dirigir trator e a partir daí foi um pulo para pegar o volante de caminhões.
Como autônomo, carregou cana , cerâmica e foi turmeiro numa época onde não havia o rigor de hoje no transporte de trabalhadores rurais, que eram agenciados por turmeiros, o transporte era feito por caminhão até as fazendas. Foram quase 40 anos na boleia. Chegou a trabalhar pessoalmente para o saudoso Comendador Virgolino de Oliveira. “Ele e a dona Carmen eram de uma simplicidade tremenda, uma pessoa muito amável e atenciosa”, disse em referência ao fundador da Usina Nossa Senhora Aparecida e sua esposa, Carmem Ruette de Oliveira.
A família hoje se dedica ao setor de formação de motoristas, com a adesão de Elton e Edras, netos de Anésio
Nilton e Edison de instrutores, acabaram se tornando empresários do setor de auto escola, primeiramente sócios e alguns anos mais tarde, cada qual com a sua própria auto escola, mas sempre preservando os ensinamentos adquiridos do pai. Juntos, seguramente, os dois são responsáveis pela formação de mais de 10 mil itapirenses ao volante ao longo de mais de 30 anos. O gosto pelo negócio já atraiu também os netos. Elton, 30, acompanha o pai desde cedo. Edras, 24, filho de Edison, assim meio por acaso, mais recentemente, foi ajudar no gerenciamento dos negócios do pai e não esconde o entusiasmo. “Queria ter chegado aqui antes”.
Anésio , que é conhecido pelos colegas mais antigos pelo apelido de Tatu, fica satisfeito quando observa esse cenário. Foi por sua intuição que a família hoje se dedica ao ensino dos macetes ao volante a quem procura seus préstimos. Apesar dele próprio estar ausente da direção, Anésio não deixa de observar as mudanças que acontecem à sua volta. “O trânsito hoje é mais carregado, tem muito mais veículo do que no meu tempo de motorista.
Festa de São Cristóvão tem bênção especial aos motoristas
A 35ª Festa de São Cristóvão na comunidade do Jardim Camboriú, no bairro dos Prados, teve início na quarta-feira e prossegue até amanhã à tarde com o Domingão Sertanejo.
Hoje, a programação é especial e conta com missa de encerramento da festa às 15h e participação das pastorais da Comunicação, Mãe Rainha e dos Jovens. Um pouco mais tarde, às 18h, a tradicional carreata sai do Auto Posto Itapirense, próximo ao portal da entrada da cidade, e percorre as ruas centrais da cidade em direção a Comunidade São Cristóvão.
Na chegada, padre Ildefonso Ribeiro Luz, pároco da Matriz Nossa Senhora Aparecida dos Prados, concede bênção especial aos motoristas, veículos e chaves. Em seguida começa a quermesse com shows das duplas da Rádio Clube de Itapira.
Amanhã a programação será exclusivamente festiva com o Domingão Sertanejo da Rádio Clube a partir do meio-dia com praça de alimentação e shows de duplas da região. Às 15h, o Leilão de Gado antecede o encerramento das atividades.