Enquanto autoridades do setor energético do país coçam a cabeça por causa do nível dos reservatórios muito abaixo da média histórica para este período do ano, com sérios riscos deste fator interferir na geração de energia elétricas da maioria das Usinas Hidrelétricas da região Sudeste, bem pertinho de Itapira a situação é absolutamente inversa. Pelo menos é o que afirma a empresa AES Tietê, dona da PCH (Pequena Central Hidrelétrica) instalada na Cachoeira de Cima que delimita as vizinhas cidades de Mogi Mirim e Mogi Guaçu.
Conforme informou a assessoria de comunicação da empresa, a barragem contava nesta semana com 73% de “volume útil”. Ainda segundo a mesma fonte,no início de dezembro do ano passado o volume era de 54%. “O volume de água que chega no reservatório é praticamente o mesmo volume descarregado” segundo a empresa, o que significa que as operações de geração de energia elétrica seguem dentro da mais estrita normalidade.
A AES Tietê opera em céu de brigadeiro também em suas demais geradoras. “As usinas da AES Tietê estão operando normalmente e atendendo à média de demanda de geração de energia normal e em horário de pico, conforme despacho do ONS (Operador Nacional do Sistema)”. A assessoria de comunicação informou que “choveu muito nesta região”, por isso o nível está maior.
Não é o que demonstram as vazões de dois dos principais rios que passam por Itapira e que ajudam a formar o referido lago, o Rio Manso e o Rio do Peixe. “Em 53 anos de vida nunca vi o Rio com vazão tão baixa como agora”, atestou o vereador Décio da Rocha Carvalho (PSB), morador do bairro do Rio Manso.
Com capacidade instalada de 2.658 MW(10% do total gerado em todo o Estado de São Paulo) a AES Tietê opera outras nove usinas localizadas nos rios Tietê, Grande e Pardo - Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão, Nova Avanhandava, Água Vermelha, Limoeiro, Euclides da Cunha, Caconde - e outras duas PCHs - São Joaquim e São José. A PCH de Mogi Guaçu gera, 7,20 MW, suficientes para abastecer cerca de 22 mil residências.
Apesar da avaliação positiva, a empresa considera a possibilidade de nos próximos meses haver risco de enfrentar algum problema com relação ao volume dos reservatórios. Caso isso ocorra, tem que obedecer necessariamente instruções do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
Ficha técnica
PCHDE MOGI GUAÇU
Pequena Central Hidrelétrica Mogi-Guaçu
Mogi-Guaçu
Entrada em operação: 1999
Localização: Rio Mogi-Guaçu
Reservatório: área de 5,73 km² e volume de 32,89 x 106 m³
Barragem: tipo Aterro compactado, comprimento: 150 m
Turbina: tipo Kaplan Tubular S, queda bruta de 11,6 m
Gerador: tipo Sincrono de eixo horizontal e potência total de 2 x 3,6 = 7,2 MW
Vertedouro: tipo Comporta de superfície e descarga total de 4 x 524,8 = 2.099 m³/s
Número de Turbinas: 2
Número de Circuitos: 1
Tensão Nominal: 13,8 kV
Cota Máxima Útil: 598,50 m
Cota Mínima Útil: 596 m
Volume Útil de Água Acumulado: 8,08x106m³
Não tem eclusa
Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.