O Brasil há muitos anos vem sendo chamado de “O país do futuro”, devido ao seu potencial de desenvolvimento econômico e social. Porém diante deste cenário, após uma breve reflexão, surge a seguinte questão: Porque ainda não conseguimos alcançar o tão sonhado status de país desenvolvido?

Em nosso país, é verdade, existem diversos problemas de grandes proporções e em diversas frentes que acabam por mitigar a realização do que se poderia até chamar de “O Sonho Brasileiro”... Poderíamos listar em um pergaminho todas as causas e talvez ainda faltasse papel, mas devemos citar ao menos as causas tradicionais, aqueles que não saem da boca do povo: saúde, corrupção, educação, infraestrutura, desigualdade, segurança e burocracia. Ao olhar de um indivíduo desinformado pode parecer que a resolução de todos os nossos problemas está ligada a política (ou aos que nos representam dentro da máquina pública) e à nossa decisão na hora do voto.

De fato este pensamento está correto: como podemos melhorar nossas condições com as pessoas erradas nos representando no governo?

Mas afirmo que no Brasil há um problema (ou melhor, um grande problema) muito ligado a nossa cultura e que com certeza é uma variável determinante no sucesso ou fracasso de qualquer sociedade moderna: a falta de ambição da população (em especial dos jovens)! Não sou nenhum sociólogo, mas é possível perceber (sem realizar nenhum tipo de pesquisa) que as expectativas dos jovens brasileiros são bem diferentes e bem menos ousadas que as expectativas dos jovens japoneses ou de outros países desenvolvidos, por exemplo. Muito provavelmente essa diferença se deva ao nível de desenvolvimento social e cultural em que cada nação se encontra. Hoje o Brasil é um país de renda média, com baixa escolaridade (pequena parcela da população possui ou pretende fazer um curso superior no curto prazo), o Japão dispensa comentários quando o assunto é educação, cultura ou economia, hoje é (mesmo com suas limitações geográficas) a terceira maior economia do planeta e  possuí um alto indice cultural, sendo referência em pesquisas cientificas e tecnologia.

É muito decepcionante ver que o jovem brasileiro se interessa cada vez menos pelos temas mais relevantes de nossa sociedade, como política ou economia, pois essa tendência indica que, cada vez mais, o futuro do Brasil estará nas mãos de poucos “decisores” (que quase sempre não representarão a vontade do povo), que poderão influenciar positiva quanto negativamente nossas vidas, sempre seguindo a interesses partidários. Talvez por essa tendência ao desinteresse, o corpo político brasileiro não se renove, sendo possível notar a cada eleição os mesmos rostos concorrendo com as mesmas propostas (furadas diga-se de passagem) de sempre. O que dizer da dobradinha Alckmin e Serra nas últimas eleições presidenciais, praticamente um revezamento ao pleito, tendo sempre um deles como governador de São Paulo, ou então Paulo Maluf, que a cada eleição aparece como um dos favoritos ao cargo a que concorre, ou José Sarney que segue como um dos homens fortes da política nacional...

O intuito dessa mensagem não é fazer uma crítica direta a nossa juventude ou sociedade como um todo, e sim de ajudar a mostrar a importância de sua participação nos temas relevantes, propondo ideias, organizando discussões, e até protestos, porque não? Afinal a classe política brasileira passa, de certa forma, a impressão de que “só vai no tranco”.

Devemos abrir os olhos e lutar por uma grande e verdadeira mudança no Brasil, não só superficial, mas profunda, com o objetivo de alterar nossa situação atual, e enfim atingirmos o que tanto desejamos... ser o país não mais o país do futuro, mas sim o país do presente!

                                                                           Kaique Roberto Basiloni

                                                                                               Estudante