Estatística é estatística. Eleição é Eleição.
O Dropes de hoje, por conta do feriadão, é mais técnico, que político. Diante da definição das coligações, esta coluna cruzou informações, analisou o desempenho dos partidos e dos candidatos que se apresentaram em 2008.
Como se sabe, das urnas pode-se esperar qualquer resultado. Graças a Deus! Fossem elas totalmente previsíveis, certamente não viveríamos num regime democrático.
Sabe-se, também, que a votação proporcional obedece a uma lógica própria. É raro sermos surpreendidos, o máximo que pode ocorrer, num campo de dez cadeiras como é o caso de Itapira, um caso apenas e olha lá. Por isso, a coluna de hoje ousa antecipar o resultado numérico das cadeiras para a câmara municipal 2013/2016. Vamos lá!
Advertência: a coluna não se responsabilizará por nenhuma apostas realizada com base nessas previsões estatísticas.
As chances da coligação PV/PTdoB/PRP (Situação)
Nenhum itapirense em sã consciência duvida do potencial de votos de Luiz Henrique Ferrarini, tido como um dos dois vereadores mais atuantes na atual câmara. O outro, como se sabe, é Carlinhos Sartori. Ferrarini deverá ser o candidato a vereador situacionista mais votado. Acredita-se que ele deverá ultrapassar a marca dos mil votos. Mas há duvidas: será que os demais companheiros ajudarão completar o quociente eleitoral?
O PV em 2008 coligou-se com o PDT (que agora está na terceira via) e com o PMN (que se bandeou para a oposição). Naquela eleição o PV, sozinho, amealhou 6.472 votos, sendo 2.346 só com voto de legenda. Três candidatos, Ferrarini, Manoel e Mário ultrapassaram a casa dos oitocentos votos.
Em 2012, Mario e Manoel não estarão no time dos vereadores pevistas. Tampouco o voto de legenda deverá atingir a mesma cifra caso Manoel Marques não desponte como favorito. A única ajuda concreta vem do Junião que conseguiu em 2008, 357 votos. Logo, considerando que a maioria é desconhecida, Ferrarini terá que injetar ânimo extra no grupo e arregaçar as mangas para levar o candidato a prefeito pelo PV a ocupar, pelo menos, a segunda posição.
Mantida a votação dos candidatos que participaram em 2008 e o voto de legenda, o grupo PV/PTdoB/PRP garantirá os 4.321 votos que deverá ser suficiente para um assento na câmara.
As chances da coligação PSL/PTN/PPL (Situação)
Em 2008 a vereadora Sonia Santos, que foi reeleita por conta de quatro votos a mais, chegou a criticar Manoel Marques por colocar o PT com o PSC e PCdoB. Fato que, segundo a vereadora, teria prejudicado a candidatura dela e o PT. Caso a coligação PV/PTdoB/PRP não tenha um bom desempenho, certamente, Marques será acusado, de novo, pela má composição dos agrupamentos. Justo ele que costuma apregoar largos conhecimentos no setor.
A coligação PSL/PTN/PPL, apesar de composta por partidos pequenos e sem ter a força do chamado voto de legenda, ostenta em sua formação puxadores de votos mais conhecidos que no grupo liderado pelo PV. Ali estão João Batista de Lima, Cleber Borges, André Siqueira e Marcos Aurélio Guimarães de Melo.
Lima, Cleber e Marcos Aurélio somaram em 2008, 2.485 votos. Calcula-se que com a entrada de André Siqueira e mais os companheiros do grupo a coligação consiga os 1.800 que faltam para garantir pelo menos uma cadeira. Tudo indica que disputa pela ponta, nesse grupo, será acirradíssima.
As chances da coligação PDT/PT/PSDC (Terceira via)
Em 2008, PT e PDT conquistaram 3.722 votos com 15 candidatos. Considerando um quociente eleitoral em torno de 4.300, os dois partidos deverão manter o mesmo desempenho e esperar que os quatro candidatos do PSDC angariem os 578 votos faltantes.
Mino Nicolai, hoje no PT, recebeu na última eleição como candidato do PSB, 1.237. É certo que Toninho Bellini vai jogar todas as fichas para que o irmão suplante o desempenho de 2008. Mas para que ele consiga a sonhada vaga, a coligação precisará receber outros 3.068 votos.
Os destaques desse grupo: Cristina Gomes, Marcos Cavini, Carlão Vieira e Contessoto.
As chances da coligação PMDB/PTB/PRB/PHS (Oposição)
Nesse agrupamento, bastará aos candidatos que participaram em 2008 repetir os mesmos desempenhos para somar 4.608 votos contando com os votos de legenda, a cadeira estará garantida. Nesse raciocínio, os candidatos com maiores chances: Dirceu de Oliveira, Helio Sartorelli e Fátima Terrazan.
As chances da coligação PP/PSB/PR/PMN (Oposição)
Nessa coligação, para garantir uma vaga, os candidatos que participaram em 2008 deverão manter a mesma votação e esperar que os outros dez novatos conquistem pelo menos trezentos votos. Nesta se destacam Sebastião Manoel e Zé Branco. Mas é nesse grupo que aparece o nome de Thiago Fotolan tido, por alguns, como a grande surpresa dessa eleição.
As chances da coligação PPS/PSD/PSC/PTC (Oposição)
Os nomes que se destacam: José Mario Brolezi, Paulo Preto, Neko e Marisol Raposo. Para ter garantida uma cadeira, desde que se repita 2008, o agrupamento precisará que os 10 novos candidatos consigam 350 votos.
Outros nomes como Ricardo Ferreira que terá o IESI, a ETEC e os funcionários da Transportadora Bertini como campo de atuação, Serjão e Cipola, todos prometem disputa cabeça a cabeça.
As chances da coligação PSDB/DEM/PCdoB (Oposição)
Os candidatos do PSDB/DEM/PCdoB que participaram da eleição de 2008 e o voto de legenda somaram 3.914 votos. Para ter uma cadeira os demais quatorze candidatos deverão conquistar 400 votos.
É nessa coligação que está Carlinhos Sartori que deverá disputar com Ferrarini, segundo as expectativas, o título de vereador mais votado. Na eleição passada, Carlinhos surpreendeu muita gente com seus 731 votos. A quem acredite que o moço de rabo de cavalo ultrapasse os 1.200 votos.
Se destacam ainda: Sergio Cachiba e Flávio Pavinato. Entre os novatos, os jovens Marquinhos Schimidt que atuou no projeto Segundo Tempo e atendou mais de 1.800 crianças e adolescentes e o advogado Vandre Cavalheiro que está entre os coordenadores do movimento contra o reajuste dos salários dos vereadores. O veterano em política, Dionizio Coradi Filho, não disputou a eleição em 2008, mas poderá surpreender.
Análise geral.
Depois de estudar as projeções é possível verificar, por exemplo, que a anunciada intenção de Manoel Marques em apresentar apenas uma coligação, uma chapa forte com vinte candidatos com os mais conhecidos, era a que reuniria as melhores chances para fazer mais cadeiras para os governistas.
Mas se Manoel Marques tinha feito as contas e intuiu que a melhor opção era formar uma coligação apenas, o que o fez mudar de ideia? Especula-se que o fator principal foi a forte pressão dos candidatos que não queriam ficar fora do páreo de jeito nenhum. Mas há quem diga que o pevista não quis se apresentar com apenas vinte candidatos depois de alardear que tinha mais de cinquenta na lista.
Mas ao que tudo indica, a decisão de Manoel Marques foi política. Apresentar uma chapa menor poderia coloca-lo em posição de igualdade a Alberto Mendes e de inferioridade maior a Paganini. É bom lembrar, que antes disso, um raciocínio semelhante foi desenvolvido pelos oposicionistas que planejavam cinco coligações. Como tiveram que cortar vários nomes, a tarefa não foi nada fácil, mas ficaram com a redução para não correr o risco de perder votos.
Mas existe, também, a versão de que as duas coligações saíram de Cleber Borges. O vereador da Infovia não queria ter Ferrarini no mesmo grupo e forçou a segunda coligação acreditando suplantar Lima e André Siqueira por ser mais conhecido que os dois e, caso a coligação tenha uma segunda cadeira, ele, dificilmente, ficaria de fora.
Em 2008, 117 candidatos disputaram os 40.390 votos válidos para vereador. Desses 86 candidatos, 74%, receberam menos de 400 votos e perfizeram uma média de 97 votos. Acima de 400 votos, 26%, com a média de 724 votos. Mantida a mesma tendência, em outubro, 103 candidatos ficarão abaixo de 400 votos e 37, acima.
Quadro previsto para outubro:
Total de Eleitores: 54.189
Total de Comparecimento: 47.311
Votos nominais: 37.282
Votos de legenda: 5.296
Total: 42.578
Quociente Eleitoral: 4.257 (pode variar entre 4.197 e 4.317)
Considerando que em 2008 a votação proporcional dividiu o eleitorado em 20 mil votos para cada lado, caso a votação recebida por Barros Munhoz em 2010 seja refletida nos candidatos oposicionistas, a próxima câmara poderá contar com sete candidatos nascidos na oposição, contra três entre situacionistas e terceira via. Oposicionistas calculam que esse número poderá chegar em 8 a 2. Os mais entusiasmos apostam em 9 a 1.
Conclusão: Conforme esclarecido no início desta coluna, o cálculo é de caráter meramente matemático e as projeções são numéricas, não pessoais, unem as tendências apontadas em 2008 e 2010, mais as informações das enquetes realizadas no município.
Foram considerados os mesmos índices de abstenção, votos nulos e brancos de 2.008 na votação proporcional.
Sugestão para quem quer ser vereador a partir de 2013: basta ser o candidato mais votado em sua coligação e trabalhar para que ela tenha pelo menos 4.300 votos.
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Nino Marcati, da Redação do PCI.
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Itapira, 22 de Junho de 2024
08/07/2012 | DROPES: 160º capítulo
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