Imbróglio SAAE A impressão que qualquer pessoa dotada de inteligência mínima tem a respeito do que está acontecendo com o imbróglio SAAE é que por traz dos últimos acontecimentos, seguramente deve ter uma bela encrenca e que acabará estourando na mão de alguém (ou de alguns).
É costume Basta observar todos os escândalos que envolvem dinheiro público que constatará dois procedimentos básicos: um é a negação, gente que jura de pé junto que não praticou nenhum delito; o outro, a tentativa de criar fatos novos, envolvendo Deus e todo mundo para que tudo fique no “disse-não-disse”.
Contra fatos, não há argumento Apesar das investigações estarem correndo em segredo de justiça, alguns fatos são notórios:
1-Dado Boretti foi exonerado da presidência do SAAE no dia 20/06, o ato foi oficializado no dia 21/06, data em que assumiu oficialmente o posto José Armando Mantuan.
2-Quando Zé Armando assumiu a autarquia ainda mantinha o sistema de recebimentos em caixa. Como a prática envolvia a segurança dos funcionários e não era recomendada pelo Tribunal de Contas, no dia 12 de julho de 2013 os consumidores locais foram informados de que a partir do dia 1º de agosto de 2013 todos os pagamentos seriam recebidos, exclusivamente, através do sistema bancário.
3-Quando os pagamentos podiam ser realizados no prédio do SAAE, grandes somas em dinheiro vivo eram guardadas em gavetas até que os depósitos fossem encaminhados para as contas bancárias do SAAE. O TCE não recomenda essa prática por considerar que dinheiro vivo é muito difícil de rastrear.
4- Zé Armando contratou a empresa de auditoria que foi vencedora do processo licitatório para auditar as contas de 2008 a 2012, anos que envolviam a administração anterior, e o ano de 2013, já com Paganini na prefeitura.
5-O resultado da auditoria foi concluído e entregue para a presidência do SAAE no final de março de 2014 apontando várias inconsistências. Foi instaurada uma sindicância interna.
6-Alguns documentos contábeis anteriores ao ano de 2012 não foram localizados, o que dificultou o trabalho da auditoria. Eles desapareceram.
7-Com o encerramento da sindicância foi constatado um rombo na ordem de R$ 2,2 milhões e comprovado que R$ 320 mil foram desviados para os bolsos de alguem. O relatório foi encaminhado para o Ministério Público e foi instalado o Processo Administrativo Disciplinar com foco nos funcionários envolvidos. PAD e MP declararam sigilo, para proteger os investigados até a finalização dos processos.
8-Enquanto tramitava o PAD, vazaram informações sobre alguns cheques que teriam sido descontados indevidamente no SAAE e sugeriam que o dono dos cheques seria um figurão da prefeitura, mas as dicas conduziam ao prefeito Paganini.
9-O prefeito Paganini incomodado com as insinuações feitas por seus opositores, depois de receber orientação jurídica de que poderia comentar sobre o assunto já que Dado Boretti não estava protegido pelo sigilo, veio a público assumindo os cheques (dois no valor de R$ 10 mil) que foram destinados à Sociedade Esportiva Itapirense a título de patrocínio pessoal a exemplo das demais contribuições feitas desde janeiro de 2013. Todas devidamente recebidas e firmadas por Flavio Boretti, presidente da Esportiva e irmão de Dado Boretti, e do diretor de futebol Sandro Candreva.
10-Os resultados da auditoria e da sindicância foram encaminhados à Câmara Municipal para análise dos vereadores e poderá desembocar na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Foram encaminhados, também, ao Tribunal de Contas.
Uma coisa é uma coisa... Dos dez pontos acima listados, apesar da gravidade do desconto dos cheques do prefeito no SAAE, cujo processo deverá caminhar para descobrir como eles foram parar no caixa da autarquia, uma coisa é certa, o SAAE não teve prejuízo com esse procedimento. Não há, nesse caso, a hipótese de desvio de dinheiro público.
Outra coisa é outra coisa. O SAAE pode ter amargado prejuízo com o rombo de R$ 2,2 milhões e seguramente sofreu desvio de R$ 320 mil. Engraçado é que tem gente preocupada apenas com os cheques de R$ 20 mil que foram parar no SAAE misteriosamente. Por que será?
Basta rastrear Como os cheques foram entregues para o presidente da Esportiva, conforme recibo assinado por ele, não deverá ser difícil para ele (Flávio) explicar quais foram os caminhos desses cheques, tampouco o que teria sido pago com o dinheiro resgatado, já que os indícios apontam que essa quantia teria ido para as mãos dele em abril de 2013.
Podia ter ajudado antes Tem muita gente questionando o silêncio sepulcral de Dado Boretti desde que deixou a presidência do SAAE. Pessoas ligadas aos dois funcionários envolvidos garantem que Dado acompanhava os desdobramentos da sindicância. Se isso é verdade, por que ele não se manifestou antes, procurando o presidente atual para colaborar com as investigações?
Herança Justiça seja feita, as irregularidades no SAAE, segundo a auditoria, já existiam antes de Dado Boretti assumir a presidência, no governo anterior, herdadas de Neiroberto Silva, o primeiro presidente indicado por Toninho Bellini.
Fez o que devia Apesar dos arroubos dos opositores, o fato é que Paganini tomou todas as providências em relação ao processo investigatório, encaminhando, inclusive para o Ministério Público e Tribunal de Contas, instituições alheias à administração municipal. Quer dizer, no frigir dos ovos, o que tem que ser, será! Quem poderia estar com medo das consequências?
Arapuca Paganini está convencido de que armaram uma bela arapuca para ele. Comentou: “bendito fio da meada, se não fosse ele e a determinação de auditar, inclusive 2013, essa bomba ia estourar sem que eu pudesse fazer muita coisa. E o rombo, ficaria ao Deus dará.”
Bomba Pode ser coincidência, mas quem tiver a paciência de pesquisar as edições do Dropes do ano passado encontrará comentários sobre uma eventual bomba preparada pelos opositores de Paganini. Uma bomba que acabou não acontecendo naquele momento. Será que foi a auditoria que interceptou esse míssil?
DROPES EXTRAORDINÁRIO
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Itapira, 23 de Novembro de 2024
27/07/2014 | Dropes nº 349.jpg)
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