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Itapira, 27 de Novembro de 2024
Notícia
21/10/2012 | Morcego ‘insetívoro’ com raiva

 

A preocupação das autoridades sanitárias da cidade com relação à propagação da raiva animal disseminada a partir da atuação de morcegos hematófagos ganhou uma agravante nesta semana. O médico veterinário Rodrigo Silva Bertini, da divisão de controle de zoonoses da Secretaria de Saúde da Prefeitura, informou que enviou ao Instituto Pasteur em São Paulo seis morcegos encontrados mortos em diferentes locais da zona rural. Um deles apresentou resultado positivo para raiva e para a surpresa dos especialistas, trata-se de uma espécie insetívora.
 
Bertini explicou que das 144 espécies de morcegos conhecidas, 70%  se alimentam de frutas e insetos. A circulação do vírus da raiva ocorre principalmente nos hematófagos mas pode atingir também as outras espécies. A descoberta traz uma preocupação adicional segundo o veterinário pelo fato destes morcegos serem mais comumente encontrados na zona urbana. “Quando acometido do vírus da raiva, este morcego acaba tendo um comportamento que gera nele confusão. Acaba inevitavelmente perdendo os sentidos naturais e ao cair ao solo vira alvo de predadores naturais como os gatos. Cães também podem atacá-los. Para se defender eles irão morder o agressor e consequentemente, caso infectados, vão passar a raiva para animais domésticos. É uma situação que preocupa por que se observa um estágio de propagação do vírus em diversas colônias”, avaliou.
 
Bertini foi ao lado do colega Ivo Marcos Peres Faria, engenheiro chefe da Casa da Agricultura, um dos palestrantes que reuniu na Casa da Agricultura no dia 10 de outubro quase 50 pecuaristas, para falar sobre o assunto. A iniciativa teve colaboração da Coordenadoria de Assistencial Técnica Integral (CATI) do Escritório de Defesa Animal de Mogi Mirim (EDA) e da Agrodel.
 
Participaram, segundo Bertini, pecuaristas, inclusive, de várias cidades da região, acometidas pelo mesmo problema, como Amparo, Espírito Santo do Pinhal e Santo Antonio da Posse. “Foi um encontro muito esclarecedor e a se julgar pelo interesse despertado, podemos dizer que o assunto está despertando a conscientização das pessoas, inclusive, no tocante à necessidade de se vacinar todo o rebanho, conforme foi amplamente divulgado durante o evento”, analisou.
 
A Prefeitura, por intermédio de sua assessoria de comunicação, enviou um memorando feito pelo próprio Rodrigo Bertini onde ele pede à população cautela diante da aparição de um caso de morcego insetívoro com raiva. Veja abaixo:
 
 
Comunicado
 
Tivemos um caso de raiva em morcego NÃO-hematófago, confirmado no dia 18 de 10 pelo Instituto Pasteur. Trata-se de um morcego que se alimenta de INSETOS, que foi encontrado caído na entrada de uma propriedade rural de nosso município, ainda vivo. Foi sacrificado pelo dono desta propriedade, que trouxe o morcego já morto ao SCZ. O animal foi encaminhado em 17/10 ao Instituto Pasteur.
 
No Brasil temos 144 espécies de morcegos, sendo 87 insetívoras ( que se alimentam de insetos), 49 frugívoras e nectarívoras (que se alimentam de frutos e néctar ), 5 carnívoras (que se alimentam de pequenos roedores, anfíbios e peixes) e 3 que são vampiras. Temos catalogadas com o vírus rábico no Brasil 39 espécies, deste total de 144 que temos em nosso país.
 
Peço que divulguem o caso para que ninguém toque ou coloque as mãos em morcegos, pois qualquer espécie pode ser transmissora da raiva. Lembro que os morcegos são importantes reservatórios do vírus rábico na natureza. Os vampiros transmitem a raiva quando se alimentam do sangue (mordidas alimentares) dos animais de interesse econômico ( bovinos, eqüinos, bubalinos, caprinos, suínos, etc ), porém, os morcegos que não são vampiros transmitem a Raiva acidentalmente, quando caem ao solo e são capturados pelos animais domésticos (cães e gatos) ou até mesmo pelo homem através de mordidas defensivas (mordem para se defenderem).
 
Quando alguém encontrar um morcego caído ou morto, deve entrar em contato com o Serviço de Controle de Zoonoses (3813-8821) para que possamos recolher e encaminhar este morcego para análise laboratorial.
 
Em caso de acidente com morcegos (mordidas principalmente) deve-se procurar o SERVIÇO DE SAÚDE, através das UBSs ( antigos PPAs ), para uma avaliação médica. O médico é quem decidirá se o acidentado irá passar por tratamento ou não, baseado no tipo de agressão sofrida ou contato.
 
Lembro, ainda, que sem os morcegos a vida em nosso planeta seria muito difícil, pois eles realizam importantíssimo trabalho no controle de pragas nas lavouras e, também, quanto aos insetos que transmitem doenças ao homem. Além disso, são os maiores recompositores e formadores (plantadores) de florestas em áreas degradadas pelo homem. Portanto NÃO PODEMOS MATAR OS MORCEGOS, recolhendo apenas os que estão caídos ou já mortos.
 
Os únicos morcegos que são sujeitos ao controle são os hematófagos (vampiros) da espécie Desmodus rotundus, verdadeiro transmissor da raiva aos animais de interesse econômico na zona rural, serviço este realizado pelas equipes treinadas da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de nosso Estado. A RAIVA É UMA DOENÇA INCURÁVEL E QUE LEVA A MORTE.
 
Serviço de Controle de Zoonoses/PMI
3813-8821
 
Recente encontro na Casa da Agricultura para falar sobre a raiva animal atraiu quase 50 pecuaristas 
 
Diretor do EDA relativiza situação
 
Embora as autoridades sanitárias de Itapira esteja apreensivas com  os casos de raiva já confirmados em cidades fronteiriças, o Diretor Técnico de Divisão do Escritório de Defesa Aninal de Mogi Mirim (EDA),  o médico veterinário Décio José Gottardo acredita que não haja motivos para alarmes. Ele avalia que dentro do EDA que comanda (que abrange 11 cidades, Itapira no meio) “não são tantos caso de raiva assim”. Ele lista um caso em Santo Antonio da Posse, três em Mogi Guaçu e dois em Itapira, informação esta que não bate com a das autoridades locais que listaram somente o caso de uma mula que morreu no bairro dos Luppi recentemente.
 
Gottardo ressalta que os casos servem de alerta para as autoridades. “O ideal seria que não tivéssemos a doença por perto mas alguns fatores que  compõem a natureza tornam difíceis a atuação dos órgãos de saúde, como por exemplo a existência do morcego hematófago.Tentamos controlar sua população com capturas e tratamento adequado.Mas eliminá-los é impossível”, asseverou.
 
Garante que o órgão está atento à todas as ocorrências contando com a ajuda de médicos veterinários de todas as cidades da região. Asseverou ainda que outras regionais estão com problemas mais sérios do que a EDA de Mogi Mirim, citando S.João da Boa Vista, onde pertence Espírito Santo do Pinhal, cidade que teve neste ano 11 casos confirmados ( 9 bovinos e dois eqüinos e 2 equinos) e Amparo, onde pertence Amparo, que teve 15 casos positivos (  12 bovinos e 3 equinos)  , todas cidades fronteiriças com Itapira, apesar de não serem da EDA de Mogi Mirim.
 
Ele aproveitou ainda para elogiar o trabalho feito em Itapira por Ivo Peres e Rodrigo Bertini e pediu que os proprietários de animais façam a vacinação. “Em nossa região, temos o privilégio de contar com o auxilio do Dr. Rodrigo Bertini e do Dr Ivo Faria. São pessoas altamente capacitadas para atuarem tanto na captura de morcegos hematófagos como em focos de Raiva.São de minha inteira confiança e tenho certeza que estarão  sempre presentes. Gostaria de solicitar aos pecuaristas rurais que aproveitem a vacinação contra Febre Aftosa em Novembro e vacinem também seus animais contra Raiva. A vacina tem um custo baixo e é a melhor forma para prevenir essa doença fatal”, alertou.
 
Em primeiro lugar, é preciso dizer que não são tantos casos de Raiva assim. 
 
Em nossa região, ocorreram 06 focos da doença sendo 03 em Mogi Guaçu, 02 em Itapira e 01 em Sto. Antônio de Posse. Serve,porém, como alerta. O ideal seria que não tivéssemos a doença por perto mas alguns fatores que  compõem a natureza tornam difíceis a atuação dos órgãos de saúde, como por exemplo a existência do morcego hematófago.Tentamos controlar sua população com capturas e tratamento adequado.Mas eliminá-los é 
impossível.
 
O Escritório de Defesa Agropecuária de Mogi Mirim vem atuando em todos os focos ocorridos sempre com a colaboração dos Médicos Veterinários a iniciativa privada e da rede pública,bem como dos proprietários rurais.
A Raiva tem ocorrido em algumas regiões do Estado como são João da Boa Vista, franca,Araraquara e Bragança Paulista, sendo motivo de procupação para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.Estuda-se por exemplo, o retorno da vacinação obrigatória contra a doença.
 
Em nossa região,temos o privilégio de contar com o auxilio do Dr. Rodrigo Bertini e do Dr. Ivo Faria. São pessoas altamente capacitadas para atuarem tanto na captura de morcegos hematófagos como em focos de Raiva. São de minha inteira confiança e tenho certeza que estarão sempre presentes.
 
Gostaria de solicitar aos pecuaristas rurais que aproveitem a vacinação contra Febre Aftosa em Novembro e vacinem também seus animais contra Raiva. A vacina tem um custo baixo e é a melhor forma para prevenir essa doença fatal.
 
Med. Vet. Décio José Gottardo
Diretor Técnico de Divisão
Escritório de Defesa Agropecuária de Mogi Mirim
 
Fonte: Da Redação do PCI

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