Numa avaliação geral, pelo menos na cidade, a sensação é de que a atual presidente possui uma ‘torcida fiel’. “Não existe a possibilidade de não ser a Dilma. Ela é líder em todas as pesquisas, portanto este debate nem tem razão de existir”, pontuou o sociólogo e professor universitário José Carlos Vieira, fundador do PT no município. Questionado se o simples fato do assunto ter se tornado viral não seria um indicativo de que pelo menos parte da militância prefere não correr riscos, Vieira admite que esta possibilidade existe. “Em caso extremo, talvez esta alternativa se viabilize. Mas, eu, pessoalmente, enxergo o PT muito forte, com quadros competitivos em todos os estados brasileiros e isso reflete também a campanha presidencial, com ou sem o Lula”, contemporizou.

 

Marcos Centofante, ex-presidente do PT, também defendeu a manutenção de Dilma. “Em recente encontro nacional o nome dela foi praticamente ovacionado. Não vejo motivos para substituí-la”, ponderou.

Luís Hermínio Nicolai, o Mino, ex-vereador e atual suplente pela sigla, acha que os dirigentes do partido veêm o nome de Lula como espécie de “carta na manga”, mas que não enxerga perigo com Dilma no páreo. “ O Lula está de stand by. Acho que se houver alguma chance do PT perder a eleição de presidente ele volta”, arriscou.

 

Sônia de Fátima Calidone, advogada e ex-vereadora, defende a manutenção do nome de Dilma. “Acho que até por tudo o que o Lula representa, pelo fato de ter feito um governo que ficou marcado por tirar milhões de pessoas da linha da pobreza, é inevitável que seu nome ganhe evidência. Mas seria desrespeitoso negar à Dilma a oportunidade de disputar a reeleição, até mesmo porque ela vem realizando um grande governo”, defendeu.

 

Outra petista histórica, a dona de casa Alice Palandi, reforça esse raciocínio e apresenta ainda a questão da inédita presença feminina no mais elevado posto político do país para referendar sua opinião de que não se deve mexer na chapa. “Dilma, como mulher, é muito sensível aos anseios da população mais sofrida. Vem fazendo um ótimo governo e não vejo porque substituí-la, em que pese o respeito que o Lula merece”, pontificou.

 

Duas outras expressivas lideranças, no entanto, o atual vereador César Augusto da Silva, o César da Farmácia, disse que ainda não tem opinião formada sobre o assunto. “Sinceramente não parei para pensar nisso”, tangenciou.

 

O ex-vice-prefeito e advogado Antonio Carlos Martins também pensa da mesma forma. “É uma discussão bastante complexa. Ainda não tenho opinião formada”, declinou. Edson Luiz Neto, também advogado e, como Martins, já foi até candidato a prefeito pela legenda em Itapira, pensa que a sombra de Lula não incomoda a atual presidente e nem deveria ser motivo de discussão sobre se retornaria como candidato neste ano. “Ele deixou claro que a candidata é a Dilma. Acho que tudo que foge a esta constatação acaba se tornando um tipo de especulação inoportuna”, censurou.