Uma boa caricatura precisa provocar  riso nas pessoas, e rir, é uma espécie de alimento da alma. Uma caricatura em andamento, é um banquete para a psique do observador, do caricaturista e do modelo. E se o modelo já é uma caricatura, tipo " uma peça rara", aí sim, a gargalhada está garantida! Mas nem todos trazem esse traço de humor  consigo, a exemplo de  um“ Costinha”, Ton Cavalcanti ou Renato Aragão...nesses casos, em termos de Desenho de  Humor, o resultado é uma  caricatura apenas “ interessante” e pouco " cômica"  mas nem por isso, menos  fascinante. O que acontece, é que muitas pessoas não são caricaturáveis ou tem uma personalidade que não colabora muito para ser exagerada ou distorcida na linha do humor. Isso ocorre também, porque o artista ainda não conhece muito desse modelo, então, deduz que é uma pessoa sempre muito  "séria"  e geralmente, elas são mesmo, pelo menos enquanto posam  com medo do resultado da sua caricatura. O curioso nesses casos, é que quando  olhamos para os  olhos do desenho depois de pronto,  vemos que a personalidade desse sujeito,  ainda está lá, intacta, não surge lá de dentro um “ brincalhão” gritando: Nójento!!

No caso do desenho de modelo ao vivo, em especial quando trata-se de caricatura, constatamos, que  caricaturistas e caricaturados em geral, ao final da obra,  misturam um pouco de suas  personalidades no desenho. O resultado final, é  sempre uma curiosa simbiose dessas duas personalidades: o caricaturista brincalhão e o modelo sério , ou então:  bricalhão e brincalhão ou sério e sério. Vendo por esse ângulo, não tem como uma caricatura não ficar divertida, porque os caricaturistas geralmente acham aonde colocar um pouco do humor na parte que lhes cabe na obra.

Quanto a esta caricatura do Monteiro Lobato, ela me rendeu o primeiro lugar no Mapa Cultural Paulista- 1997. O material usado foi tinta aquarela sobre papel.

Aguardem, logo postaremos caricaturas de rachar o bico!