A depressão é muito freqüente, na sociedade atual, tendo tendência a aumentar à medida que ela se vai tornando menos humana. Ela se caracteriza por um grande desinteresse pela vida, falta de vontade de viver, por medo de enfrentar algo ou sentir-se incapaz de lidar com situações básicas. A depressão pode levar ao suicídio ou a uma incapacidade de funcionar quer física quer mentalmente. Ela pode acontecer na infância, na adolescência, na vida adulta ou mesmo após o parto.
Em qualquer das situações a pessoa com depressão sente-se incapaz de conviver com a situação, e isso leva a afastar-se de tudo e de todos, podendo tentar ou consumar o suicídio.
Aliás, os sintomas da pessoa com depressão podem passar completamente despercebidos e nós só tomamos consciência da situação quando a pessoa toma atitudes desastrosas.
Para evitar estas atitudes desastrosas devemos agir quanto antes melhor, e para isso temos de estar precavidos acerca dos sintomas que são sinal de depressão. Entre os principais sintomas estão: afastamento de amigos ou pessoas que fazem parte do convívio diário, falta de vontade de realizar uma determinada tarefa, cansaço ou falta de energia, vontade de ficar só, não querer ouvir barulhos ou querer musica ou barulhos em altos sons, abusar de medicamentos, álcool ou drogas, vontade de chorar, sentir-se triste e abatido sem conseguir encontrar algo que lhe desperte interesse, ter maus resultados escolares, incapacidade de se concentrar ou irritar-se facilmente.
Estes são alguns dos sintomas com que nós podemos deparar e para os quais devemos estar atentos, mas não quer dizer que por ter alguns deles a pessoa sofra de depressão. Existem também outros que não estão aqui. Aconselhe-se com seu médico ou especialista antes de se autodiagnosticar.
O tratamento antidepressivo deve ser realizado considerando os aspectos biológicos, psicológicos e sociais do paciente. Na média, não há diferenças significativas em termos de eficácia entre os diferentes antidepressivos, mas o perfil em termos de efeitos colaterais, preço, tolerabilidade varia bastante o que implica em diferenças na efetividade das drogas para cada paciente. A conduta, portanto, deve ser individualizada. A prescrição profilática de antidepressivos irá depender da intensidade e freqüência dos episódios depressivos. O risco de suicídio dever ser sempre avaliado. Não há antidepressivo ideal, entretanto, atualmente existe uma disponibilidade grande de drogas atuando através de diferentes mecanismos de ação o que permite que, mesmo em depressões consideradas resistentes, o tratamento possa obter êxito. Portanto, a terapia deve abranger todos esses pontos e utilizar a psicoterapia, mudanças no estilo de vida e a terapia farmacológica. Apesar de o enfoque deste artigo se concentrar na psicofarmacoterapia, deve-se mencionar que não se trata "depressão" de forma abstrata, mas sim pacientes deprimidos, contextualizados em seus meios sociais e culturais e compreendidos nas suas dimensões biológicas e psicológicas. As intervenções psicoterápicas podem ser de diferentes formatos, como psicoterapia de apoio, psicodinâmica breve, terapia interpessoal, comportamental, cognitiva comportamental, de grupo, de casais e de família.
Os antidepressivos produzem, em média, uma melhora dos sintomas depressivos de 60% a 70%, no prazo de um mês. Esta taxa de melhora dificilmente é encontrada em outras abordagens terapêuticas de depressão. Em termos de eficácia, em ensaios clínicos, parece não haver diferenças significativas entre as várias drogas, o que não significa dizer que cada paciente responderá a diferentes antidepressivos da mesma maneira. Não devemos perguntar qual o melhor antidepressivo, esta pergunta deveria ser formulada da seguinte forma: qual o melhor antidepressivo para quem? Todas as classes têm eficácia similar, portanto, a escolha do antidepressivo deve ser baseada nas características da depressão.
Deve-se questionar o próprio conceito de "antidepressivo". Afinal, as drogas antidepressivas são utilizadas para muitos outros distúrbios médicos, além da depressão. Infelizmente, na falta de uma definição melhor, continuaremos a usar a supramencionada denominação. Os antidepressivos também são utilizados em outros distúrbios como: anorexia nervosa, ansiedade/pânico. Bulimia, dor crônica, estresse e muitos outros. A classificação mais usada dos antidepressivos tem sido baseada no neurotransmissor/receptor envolvido em seu mecanismo de ação, então eles se classificam em: antidepressivos triciclicos( amitriptlina, imipramina nortriptilina, clormipramina) antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina( citalopran, fluoxetina, paroxetina, sertralina), antidepressivos Inibidores da MAO (moclobemide, tranycypromine) Inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina-dopamina( venlafaxina,bupropiona),Inibidor da recaptação de noradrenalina (maprotilina, reboxetina) e outras.
O antidepressivo ideal deveria ser eficaz em todas as formas de depressão, inclusive as severas, não ter qualquer efeito colateral, ter custo baixo, poucas interações medicamentosas, poder ser aplicado em todas as idades, melhorar a qualidade do sono, sem distúrbios colaterais, ter posologia fácil e efeito ansiolítico. Obviamente, esta droga ainda não existe (existirá?), de modo que decidir o que prescrever ou não prescrever para qual paciente, por enquanto, é uma questão absolutamente essencial na prática psiquiátrica. Nosso intuito ao descrever sobre esta doença tem caráter puramente informativo e com a intenção de contribuir para uma maior conscientização e desmitificação dos preconceitos das doenças psiquiátricas, afinal todos nós devemos buscar a nossa felicidade, sem medos e angústias.
Milton Antonio Leitão.
É Farmacêutico-Bioquímico – CRFSP 11972. Título de especialista de manipulação de Fórmulas Alopáticas. Pós Graduado em MBA – Gestão Estratégica em Farmácias. Diretor das Farmácias Formulativa Mil. Itapira, Mogi Mirim
Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.