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Itapira, 27 de Dezembro de 2024
Artigo
15/05/2015 | Humberto Butti: Mãe, só tem uma
Quando se é criança é o colo da mãe que procuramos se algo nos aflige. É nele que buscamos a proteção contra qualquer ameaça.
 
Comigo não foi diferente. Quando algum pesadelo me atormentava durante o sono, lá estava ela, do meu lado, para dar proteção e acalmar meu pequeno coração.
 
E é incrível como, tantos anos depois, ainda tenho guardadas na memória inúmeras passagens que me fazem retroceder no tempo e ter a sensação de estar na janela do banheiro, olhando para as casinhas que compunham a paisagem ao alcance dos meus olhos.
 
Era sempre ali, naquela janela, de frente para o Cubatão, que ainda não tinha a grandeza de hoje, que minha mãe, com sua psicologia caseira, me fazia tomar o leite que eu muitas vezes não queria. Era contando quantas casas de cada cor havia no horizonte que ela me levava no bico e fazia com que o leite se transformasse em mero detalhe.
Talvez ali eu tenha tomado gosto pela estatística e pelos números, como tenho até hoje.
 
Lembro como se fosse hoje das nossas brincadeiras. Como gostava de brincar de futebol, minha mãe se transformava no goleiro adversário. Incorporava o goleiro José Poy, como sãopaulina fanática, para defender os chutes que eu desferia com a perna esquerda.
 
Ainda estão bem vivas em minha memória suas brincadeiras, piadas ou anedotas, como dizia, e a facilidade para as adivinhações. Era sempre a primeira a acertar qualquer tipo de charada.
 
Hoje, depois que Deus a levou, me pego muitas vezes de coração apertado, relembrando passagens de minha infância e muitas vezes sinto sua presença ao meu lado, me confortando e dando forças para seguir em frente. Talvez até nesse momento, em que tento segurar as lágrimas, que teimam em turvar minha visão, e engolir o nó que insiste em apertar minha garganta, sinto que meus pensamentos voam transportados por uma força inigualável.
 
Uma força que só as mães possuem. Uma força que sinto todos os dias, em todos os momentos, e que me impulsiona para seguir em frente.
 
Em 2009, no batizado da Mariane, com a Luê e a Manon, ainda pequenas: sua paixão sempre foram os netos
 
MInha mãe sempre tinha muitas histórias pra contar
 
Meu pai, minha mãe e eu
 
Minha mãe e meu pai em uma das muitas viagens
Fonte: Humberto Butti

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