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Itapira, 27 de Dezembro de 2024
Artigo
23/05/2015 | Humberto Butti: Por anda essa gente?

 

 

Existem pessoas que, de um momento para o outro, somem do nosso convívio. Pessoas com as quais estávamos acostumados a encontrar no dia a dia e, de repente, se mudam e deixam de fazer parte de nosso cotidiano.

Muitos se vão em busca de afirmação profissional. Se mudam para locais distantes e deixam a saudade em que fica por aqui.
 
 
Benedito Mário Lázaro, o Dito Mário, 59, é um desses personagens. Quem não se lembra daquele zagueiro vigoroso e de boa técnica que passou por alguns clubes amadores da cidade, integrou a histórica seleção infanto/juvenil do IEEESO (Instituto de Educação Estadual Elvira Santos Oliveira) em 70 e chegou a vestir a camisa do Itapira Atlético Clube?
 

Em busca de seus sonhos e da realização profissional Dito Mário foi embora para a distante Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, onde se estabeleceu, formou sua família, e lá está até hoje. “Deixei Itapira para morar em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, em 17 de julho de 1982”, explica. “Esse ano completa 33 anos. Vim em busca de sonhos, de realização profissional e oportunidades para meu crescimento”.

A distância de sua terra natal, onde ficaram familiares e amigos, é sentida apesar do tempo. “Hoje já me distanciei um pouco, devido ao tempo que estou fora, mas tenho muitos parentes e amigos queridos em Itapira”, frisa. “A vida vai oportunizando caminhos que você ao trilhar, ganha algumas raízes que ao serem fincadas, fica difícil de serem arrancadas. Mas o vínculo com o lugar em que a gente nasce é umbilical, tenho muitas saudades dos meus amigos e dos meus familiares, dos tempos do futebol e da época que vivíamos com simplicidade em uma cidade sem violência, gostosa e cheia de aventuras”.
 

Como a distância é grande, são raras as vezes que consegue voltar à terra natal. “Atualmente, meu filho Rafael Eugênio estuda no Colégio Adventista do UNASP, em Engenheiro Coelho, que fica perto de Itapira”, relata. “Vou visitá-lo a cada três ou quatro meses, mas fico pouco tempo em Itapira”.

E, como o tempo é implacável, reconhece que já não reconhece muita gente. “Quando vou a Itapira sempre revejo os meus parentes e alguns amigos. Como já estou fora de Itapira há muito tempo, já tenho dificuldades de conhecer os filhos dos meus grandes amigos”, diz. “Quase não conheço mais ninguém, de vez em quando pergunto quem é esse ou essa? Alguém me diz, esse é filho do seu amigo fulano. Portanto, como fui ensinado, o nome que carregamos é muito importante”.
Realização

Dito Mário pode dizer que alcançou aquilo que buscava ao se transferir para a capital sulmatogrossense. “Sou diretor executivo da Reflore-MS, uma associação de Florestas Plantadas. O setor florestal está em ascendência no estado, oportunizando muitos postos de trabalho, principalmente para atender as fábricas de celulose que estão instaladas no município de Três Lagoas-MS”.

Além de Rafael, tem a filha Caroline e faz deles sua prioridade na vida. “Atualmente minha prioridade são os presentes que Deus me deu, o Rafinha e a Caroline, que com certeza tenho que devolver a Ele quando Jesus voltar, esse é meu compromisso”, revela. “Tenho feito o possível para que eu seja uma boa referência e possa oportunizá-los o crescimento e o caráter, que realmente importa. Os valores que recebemos de nossas famílias são o que deixaremos cravados nos corações e nas mentes dos filhos, porque o bom nome vale mais que ouro e prata”.

A distância, entretanto, não apaga a saudade que sente de Itapira e dos velhos amigos. “Tenho muitas saudades de Itapira, dos amigos, afinal fomos privilegiados de ter tido uma fase maravilhosa de nossas vidas em um lugar e um tempo fantástico, onde tínhamos amizades que nos ajudaram a moldar nosso caráter, nos deram valores que carregamos por todo o sempre.

Tínhamos prazeres com coisas simples e saudáveis”, reconhece. “A convivência com o time de futebol me ensinou tantos valores que eu não tinha noção naquela época, mas hoje minha gratidão e o respeito pelas pessoas que dedicaram tempo de suas vidas para a construção das nossas vidas, não tem dinheiro que possa pagar. Por tudo que vivemos só posso ter uma eterna gratidão a todos que fizeram parte da minha vida, que me ensinaram a fazer as escolhas e que hoje passo os ensinamentos aos meus filhos e lógico muita oração, porque os tempos são outros”.
Fonte: Humberto Butti

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