Quando a FIFA fechar as contas da Copa 2014, a sobra no caixa deverá bater nos seis bilhões e trezentos milhões de reais. A entidade garante que nesse lucro não tem dinheiro público. Diz que ele vem dos parceiros que pagaram para associar suas marcas à Copa. Afirma que os gastos das cidades e do governo continuarão no país. Mas, eu completaria! Nem tudo, FIFA, parte desses gastos aportará noutros destinos, quem sabe, em alguns paraísos fiscais por exemplo.
O lucro, propriamente dito, da Fifa não me incomoda. Entendo que uma instituição, empresa ou profissional que tenha competência para gerar grandes eventos ou grandes ideias ou grandes serviços devem ser remunerados com grandes lucros. Afinal, ninguém paga caro o que não vale a pena. O que me incomoda - e muito - é o espírito oportunista que a FIFA revela, por exemplo, quando, ao invés de contratar trabalhadores e remunerá-los adequadamente, opta por abrir chamada para recrutar e selecionar 14 mil voluntários, que depois de treinados atuarão em setores como mobilidade, aeroportos, entorno dos estádios, centros abertos de mídia e centros de treinamento, e para apoiar os turistas, a imprensa e as equipes de futebol. Cada voluntário selecionado recebeu uniforme, auxílio transporte e alimentação. Nada de remuneração ou ingresso para os jogos. Ao final, todos terão certificado de participação. Uma paga histórica, não suficiente e injusta.
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