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14/04/2011 | 'Eu não matei ninguém', diz segurança que vendeu arma a Wellington
Massacre em Realengo

Manoel de Freitas Louvise, de 57 anos, trabalhava com o atirador no abatedouro da zona oeste e havia comprado o revólver legalmente.

Polícia Civil do Rio prendeu, na manhã desta quinta-feira, o homem acusado de vender a Wellington Menezes de Oliveira, o assassino de 12 crianças no massacre da Escola Tasso da Silveira, o revólver calibre 38 usado no crime. O acusado foi apresentado na sede da Delegacia de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca.

A arma da qual saíram 60 dos 66 tiros disparados por Wellington Menezes de Oliveira no atentado que matou 12 alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira foi comprada legalmente pelo segurança Manoel de Freitas Louvise, de 57 anos. O homem, que trabalhava na mesma fábrica que o assassino, foi preso na manhã desta quinta-feira pela Polícia Civil do Rio, em sua casa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele confessou ter vendido o revólver calibre 38 para o colega em setembro de 2010, após dois meses de assédio, pelo valor de 1.200 reais.

"Não fui eu que matei ninguém. Não tinha muito contato com ele. Eu trabalhava na portaria e ele no almoxarifado. Eu não queria vender porque a arma tinha numeração, mas ele prometeu que rasparia. Até onde sei, era para a defesa pessoal dele, que estava se mudando para uma casa em Sepetiba. Se desconfiasse do que ele planejava, eu mesmo o teria denunciado", argumentou o segurança, que contou ter um neto de 12 anos - mesma faixa etária das vítimas de Wellington.

Os investigadores chegaram ao verdadeiro dono da arma graças ao trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), que, com uma técnica chamada metalografia, conseguiram recuperar a numeração que havia sido raspada por Wellington. Louvise também admitiu ter vendido a munição e o carregador rápido, conhecido como 'Speed Loader'. Por esse motivo, o segurança será indiciado duas vezes por comércio ilegal de armas, cuja pena varia de quatro a oito anos de reclusão.

Louvise disse que usou o dinheiro para consertar um carro velho dele, que acabou sendo roubado depois. Para o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Felipe Ettore, os depoimentos dos vizinhos, ex-colegas de turma, ex-professores e vendedores dos dois revólveres usados no atentado comprovam que Wellington agiu sozinho. "Para a delegacia de Homicídios, o caso está encerrado. É um louco, que agiu sozinho para cometer esse ato bárbaro. Agora, é só aguardar os laudos, mas isso pouco nos importa", afirmou o delegado.

Revólver 32 – No último sábado a polícia prendeu dois suspeitos de negociar e vender a outra arma para o maníaco: um revólver calibre 32. O chaveiro Charleston Souza de Lucena, que seria vizinho do assassino, e o desempregado Isaías de Souza foram detidos por policiais militares do 21º Batalhão, de São João de Meriti (Baixada Fluminense), no bairro de Santa Cruz, também na zona oeste. Os PMs foram informados por uma terceira pessoa sobre a conversa entre Charles e Isaías, na qual a dupla afirma que a arma vendida para o Sheik (apelido de Wellington, que usava barbas longas até dias atrás), estava “afiadinha”.

De acordo com a polícia, a negociação teria começado quatro meses antes do crime. Os dois suspeitos inicialmente negaram ter vendido a arma para Wellington, mas em depoimento acabaram confessando a venda. Na madrugada deste sábado, a Justiça concedeu o pedido de prisão preventiva da dupla. Um deles já tinha passagens pela polícia por porte ilegal de armas e uso de documento falso.
Preço – O revólver calibre 32 teria sido vendido por 260 reais, mas Charles e Isaías teriam ficado apenas com 30 reais cada. O nome que seria do dono do revólver, fornecido pela dupla ao delegado titular da Divisão de Homicídios (DH), Felipe Renato Ettore, aparece nos dados da polícia como desaparecido ou morto. O outro revólver está com a numeração raspada.

No dia do crime, o ex-chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro e deputado estadual pelo PT, Zaqueu Teixeira, afirmou que Wellington Menezes de Oliveira era um conhecedor de armas e passou por treinamento. Ele considerou impossível um leigo recarregar armas com a destreza demonstrada pelo assassino. “Com a minha experiência de policial, tenho certeza de que ele passou por treinamento. O modus operandi mostra que ele tem conhecimento de armas”, comentou.

Fonte: Veja On Line

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