“Jamil Abrahão - nome de referência na história da crônica social brasileira e em Campinas, SP - foi uma figura emblemática da preservação de sua história. “Garoto turquinho da rua Treze de Maio”: - Ao contrário do apelido dado por amigos nos anos 30, o esfuziante e competente repórter e colunista social Jamil, revela-se um homem à frente do seu tempo em livro do jornalista e escritor Thiago de Menezes.
Não foram poucas as marcas profundas deixadas por Jamil em quase 34 anos de atividades na cidade e região, assim como abundam os episódios com personalidades e mesmo de sua vida pessoal, Menezes passa – sutilmente - por elas todas. E, no capítulo final, passeia pelo resumo dos feitos do colunista como um verdadeiro empreendedor social.
No fim, a resposta está mesmo é no relato da vida de um dos construtores de muito o que Campinas legou para São Paulo e para o Brasil no setor social, como o Hospital do Câncer Intantil “Dr. Domingos Aldemar Boldrini”. Afinal, sem os contatos sociais, a cultura refinada e o talento para relações públicas de Jamil Abrahão, seria muito difícil convencer nomes da alta sociedade do interior de São Paulo, a se aventurarem à idealização de entidades sociais em um lugar quase desconhecido do mapa político, cultural e artístico de 1958.
Não há nada de sisudo na escrita de Menezes. Nos primeiros capítulos, a organização é cronológica. A vida de Jamil em São Paulo e no Rio de Janeiro, em meados dos anos 40, praticamente paralela à política da época, com nomes como Ademar de Barros, Hugo Borghi e Lito Marcondes, entre outros, assim como suas primeiras idas ao Exterior e o modo como surpreendeu a sociedade da época ao assumir, em 1957, colunas sociais inovando como empreendedor, ao tempo de Marcelino de Carvalho, Tavares de Miranda, Jacinto de Thormes, Ibrahim Sued, Alik Kostakis e outros consagrados cronistas dos chamados ‘Anos Dourados’, 1950/1960. Todos estes momentos das duas primeiras décadas de sua atuação jornalística guardam um interesse duplo, para o qual chama a atenção o autor. A história de Jamil Abrahão já é fascinante pelas suas conquistas e realizações. Mas há outro componente: o contexto em que viveu, as pessoas com quem privou (como Juscelino Kubitschek, os Bloch - Lucy e Adolpho, os Lemos de Moraes, estilistas como Dener e José Nunes, os Simonsen – Victor e Dulce, os Cunha - Lix e Nair, mais socialites e mulheres que marcaram a vida social de seus tempos como Shirley Garcia, Lina Penteado e Mariazinha Campos Silva) e o modo como as retratou em suas colunas e crônicas, uma das principais fontes deste livro.
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