Nossa vida é marcada por símbolos. Em nossa vida privada temos símbolos como as alianças de casamento, determinados trajes para eventos importantes, comemoração de aniversário, entre tantos outros. Há também símbolos oficiais como a Bandeira, o Hino, o Selo Nacional e o Brasão da República. A expressão de fatos marcantes por meio de símbolos é denominada Simbolismo.
Temos vivido no Brasil momentos históricos marcados por simbolismos.
A Constituição de 1988, denominada Constituição Cidadã, marcou juridicamente o fim da ditadura e traçou normas programáticas para a mudança do panorama social em nosso país. Por possuir mais normas programáticas do que normas de conduta é caracterizada como Constituição Simbólica (Neves, Marcelo. A Constitucionalização Simbólica. São Paulo: Martins Fontes, 2011). Dentre os simbolismos constitucionais está a defesa da moralidade pública, de modo a privilegiar o interesse coletivo em detrimento do interesse privado.
Com o advento da democracia vimos, após algumas tentativas, a chegada ao Palácio do Planalto de um ex-operário. Argumentos políticos à parte, não há como se negar o simbolismo disso. É como se todos os excluídos passassem a ter vez e voz. Contudo, apesar de avanços sociais importantes voltados aos mais carentes, a estrutura montada para a manutenção no poder desse novo governo fez criar uma confusão entre governo e Estado, como se fossem entes indissociáveis. Um dos meios de manutenção no poder dessa nova classe política veio a ser chamada de Mensalão, por meio do qual se pagava quantias em dinheiro para políticos, visando a obtenção de votos favoráveis às pretensões governamentais.
Peter Panutto. Diretor e professor da Faculdade de Direito da PUC-Campinas. Advogado. Autor do livro Inelegibilidades – Um Estudo dos Diretos Políticos diante da Lei da Ficha Limpa, publicado pela Editora Verbatim.
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