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Itapira, 22 de Novembro de 2024
Notícia
06/08/2015 | A fé como instrumento de superação de duras provações transforma a vida de mãe e filha

 

 
Até alguns anos a vida da autônoma Girlene da Cruz Anastácio era bastante comum em comparação com a maioria das mulheres de sua idade. Cuidar da casa, do marido e da filha. Mas, segundo comovente depoimento dado na tarde de quarta-feira em sua residência no Jardim Tropical com exclusividade para o jornal A Cidade,andava descontente com as coisas comuns, como ingestão de bebida alcoólica, festas e todo tipo de frivolidade. “De repente me vi cercada por seis pastores de igreja evangélica. Não teve jeito. Vi que aquilo era um chamamento e não resisti mais”, relatou.
 
Passou a freqüentar a Igreja Assembleia de Deus - Ministério de Belém, com direito a batismo e uma calorosa acolhida por parte dos novos ‘irmãos’. A filha, Geysa da Cruz Anastácio, hoje com 23 anos, ficava na dela. Concluiu um curso de Gestão em Recursos Humanos no IESI (Instituto de Ensino Superior de Itapira) e procurava sempre fazer um curso de aperfeiçoamento ou outro. Namorava sério. A implicância da mãe era com o fato dela sair com o namorado e amigos para freqüentar locais onde se dava ao luxo em ingerir uma alimentação da qual, por ser diabética, deveria passar longe.
As coisas foram acontecendo. Geysa disse que aos poucos foi sendo atraída pelo novo estilo de vida da mãe e não demorou muito para se converter.
 
O começo, segundo seu depoimento, foi difícil, pois teve que jogar para cima muitos dos conceitos que estavam arraigados dentro dela. O fim do namoro foi a primeira grande provação. “Pedi a Deus que se não fosse meu destino ficar com aquele rapaz, que eu não sofresse com a separação e fui atendida”. Geysa disse que começava aí o hábito de ‘conversar com Deus’.
 
Ela tinha tudo pronto para ser batizada conforme o ritual das Igrejas Evangélicas no começo de junho. Foi aí que a fé dela e da mãe foram colocadas à prova. Na noite do dia 3 de junho a garota passou a se queixar de fortes dores abdominais. “Eu percebi que ela estava diferente, estava ficando inchada”, recorda Girlene. Com a ajuda do marido, o comerciante Benedito Anastácio, 57, Girlene colocou a filha no carro e a primeira parada foi na Santa Casa.
 
Lá, segundo a mãe, as coisas não saíram conforme esperava. “Recebemos um tratamento frio, de uma quase que indiferença do médico que nos atendeu. Ele insinuou que devido à minha condição social não teria como arcar com os custos do tratamento que imaginava que minha filha fosse precisar. Eu me senti desafiada. Imediatamente me veio à cabeça rumar para o Hospital Municipal. Fui orando muito durante o trajeto. Lá, como por milagre, as portas começaram a se abrir. Todas as pessoas que atenderam a Geysa perceberam que o caso era de extrema gravidade e não foi poupada energia para que ela tivesse um atendimento a altura das necessidades daquele momento”, disse a mãe.
 
Os profissionais da área médica que atenderam a menina informaram a mãe que o caso era da maior gravidade. Foi detectada uma séria anomalia num dos rins, que deixou de funcionar. “Ela já tinha o problema no pâncreas que injeta em seu organismo quantidade menor do que necessário de insulina. Com a combinação da diabete elevada com um quadro de insuficiência renal, minha filha se viu no pior dos mundos”, relembra. Ainda conforme relato de Girlene, a dor da filha era tão profunda que foi necessária a aplicação de morfina.
 
A partir daí a rotina de Geysa nunca mais foi a mesma. Nem a da mãe. Entre as ‘novidades’, três sessões semanais de hemodiálise feitas em Mogi Mirim. “Cada dia de fazer a diálise é um tremendo sofrimento. Ela chega arrebentadinha em casa”.
Sobre aquela história de ‘conversar com Deus’, Geysa disse que o sofrimento físico provou nela uma proximidade ainda maior com Ele. “Naquela semana eu desabafei com 
 
Ele, falei de meus temores, das dores que sentia e vi que tudo isso fortalecia ainda mais a fé que trago dentro de mim. Não se trata de ignorar meu próprio sofrimento, o sofrimento de meus pais. Mas sentir a presença de Deus do lado da gente é algo tão maravilhoso e indescritível, porque sinto que Ele me dá forças para suportar tudo isso”, descreveu.
Abandono
 
Girlene dá testemunho da transformação da filha. “As pessoas ficam surpresas quando percebem que ela com problemas de saúde tão sérios se mostra feliz, falante,não raramente cantarolando pela casa e com um brilho tão especial nos olhos. Digo para mim mesma, isso não tem surpresa nenhuma, é Jesus na causa”, reverencia.
 
Geysa conta ainda que aquela rodinha de amigos de tempos atrás literalmente sumiu. Perguntada se ficou entristecida com isso, contou que releva a situação e que não guarda mágoa nenhuma. Ao contrário, afirma que o acolhimento dado por seus novos amigos na esfera da Igreja supriu toda e qualquer tipo de ausência. “Foi uma troca muito positiva. 
Todos meus amigos me tratam com muito carinho, eu não tenho palavras para descrever minha gratidão a todas estas pessoas”.
 
Girlene afirma categoricamente que valoriza cada obstáculo que tem aprendido a desviar desde que o quadro de saúde da filha se agravou. “Eu me fortaleço na fé que tenho no Senhor. É nas dificuldades que a gente passa a dar mais valor nas coisas mais simples da vida que são exatamente as mais abençoadas, como a caridade, a solidariedade, a piedade e a convicção cada dia mais verdadeira de que somos todos nós filhos do mesmo Deus. Por isso, glorifico a Ele a cada instante”.
 
Em sua fé tão enraizada, ela, a exemplo de outras mães que independentemente da religião que professam se viram em situação parecida e pedem a Deus a oportunidade de assistir o restabelecimento de delicadíssimos quadros de saúde de seus filhos, disse que alimenta dentro de si o sonho de que a qualquer momento, alguém vai bater em sua porta e anunciar que foram encontrados órgãos compatíveis para serem transplantado em sua filha. “Eu vejo esta cena diante de meus olhos todos os dias.
Fonte: Da Redação do PCI

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