Um clima de paralisação pairou sobre o transporte coletivo da cidade nesta semana. O Sindicato dos Condutores de Mogi Guaçu decretou estado de greve desde o final da última semana. Havia uma espécie de ultimato de que caso a Viação Itajaí não atendesse uma proposta de reajustes, haveria paralisação a partir de terça-feira.
De fato, a entidade sindical, que há cerca de um ano protagonizou movimento parecido, quando chegou a paralisar as atividades por cerca de duas horas, cumpriu a ameaça. Na terça-feira a paralisação foi maior do que em 2014, contando do início da circulação dos carros a partir das 5h até o horário de almoço, com paralisação parcial.
A empresa chegou a um denominador comum com a direção do sindicato, pondo fim à paralisação. Basicamente foram concedidos 9% de reposição - o Sindicato pedia 12% - além de um vale-alimentação na ordem de R$ 210 mensais a motoristas e cobradores, em substituição à cesta básica oferecida.
Tarifa
O reajuste deverá vigorar a partir de agosto, com retroatividade ao mês de maio, data base da categoria. O clima entre a empresa e o sindicato chegou a ficar bastante desgastado por causa do movimento.
Como efeito imediato, a empresa deverá propor à Prefeitura uma revisão tarifária. No ano passado, quando concedeu reajustes, a empresa já passava por dificuldades e acabou tendo uma espécie de repasse financeiro (Lei 5.310) aprovado pela Câmara Municipal para ajudar no fechamento das contas, com uma prestação de R$ 20 mil e outras três de R$ 25 mil de setembro a dezembro. Isso impediu aumento imediato da tarifa, ainda sob o rescaldo dos protestos de junho de 2013 que tiveram início exatamente por causa da questão tarifária do transporte coletivo em São Paulo.
À época, houve ainda por conta deste estado de espírito da população, um agrado que veio da esfera federal e reduziu a tarifa em R$ 0,10, de R$ 2,85 para R$ 2,75. Aumento efetivo foi concedido somente na virada de 2014 para 2015, quando a passagem passou para R$ 2,90 em compra antecipada e R$ 3,10 na catraca. O aumento recorrente do óleo diesel, de componentes como pneus e acessórios e agora o reajuste salarial, comprime as contas da empresa , que já deu início a entendimentos com a atual administração para resolver a questão.