Ao tomar posse hoje (7) como ministro das Relações Exteriores, o senador Aloysio Nunes Ferreira afirmou que a palavra-chave de sua gestão será ?reciprocidade?, ao se referir às negociações bilaterais. Em um discurso com um tom mais político e alinhado ao do seu antecessor, José Serra, o novo chanceler frisou que a política externa brasileira não será mais de ?prova de ingenuidade voluntarista de curto prazo e concessões unilaterais?.
?O certo é que, com o mesmo tenor que você [Serra], tratarei de assegurar que a nossa política externa esteja sempre alinhada aos reais valores e legítimos interesses nacionais?, discursou Nunes. ?Reciprocidade é a palavra-chave e não apenas na frente econômico-comercial. Isso sempre foi assim na política externa brasileira?.
Ressaltando o ?poderio agroindustrial?, a matriz energética ?limpa e diversificada? do país e o que considerou como ?presença positiva e agregadora? do Brasil nos organismos internacionais, Nunes prometeu ampliar e aprofundar a participação brasileira na economia mundial ?por meio de negociações que produzam resultados equilibrados e atendam os interesses de todas as partes?.
?Pretendemos intensificar o trabalho da promoção comercial, investimentos, reforçada pela vinculação da Apex [Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos] ao Itamaraty. Essa instituição é animada pela ideia de que uma boa política externa deve conciliar a primazia do interesse nacional com o papel que cabe a um país da estrutura do Brasil, por suas dimensões, seu peso, sua história como membro da comunidade internacional?.
Ator global
Aloysio Nunes disse ainda que o Brasil tem que ter a consciência de que é ?um ator global? e que, por isso, ?sua política externa tem que ter a marca do universalismo, sem esquecer a prioridade do relacionamento com as nações da Américas do Sul, Central e do Caribe?.
O novo ministro da Relações Exteriores disse ainda que pretende priorizar as relações com a Argentina, país destino da sua primeira viagem oficial, e buscar uma ?aproximação maior? com os países da Aliança do Pacífico.
Em relação à Europa, o novo chancelar disse estar otimista com a possibilidade de o Brasil adquirir ?uma nova dimensão?. ?O acordo entre o Mercosul e a União Europeia está na ordem do dia e poderá propiciar um salto qualitativo das nossas relações com a Europa e não pode ser vista apenas como a degravação de algumas linhas tarifárias?.
Aloysio Nunes Ferreira disse que sua gestão também será marcada por um ?novo patamar? no relacionamento com a continente africano. ?A África é um continente em transformação rápida, em crescimento acelerado que nas últimas décadas cresceu mais que o dobro da América Latina. As lideranças mais expressivas têm afirmado com insistência que não querem compaixão assistencial, mas querem investimentos, parcerias, negócios em maior densidade?.
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