As belezas de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, fizeram parte do roteiro de volta
Depois de 33 dias de viagem, 13.600 quilômetros rodados, com média de 412 quilômetros por dia, Júlio Luis Recchia e Fernando Trigo Martins já estão de volta. Ambos deixaram Itapira no dia 15 de novembro e percorreram estradas e trilhas até Ushuaia, na Patagônia, em cima de suas motos e retornaram na quinta-feira, 18.
Na estrada desde o dia 15 de novembro, quando deixaram Itapira rumo ao lugar mais próximo da Antártida, Recchia e Trigo Martins colecionaram imagens inesquecíveis e muita emoção. A viagem, de quase 14 mil quilômetros, teve como principal destino Ushuaia, a cidade mais ao sul de todo o planeta, localizada na Argentina, em uma ilha chamada Tierra del Fuego, e separada da Antártida somente pelo Estreito de Drake, está colocando os dois à frente de paisagens inimagináveis.
Recchia viajou em uma BMW F800 GS e o Trigo Martins com uma BMW GS 650. “Passamos por dois países, percorremos toda a Patagônia, sendo que na ida percorremos a Patagônia costeando o Atlântico e na volta a Patagônia Andina”, explicou Recchia através da rede social Facebook. “Visitamos quatro parques nacionais belíssimos, o Parque Nacional de Ushuaia, no extremo sul do continente, na Argentina; o Parque Torres del Paine, com suas montanhas de granito emoldurados pelo branco do gelo, no Chile; vimos o Parque Nacional Perito Moreno com seus glaciares, a visão mais incrível da minha vida, novamente na Argentina, e finalmente o Parque Provincial do Aconcágua, também na Argentina”.
A Cordilheira dos Andes foi companheira de viagem dos itapirenses durante quase todo o trajeto. “Cruzamos a Cordilheira dos Andes quatro vezes, ziguezagueando entre a Argentina e o Chile, percorremos boa parte da famosa Ruta 40 na Argentina, sendo que boa parte dela era de rípio, uma estrada de terra com pedras soltas, atravessamos o Estreito de Magalhães e contemplamos o canal de Beagle”, recordou.
A cordialidade dos povos argentino e chileno também foi a tônica durante a viagem. “Fizemos inúmeras amizades, conhecemos pessoas de todo tipo, comemos pratos dos mais diversos e alguns estranhos, vimos golfinhos, pinguins, guanácos, condores e outros pássaros desconhecidos e cantadores”, frisou Recchia. “Fomos muito bem tratados em todos os lugares, o povo argentino é hospitaleiro, brincalhão e muito educado, o povo chileno não fica atrás”.
Dificuldades
Como em toda viagem desse nível, Recchia e Trigo Martins enfrentaram dificuldades, mas nada que tirasse o brilho e a emoção. “De revés na viagem houve pouca coisa, duas quedas da minha moto devido ao forte vento patagônico, uma para a esquerda e uma para a direita que é para ficar igual e sem maiores consequências, um distúrbio gástrico e duas extorsões da polícia camineira da Argentina na volta. O Fernando foi mordido por um pinguim, uma proeza, já que são muito pacíficos esses animais e sofreu uma extorsão da polícia argentina. A Thamyris, namorada do Fernando, que voou até Santiago do Chile e voltou de lá até o Brasil na garupa nada sofreu. Enfrentou dignamente os 3.100 quilômetros da volta como uma veterana em longas viagens de moto”.
Mas as dificuldades ficaram para traz e o que ficou na memória foram as belas paisagens, a adrenalina e o prazer de descobrir o que há em outras paragens. “Passamos por lugares lindos, majestosos, inebriantes, mas a melhor parte estava por vir, a melhor parte é poder voltar, é saber que na chegada nos espera a nossa família, nossos amigos e esse cantinho do planeta chamado Itapira, que tem magia e encanto, há belezas em todo lugar”.
A caminho de Bariloche, sempre muito procurada por turistas
Fernando Trigo Martins, a namorada Thamyris e, mais atrás, Júlio Recchia, na volta para casa
Após 33 dias, a chegada a Itapira
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