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Itapira, 19 de Mar�o de 2025
Notícia
20/02/2014 | Aposentado no serviço público, Fifo passa a ser secretário de fato

Esta foi uma semana particularmente gratificante para o servidor municipal Adolfo Santa Luccia Júnior, o Fifo. Ele recebeu a notícia de que finalmente saiu sua aposentadoria, somando 34 anos de serviço público e mais um tempo como caixa bancário e até jogador de futebol.

 
Embora levasse o assunto na maior discrição, Fifo esperava a aposentadoria para que recebesse uma espécie de reconhecimento formal para a atividade que desempenha na Prefeitura. Acontece que por causa das filigranas legais que envolvem a contagem de tempo pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), ele ficaria sem boa parte de suas contribuições caso ocupasse cargo em comissionamento, como é o cargo de secretário.
 
Ele exercia a função desde janeiro do ano passado na qualidade de Fiscal de Postura, cargo com o qual foi registrado, desempenhando função de secretário. Com a nova situação o prefeito José Natalino Paganini (PSDB) baixou portaria nomeando-o secretário de Serviços Públicos.
 
Na prática, pouca coisa muda. Mas ele continua a exercer com apetite surpreendente para alguém que já caminha para 35 anos de serviços prestados ao município, seus afazeres diários. Os colaboradores mais próximos que o digam.
 
A boa impressão que a cidade causa aos visitantes no tocante à conservação de ruas, praças e logradouros, passa necessariamente por uma disciplina férrea aplicada pelo “comandante” e levada a cabo sem a menor contestação por um batalhão de colaboradores. Na manhã de quarta-feira, 12, Fifo mostrava o balanço de janeiro de 2014, apontando 1.560 atendimentos - média de 52 por dia. “ A gente procura fazer o possível realizando o impossível”, filosofa.
 
Antes de se tornar unanimidade dentro da atual administração, Fifo acumulou uma experiência que se tornou fundamental para que hoje atue mais recuado do que os tempos em que era atacante jogando futebol. Para quem não sabe, Fifo atua por vários anos no futebol profissional e defendeu, entre outros, o Itapira Atlético Clube e o Santa Bárbara.
 
Quando jogador, atuou, segundo suas contas, por mais de 40 clubes, entre profissionais e amadores, tendo sido antes caixa do antigo Comind. Deixou de ser bancário atraído novamente pela bola de futebol.
 
Chegou o ano de 1976. Eleições municipais. De um lado, candidatos como Antonio Carlos Sette e Ariovaldo Risola, consagrado advogado criminalista já àquela época. Do outro, um tal de Totonho Munhoz, meio desconhecido, cuja maior referência era o fato de ser filho do ex-prefeito Caetano Munhoz.
 
A família de Fifo fechadíssima com Risola. O restante da história todo itapirense minimamente informado já conhece.
 
O que a maior parte não sabe é que decorridos cerca de quatro anos depois de Munhoz ter assumido a Prefeitura - seu primeiro mandato foi de seis anos -, Fifo, acompanhado do sogro Fernando Venturini, tido como mentor da candidatura de Munhoz, foi recebido em audiência pelo então prefeito, querendo um emprego.
 
Já na primeira pergunta o candidato deixou claro a que tinha ido: “Jogar futebol”, respondeu ele quando perguntado sobre o que sabia fazer. “Sinceramente imaginei que ele não iria me aproveitar. Mas dois dias depois me chamou de volta e me disse que tinha uma vaga para Fiscal de Postura. Aceitei sem pestanejar”, recordou.
 
A partir daí teve início um caso de amor com o serviço público municipal. O já não tão jovem ex-jogador passou a exercer marcação cerrada sobre irregularidades. “ Serviço tinha bastante e ele (Munhoz) exigia muito da gente. Gostava de tudo certinho”, lembra.
 
Carreira
 
Com iniciativa e capacidade, Fifo galgou postos dentro do departamento até chegar à chefia. Na administração seguinte, do ex-prefeito David Moro Filho, foi cuidar de praças e jardins. Fifo surpreende ao afirmar que a pessoa que lhe deu os macetes para fazer um bom trabalho foi exatamente seu primeiro patrão. “Homem de uma inteligência extraordinária, tinha visão acurada para aquilo que era necessário ser feito e não se furtou em me dar dicas que assimilei rapidamente. Isso foi fundamental para um processo de aprimoramento pessoal na atividade que exercia”, contou.
 
De chefe de praças e jardins, foi chefe de limpeza pública e diretor de serviços públicos já na gestão de JBebeto Munhoz e depois no regresso de Totonho à Prefeitura. Virou candidato a vice na chapa de José Alair de Oliveira, que foi derrotada por Toninho Bellini em 2004.
 
Pesadelo
 
Novo comando, nova realidade. Aliás, dura realidade no caso de Fifo. Ele sempre se furtou em falar abertamente deste período. Na conversa de quarta-feira, disse que viveu o período mais triste de sua vida, ao relembrar o processo de perseguição que segundo ele atingiu não somente sua pessoa, mas também sua família. “Não desejo a ninguém o que passei neste período. Foi muito triste”.
 
Um servidor com sua experiência foi praticamente escorraçado da administração. Quando ganhou na justiça o direito de retomar seu cargo, ficou vagando por setores como o Centro Esportivo e de Lazer Hideraldo Luiz Bellini por quase sete anos, “na moita” conforme descreveu. “Pode ter certeza que mesmo nesse tempo não era pessoa de ficar confinada vendo o tempo passar. De forma discreta, é verdade, procurava ajudar as pessoas que trabalhavam na manutenção do local e desta forma fiz o tempo passar”, revelou.
 
Não demorou e a justiça lhe deu ganho de causa. De certa forma, a decisão lhe tirou um fardo dos ombros. Mas a recompensa viria, evidentemente, com a vitória de Paganini em 2012.
 
Inevitavelmente, Fifo acabou sendo aproveitado no time de primeiro escalão. “Recebi com muito orgulho o convite do
Paganini e procuro retribuir esta confiança com muito trabalho e dedicação. Tem mais: nesta vida ninguém faz nada sozinho. Quero deixar também meus agradecimentos a dezenas de colegas que sempre estiveram ao meu lado, inclusive nos momentos mais difíceis. São estas pessoas que no dia-a-dia dão tudo de si para que nossa cidade seja cuidada com o maior carinho possível. Mais do que eu, eles merecem ser cumprimentados por Itapira ser assim tão bem cuidada”, encerrou.
Fonte: Da Redação do PCI

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