A coordenação pedagógica do Jovem em Ação está realizando uma experiência inédita na formação de seu quadro de aprendizes. Desde o mês de março, aquela clientela constituída pelos meninos e meninas que já integram o mercado de trabalho, freqüentadores do Programa de Aprendizagem Para o Desenvolvimento Profissional (PADEP), passaram a ter noções da linguagem brasileira de sinal (LIBRAS).
O conteúdo vem sendo ministrado pelo professor de ensino profissional Felipe de Oliveira Toledo Morais, que teve aulas sobre o tema quando freqüentava o curso de educação física em 2008. “ Para mim está sendo um recomeço, para nossos alunos uma novidade. Estamos num processo de construção de conhecimento”, esclareceu. Morais estima que para que o conteúdo possa ser assimilado de maneira satisfatória são necessários pelo menos três meses de treino. “No primeiro mês eles ( aprendizes) aprenderam o alfabeto. Pelos testes que aplicamos, diria que 90 % deles aprenderam de maneira satisfatória e detectei nos alunos um entusiasmo muito grande”.
A turma inicial é composta por cerca de 60 aprendizes. Eles já conseguem, por exemplo, realizar os cumprimentos mais elementares e algumas perguntas. “Com a sequência das aulas será possível se comunicar em nível elevado. É como se fosse o aprendizado de um novo idioma”, projetou.
A importância de se ensinar a linguagem dos sinais, conforme explicou Fabiele Dorta, a coordenadora pedagógica do Jovem em Ação, se reside na constatação de que um número cada vez maiores de empresas vem cumprindo uma determinação legal que preconiza a contratação de um efetivo mínimo de pessoas com algum tipo de deficiência. “Os que têm problemas visuais, auditivos e de fala ( surdos-mudos) constituem-se na maior parte daqueles que se inscrevem para o preenchimento de vagas. Por isso é importante adequar os futuros profissionais a se habituarem à linguagem de Libras. Pode ser uma questão de necessidade , futuramente”, acredita.
Aprendizes exibem com sinais como se escreve a palavra Libras
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