O Governo anunciou no Natal de 2012 a medida provisória que elevou o salário mínimo de R$ 622,00 para R$ 678,00 em janeiro de 2013. Esse aumento de R$ 56,00 representa um reajuste de 9%. Se compararmos com a inflação oficial do governo, que é medida pelo IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE, que terminou 2012 em cerca de 5,7%, segundo medida do relatório FOCUS, houve um aumento real de R$ 20,60, ou seja, 3,34%.
Mas em verdade é preciso considerar um índice de inflação mais próximo da realidade dos trabalhadores. Os índices calculados pela Fundação Getúlio Vargas são, a nosso ver, mais adequados; entre eles, o IGP - DI (Índice Geral de Preços Disponibilidade), que o relatório FOCUS já mencionado indica 8,13% para 2012. Por essa nova medida de inflação, o aumento real no salário mínimo será de apenas R$ 5,43 ou 0,87%. De qualquer modo, um ganho real muito pequeno.
Ao examinarmos a série do salário mínimo desde o início do Plano Real (01/julho/1994) inicialmente fixado em R$ 70,00 (01/09/1994) e compararmos com a inflação medida pelo IGP-DI já referido, notamos um ganho muito expressivo efetivo, isto é, sobre o valor de 1994 corrigido. Houve um ganho real de R$ 294,00, tomando-se o salário mínimo de 2011 como referência final e partindo-se de R$ 70,00 como o valor de 1994, o ano do início do Plano Real. Esses R$ 70,00 corrigidos para 2011 significam R$ 327,94, que quando comparados com os atuais (2012) R$ 622,00 representam o ganho citado ou 47,2% a mais do que a inflação.
Graças ao Plano Real que abateu a inflação para níveis relativamente civilizado e, claro, à gestão dos três presidentes do período, FHC, Lula e Dilma.