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Itapira, 24 de Novembro de 2024
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04/09/2014 | Bidala encarna condição de torcedor símbolo do Palmeiras

O aposentado José Edu­ardo Oliveira, 71, pode ser considerado entre todos os milhares de torcedores da Sociedade Esportiva Palmei­ras na cidade, seguramente, um dos mais apaixonados. Aliás, como José Eduardo talvez a esposa Marisete e meia dúzia de pessoas o conheçam desta forma.

Ele é conhecido por 99% das pessoas como Bidala, apelido que herdou dos tem­pos de escola por causa da mala com material escolar que levava para a sala de aula, pesada e sempre arras­tada, que evocava situação descrita numa marcha de carnaval que fazia sucesso naquela época relatando os feitos de um tal Bidala, que vivia carregando uma mala. “Fui achar ruim e deu no que deu. O José Eduar­do sobreviveu por 10 anos enquanto que o Bidala vive já há 61”, diverte-se.

Mas, voltando a falar da ligação atávica que ele carrega com o Palmeiras, é preciso, antes de mais nada lembrar que Bidala descende por parte de mãe da família Peretta, que tradicional­mente figurava entre os ilustres palestrino” da cidade - o clube só ganhou a atual denominação no começo da década de 40. Antes de mudar de nome, por causa da Segunda Guerra Mundial era Palestra Itália. Gregório Pereta, seu avô, já era torce­dor dedicado. Seu tio, José Peretta, ainda vivo, jogava pela Esportiva Itapirense e era bom de bola.

Em 1949, ele decidiu levar o sobrinho como mascote de um jogo oficial no Está­dio Coronel Chico Vieira, quando José Eduardo tinha seis anos e nem ainda era o Bidala. “Foi meu primeiro contato com o futebol. Fiquei maravilhado. A partir daí esse esporte viria se tornar uma referência pessoal para mim”, relembrou.

Nem era preciso dizer que por influência dos parentes se tornou palmeirense de corpo e alma. Esta paixão o acompanha desde cedo e conforme descreveu, lhe acarretou saborosas lem­branças e amargas situações ao longo de todos estes anos. Bidala ouviu pelo rádio, por exemplo, o Palmeiras se sagrar campeão da Copa Rio em 1951, disputado depois da Copa do Mundo de 50 e que trouxe ao país no ano seguinte alguns dos gran­des times europeus numa espécie de embrião do que viria se tornar anos mais tarde o campeonato mundial de futebol interclubes. O Brasil foi representado pelo Palmeiras e pelo Vasco da Gama e deu Palmeiras. A Fifa, recentemente, concluiu processo onde concede ao Palmeiras a condição de primeiro campeão mun­dial interclubes por causa do torneio. Bidala tem na ponta da língua a escalação completa do time campeão.

Em 54, pode assistir ao lado de familiares o primeiro jogo ao vivo, um Palmeiras e Ponte Preta disputado em Campinas e que terminou 1a1. Desde então sempre que teve condições, passou a frequentar estádios com regularidade para torcer pelo seu Palmeiras. Além das quedas para a segunda divisão,coisa mais recente, Bidala conta que o fato mais triste que arrancou lágrimas foi um Palmeiras e Santos disputado em 1958. Ele disse que morava nas imediações da Igreja de São Benedito e chorou copiosamente depois que o Palmeiras perdeu um jogo por 7 a 6 nos minutos finais, depois de levar 5 a 2 no primeiro tempo e virar a partida para 6 a 5. “O Pepe fez dois gols de falta e virou o jogo novamente. Foi um dos dias mais tristes da minha vida”, contou.

Relíquias

Apesar da fase de vacas magras, Bidala curte as gló­rias de seu Palmeiras e tem em casa uma coleção de pertences que recordam estes feitos, entre os quais, várias relíquias, como revis­tas, flâmulas, fotografias e uma camisa autografada pelo ex-goleiro Marcos, o São Marcos, que na sema­na passada, na festa que a Torcida Uniformizada do Palmeiras fez no bairro do Tanquinho, ganhou o reforço de dois outros dois grandes goleiros da escola esmeral­dina, Gilmar e Veloso.

Bidala já teve o privilégio de em um jantar em Serra Negra, depois da conquista do título da Libertadores de 1999, com a presença de Luiz Felipe Scolari. No ano seguinte viveu rara felicidade na semifinal da Libertado­res, quando Marcelinho Carioca perdeu o pênalti que garantiu o Palmeiras em mais uma final (perdeu a decisão para o Boca Juniors nos pênaltis).

Ao ser solicitado que deixasse aos colegas tor­cedores uma mensagem nesta semana em que o clube festejou 100 anos de atividades, Bidala pa­rafraseou o saudoso ex­-governador de Pernam­buco, Eduardo Campos: “Palestrinos, palmeiristas e palmeirenses, o Palmei­ras é muito grande, não podemos desistir dele”.

Bidala com a camisa carregada de auytógrafos famosos

Fonte: Da Redação do PCI

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