Corroborando com o coquetel de péssimas notícias na área econômica , o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) informou que julho deste ano teve o pior resultado desde 1999. Em Itapira não foi diferente, o saldo entre admissões e demissões ficou negativo em 94 postos. Mogi Mirim, entre as cidades da região, foi a que mais sofreu, com 230 de saldo negativo. Mogi Guaçu teve 93 e Amparo 40 postos a menos.
Apesar disso o saldo de Itapira continua positivo no período de janeiro a julho, com 1.280 empregos com carteiras assinadas. Mogi Guaçu tem o melhor resultado da microrregião com 1.929 empregos de saldo positivo, Amparo tem 269 e Mogi Mirim 62. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do Município, Sérgio Augusto Lopes Pinheiro, o Guto Pinheiro, os resultados refletem uma realidade que tem sido perceptível para os agentes econômicos de uma forma geral, mas que passa ao largo das análises do governo federal. “A gente tem que ser realista. Não se trata de pessimismo. Trata-se de realidade. O nível de confiança do empreendedor está entre os mais baixos da história recente, o mesmo pode se dizer do nível de confiança do consumidor. Mais de 50 milhões tem algum tipo de dívida contraída, dos quais quase metade com duas ou mais prestações atrasadas. O quadro atual é muito próximo à recessão e temo que isso mais lá na frente venha a impactar ainda mais a questão do emprego”, avaliou Pinheiro.
Ele disse as empresas locais que gravitam em torno da indústria automotiva sentem os efeitos da queda nas vendas e estão demitindo. “O setor automotivo é o que mais tem sentido na pele a crise atual. Depois das férias coletivas, dos lay-offs (suspensão temporária do contrato de trabalho) o próximo passo será demitir os trabalhadores, caso a almejada recuperação não chegue”, advertiu. Poroutro lado lembra que o setor do agronegócio ainda vive um bom momento e que isso traz impacto positivo no setor de máquinas agrícolas, que emprega muitas pessoas na cidade. “De uma forma geral nossa indústria de transformação tem tido um comportamento desejável, mas diante das atuais circunstâncias fica um enorme ponto de interrogação até quando isso vai continuar ocorrendo”, observou.
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