O Secretário de Obras do município Carlos Vitório Boretti Ornellas tem tido muito com o que se preocupar nestes últimos dias. Responsável pela gestão de uma das secretarias de maior visibilidade, ele não esconde o desconforto com a atual situação que, literalmente, o deixa de mãos atadas. “Já fui avisado que até o final desta gestão não temos mais dinheiro para comprar massa asfáltica”, resigna-se.

 

 

 

Estes oito anos à frente da pasta de Obras ensinaram a Ornellas que o serviço de tapa-buracos se assemelha muito neste período do ano ao trabalho de ‘enxugar gelo’. É que com a chegada das chuvas os buracos e crateras nas ruas e avenidas se multiplicam de forma assustadora, rendendo evidentemente muita ‘falação’ ainda que a equipe responsável pelo conserto esteja à vista.

 

Agora, com o pessoal encostado por falta de matéria prima, as orelhas do Prefeito Toninho Bellini deverão arder como brasa. Os buracos que já não são poucos, serão um tormento até que a futura equipe administrativa se instale na rua  João de Moraes. O quadro desenhado indica que o futuro Prefeito ao assumir o mandato em primeiro de janeiro, deverá ordenar celeridade na compra do material necessário, o que não significa dizer que isso se dará de forma imediata. Acontece que antes de tudo será necessário que a Secretaria de Recursos Materiais faça a concorrência para aquisição do produto.

 

Segundo cálculos de Ornellas, este tipo de serviço consome em média 10 toneladas de matéria prima por dia, adquirida em torno de R$ 170 reais a tonelada. “Já temos uma experiência relevante que nos permite agilidade no processo de aquisição e acredito que a futura administração tenha também à disposição as condições necessárias para que este tipo de compra seja feita de forma rápida. O problema é que em 30 dias a tendência é que a situação se agrave”, projetou. Ele considera que a situação só não estará pior devido aos grandes esforços feitos pela atual administração no recapeamento de dezenas de ruas e avenidas nos últimos anos.

 

Indagado se a rodovia vicinal Itapira/Mogi Guaçu também ficará sem reparos, Ornellas respondeu afirmativamente. Segundo ele, apesar da promessa de estadualização, que permitiria que o DER executasse obras na referida ligação, o processo ainda não foi concluído. “Não temos recursos para consertar ruas na área urbana e não teremos também para a vicinal”, encerrou.

 

 

 

 

A crise financeira instalada na Prefeitura neste final de ano prenuncia um mês de dezembro preocupante para a população da cidade. Afinal, restarão ainda 30 longos dias para que o futuro prefeito, José Natalino Paganini possa tomar medidas necessárias com a irrigação do caixa da Prefeitura com aqueles recursos que normalmente pingam nos cofres públicos a cada início de ano. 

 

A atual situação provoca reflexões a respeito de como estarão, por exemplo, ruas e avenidas ao final do mês com a multiplicação dos buracos decorrente da chegada das chuvas? Cirurgias canceladas no setor de saúde e atraso no repasse de verbas para entidades assistenciais são apenas alguns dos problemas que A Cidade listou. Não bastasse tudo isso, por conta e obra de muitos moradores, lixo e entulho vão se acumulando em várias partes da cidade. Confira tudo nesta reportagem.