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05/05/2011 | Combater inflação não é rápido como corrida de 100m, diz presidente do BC

O combate à inflação demora a surtir resultados, não consegue reduzir os preços imediatamente, disse o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. "Isso não é uma corrida de 100m, é um esforço prolongado. Tudo o que tem sido feito não vai atingir a inflação corrente [atual] é para a frente."

Tombini deu a declaração durante sua participação em audiência pública com representantes de seis comissões da Câmara e do Senado, nesta quinta-feira de manhã.

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Ele afirmou que as medidas tomadas pelo governo devem controlar a inflação no próximo ano. "[A inflação] ruma com segurança em direção aos 4,5% em 2012". O índice de 4,5% é a meta ideal proposta pelo governo.

Relatório trimestral de inflação do BC, divulgado no fim de março, já mostrava que o Banco Central espera inflação de 5,6% para este ano.

O centro da meta de inflação estabelecido pelo governo para este ano e para 2012 é 4,5%, com tolerância de dois pontos para baixo e para cima (ou seja, pode ir de 2,5% a 6,5%).

Brasil precisa de dólares

Alexandre Tombini também disse que o Brasil precisa do capital estrangeiro, mas o governo se preocupa com a entrada excessiva de dinheiro porque isso pode descontrolar a inflação.

"O grande fluxo de capital estrangeiro é um desafio. Não significa que Brasil não precise desse capital. Agora, a depender da intensidade desse fluxo, ele traz desafios. O primeiro é a inflação, porque ele expande o crédito além do que deveria. E interfere no preço de ativos, como imóveis", disse Tombini.

A reunião de Tombini na Câmara e no Senado é uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF – Lei Complementar 101/00), que determina a realização de encontros semestrais entre o BC e as comissões temáticas pertinentes do Congresso para avaliação do cumprimento dos objetivos das políticas monetária, de crédito e cambial.

A inflação tem preocupado o governo. Na semana passada, durante o primeiro encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de seu governo, a presidente Dilma Rousseff falou sobre o tema.

Ela disse que ia combater a alta do custo de vida "diuturnamente." "Tenho compromisso com o controle da inflação. Disse isso no meu discurso de posse e durante a campanha. E cumpro meus compromissos", afirmou.

Dilma considerou o problema da inflação de certa forma positivo porque isso indica que mais pessoas estão com dinheiro para consumir. A inflação ocorre quando muita gente tenta comprar bens e não há produtos suficientes.

Há duas semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou a taxa básica de juros (a Selic) em 0,25 ponto percentual, para 12% ao ano, o maior nível desde janeiro de 2009, quando era de 12,75%.

A intenção também é combater a inflação. Com os juros mais altos, em tese as pessoas compram menos, porque as prestações dos crediários ficam mais caras. Se há menos procura por produtos, os preços tendem a cair, reduzindo a inflação.

(Com informações da Agência Câmara)

Fonte: uol.com.br

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