De olho no início da aplicação da Lei Nacional dos Resíduos Sólidos a partir de primeiro de agosto, conselheiros do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comdema) deliberam em seu último encontro ordinário, realizado na última quarta-feira de junho, emdeflagrar uma nova campanha de esclarecimento junto à população da importância de se separar de forma correta o que é lixo reciclável e o que é lixo orgânico. “Embora esta questão do lixo reciclável já tenha sido objeto de muitas campanhas de esclarecimento, fato é que ela ainda não está bem equacionada se levarmos ao pé da letra a aplicação da Lei dos Resíduos Sólidos”, comentou Lucas Gardinalli, atual presidente do Comdema.
No entendimento dele e dos demais conselheiros, apesar da boa vontade com que a maioria dos moradores se pré-dispõe em separar o lixo reciclável, muita gente peca por não colocar o lixo no dia correto. Este comportamento acarreta dois problemas imediatos, prejudica a atuação da Associação dos Coletores de Resíduo Sólidos de Itapira (ASCORSI) e leva o pessoal da EPPO a recolher o lixo orgânico junto com o lixo reciclável. “Em hipótese nenhuma o lixo reciclável poderá ser levado ao aterro sanitário depois de primeiro de agosto. É uma questão que vamos tentar equacionar com outras partes interessadas, aí no caso aprefeitura e a própria EPPO”, comentou Lucas .
Nestas conversações seria definida a estratégia para atingir o público desejado. Para a bióloga Maria Odete Mello Santana, que integra a equipe gestora da Ascorsi,a campanha de conscientização movida pela Associação que tem inclusive patrocínio oficial da Petrobrás vem tendo êxito no tocante à formação de consciência principalmente no público escolar. Mas ela avalia que é preciso intensificar formas de fazerchegar a mensagem a um outro público, aquele que cuida de deixar o lixo fora de casa. “Precisamosesclarecer o cidadão a respeito de suas responsabilidades perante a nova realidade, de que precisa descartar os resíduos de maneira correta senão poderá ser responsabilizado por isso”, defendeu.
Coletores Autônomos
Ela enxerga ainda um outro problema com relação à forma com que o lixo reciclável é recolhido. A atuação de coletores autônomos preocupa a Ascorsi. Odeteconta que os autônomos vão à frente recolhendo o material que seria destinado à Associação. Como se trata de um assunto delicado, ela contou que o caso será levado também para a apreciação do prefeito José Natalino Paganini (PSDB). A título de comparação, disse que em janeiro a coleta da Ascorsi atingiu 70 toneladas. Em junho foram 55 toneladas.