Ele conta hoje com nada menos que 508 variedades da planta, todas registradas com placas e em um caderno de controle. Sempre que adquire uma nova muda espera até que a primeira florada se desenvolva para que possa enquadrá-la em sua coleção.

 

O gosto pelo cultivo da orquídea tem aumentado nos últimos anos. As feiras e exposições são mais frequentes e algumas espécies passaram a ser encontradas em locais de fácil acesso, como supermercados e lojas de variedades. “Isso é muito bom. Quanto mais pessoas cultivarem essa planta mais tipos existirá e mais preservada ela será”, afirmou Mitestainer.

 

Apesar de bela, a flor exige um cuidado mais que especial. O aposentado explica que o principal erro é pensar que o tratamento da orquídea é igual ao de outras plantas. “Cada espécie, de cada região do mundo, tem um modo diferente de cuidado. Algumas gostam de sol, outras de sombra. Não gostam de muita água. Algumas preferem vasos e outras gostam mais de troncos. Tudo varia, mas com o tempo dá pra pegar o jeito de cada uma delas”, esclareceu o aposentado.

 

Mitesatainer contou ainda que o cuidado diário com seu orquidário ocupa boa parte de seu tempo e que isso faz muito bem para sua saúde. “Passo, em média, quatro horas por dia junto com as plantas. Olho cada uma delas com cuidado para que se desenvolvam saudáveis. Sempre quis alguma atividade para relaxar e encontrei isso aqui. Já fiz até um curso de aperfeiçoamento que durou um ano”, conta.

 

No mundo existem mais de 35 mil espécies dessa planta. A partir desse número é possível fazer cruzamento em laboratório entre elas e criar outras inúmeras variedades de híbridas. Algumas podem demorar até oito anos para produzir a primeira florada e outras se desenvolvem na metade do tempo. Essa demora é o que pode explicar o custo elevado de cada vaso de orquídea. Em Itapira, é possível encontrar exemplares que vão de R$ 25 a R$ 150. “Tem orquídeas que são muito raras e possuem um preço exorbitante, chegando a custar mais de R$ 3 mil”, afirmou o aposentado.

 

As flores coloridas e dos mais diferenciados tamanhos chamam atenção também pelo cheiro. Algumas em específico têm odores conhecidos, como mel e chocolate. A durabilidade depende de cada espécie, sendo que algumas floradas caem em um ou dois dias e outras se mantém firmes e fortes por até 90 dias. Porém, a média é que elas durem 15 dias.

 

Apesar do amor por seus vasos, Mitestainer afirmou que vende alguns exemplares aos interessados, mas sempre tomando cuidado para que sua coleção se mantenha inalterada. “Se eu tenho uma só eu não vendo. Ou então se a pessoa quer muito aquele tipo único eu pego uma muda para conservar meu estoque. Às vezes algumas pessoas não gostam disso, mas faço com que elas entendam que cada uma é uma matriz de reprodução e eu preciso mantê-las”, relatou.

 

Os interessados no assunto, os que quiserem adquirir um vaso, conhecer o local ou até mesmo pedir dicas para o cultivo da planta podem procurar pelo Antônio Mitestainer na rua da Penha, 704.