No momento em que as atenções de parte da sociedade se voltam para o início da Semana Mundial do Meio Ambiente, o jornal A Cidade foi buscar em Mogi Guaçu dados para fazer uma radiografia das demandas que sobrecarregam a agência regional da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
Segundo informou o engenheiro florestal Paulo Roberto Bantin de Souza, 52, gerente da unidade de Mogi Guaçu, atualmente tramitam na agência 436 processos. Deste total , ele estima que de Itapira sejam pelo menos 15% do total de processos em avaliação. “Temos notado um pequeno crescimento nas demandas vindas de Itapira”, comentou.
Aliás, Bantin de Souza possui grande simpatia por Itapira e confessou que até cogitou fixar residência na cidade no começo da década passada quando prestava serviços ao Departamento Nacional de Recursos Materiais. O namoro com uma funcionário da Prefeitura de Mogi Guaçu que viria depois a se tornar sua esposa acabou frustrando seus planos. “Por conta do acúmulo de serviços não tenho ido a Itapira com a frequência que eu desejava. Mas sempre que posso ir não deixo, por exemplo, de saborear um almoço no Restaurante Nova Era, do meu amigo Ezinho”, entregou.
Apesar de ter notado crescimento dos processos relacionados à cidade dentro do órgão que comanda, Bantin de Souza garante que a cidade é uma das que menos problemas ambientais apresentam, mencionando como aspecto favorável o fato da cidade tratar seu esgoto há 40 anos, o que para ele é um fato notável.
A agência de Mogi Guaçu foi criada dentro do plano de descentralização do órgão, já que antigamente todos os processos eram direcionados para Pirassununga, cidade distante 60 quilômetros de Mogi Guaçu. Inaugurada em setembro de 2009, já trouxe no rastro 478 processos para análise, que rapidamente subiu para 532 quando Bantin assumiu a gerência. A Cetesb de Mogi Guaçu começou atendendo 10 cidades e com o fechamento em definitivo do escritório de Pirassununga incorporou mais quatro. Águas de Lindóia, Araras, Conchal, Engenheiro Coelho, Estiva Gerbi, Itapira, Leme, Lindóia, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Pirassununga, Santa Cruz da Conceição, Serra Negra e Socorro são atendidas.
Segundo o atual gerente, em média são realizadas a cada mês 130 vistorias, emitidas 220 licenças ambientais e 50 autorizações para intervenções em Áreas de Preservação Permanente e Supressão de Vegetação, além da demanda burocrática como expedição de cartas, ofícios e autuações – cerca de 30 são emitidas a cada mês.
Além disso , os pedidos de Licença Ambiental representam grande parte da demanda. Em 2013 foram emitidas 1.085. Segundo Bantin de Souza trata-se da principal demanda dentro da agência.
Para dar conta de tanto trabalho, a agência de Mogi Guaçu conta com três engenheiros civis, três engenheiros agrônomos, um engenheiro ambiental, uma engenheira química, uma bióloga, um técnico civil, uma técnica química, um técnico de coleta e um estagiário da área técnica. No que tange a área administrativa são três funcionários da Cetesb, duas funcionárias cedidas pela Prefeitura de Mogi Guaçu, três estagiários e duas funcionárias terceirizadas.
Bantin acha que a agência de Mogi Guaçu possui estrutura suficiente para dar agilidade às diversas demandas, mas gostaria de poder melhorá-la. “É claro que precisamos melhorar a estrutura, especialmente no que tange ao aumento do corpo técnico, porém a maior dificuldade está relacionada ao atendimento de reclamações pontuais, pois a distância de alguns municípios, acima de 60 quilômetros, e da diferença de horário do acontecimento e da comunicação, muitas vezes impede a constatação da causa da reclamação, principalmente naquelas que envolve reclamações de ruído, odor e mortandade de peixes em córregos e rios, que são ecossistemas dinâmicos”, finalizou.
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