Realizado no último sábado na quadra poliesportiva do CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados), no Istor Luppi, o Sarau Cultural do Dia da Mulher atraiu aproximadamente 150 pessoas, dentre elas muitas crianças do bairro. Elaborado de forma independente e com objetivo de levantar discussões acerca de assuntos relacionados ao sexo feminino, conquistas, lutas e anseios da mulher, o evento contou com programação variada das 14h às 16h.
Conforme mencionou a pesquisadora Aline Fernanda Longo, uma das organizadoras do Sarau, devido a mudança de local houve uma redução do público em relação às edições anteriores, mas nada que comprometesse o resultado final. “Contamos com a presença de muitas crianças, que participaram de atividades de pintura e desenho e prestigiaram as apresentações. Sobre a mudança de local, era esperado que algumas pessoas não comparecessem, mas creio que com o tempo o pessoal vai começar a entender
os porquês de não se fazer eventos em apenas em um único local e a necessidade de levar a cultura para todo lugar” disse.
Dentro do cronograma proposto, a música ficou por conta de Letícia Souto, enquanto que as exposições fotográficas foram organizadas por Sabrina Brombim, Fernando Pinécio, Letícia Souto, Giovana Caversan e Gabriela Ravetta. Ainda no campo das artes visuais e de literatura marcaram presença Vanessa Cruz, Emiline Bersani, Olga Serra, Lais Vitoria Granziera, Giulia Caversan e Helena Caversan. Ainda dentro da programação, a Cia. de Teatro Talagadá apresentou seu espetáculo Na Boca do Lixo.
Em relação à promoção de novos encontros culturais, Aline Fernanda Longo disse que está em fase de planejamento, junto com o Coletivo Voz Popular e com o Conselho Municipal de Cultura, um evento alusivo ao dia do trabalhador no mês de maio. Contudo, não há qualquer data definida. “Acredito que daqui pra frente irá aumentar a adesão de artistas da cidade e também de público, contribuindo para a elaboração de conteúdo mais politizado e abrangente”, anseia.
Contratempos
Conforme mencionou a organizadora, alguns contratempos foram enfrentados durante a realização do Sarau, dentre eles a falta de acesso ao banheiro feminino e à sala de cinema do local. “No Sarau da Mulher o banheiro feminino estava fechado”, criticou. Devido aos problemas, uma das atividades programadas – exibição de curtas – precisou ser cancelada. “A Secretaria de Cultura informou que não havia funcionários para abrir a sala. São problemas que poderiam ser evitados, mas os contratempos em nada atrapalhou a força das propostas”, disse.
O secretário da pasta, Marcello Dragone Iamarino, disse que na verdade o problema poderia ter sido evitado caso os organizadores o tivessem procurado para discutir pessoalmente as propostas de ações e as necessidades. “Eles fecharam tudo com o Conselho Municipal de Cultura e não me informaram direito o que eles iriam fazer e como eu poderia ajuda-los. Aconteceu que no dia e hora do Sarau, o técnico responsável pela sala estava com outro compromisso assumido e realmente não tinha outra pessoa para colocar lá”, alegou.
Ainda em sua defesa, Iamarino afirmou que está sempre pronto para apoiar todos os tipos de manifestações culturais, mas que, para isso, precisa ser sempre consultado. “O Conselho delibera e fiscaliza, mas não executa. Nossa secretaria planeja ações o ano todo e precisamos ser informados dessas propostas para não ocorrer embates desse tipo”.
E ele explicou que no ofício destinado a ele estava descrito que haveria a exibição de filmes, mas nada especificado que seria necessária a utilização da sala em questão. Sobre o banheiro fechado, ele informou que a medida de manter trancado foi tomada pelos funcionários do local e ele não tinha qualquer acesso às chaves. “Eu preciso que o conselho traga até mim as ações que eles pretendem realizar para que tudo seja analisado e possamos orientar corretamente antes de colocar o nome da secretaria, que se torna responsável por eventuais problemas”, afirmou