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Itapira, 16 de Novembro de 2024
Notícia
08/02/2012 | DROPES: 98º capítulo

 

 

Era para arder. Ardeu! A primeira sessão extraordinária do último ano da atual legislatura estava marcada para ser quente. Além da votação das contas de 2007 do prefeito Toninho Bellini, tinha o assunto do panfleto apócrifo contra a advogada e vereadora Sonia Santos e a composição das comissões.

Oito anos. É bom lembrar que caso os vereadores mantenham o parecer do TCE, Toninho Bellini e Antonio Carlos Martins ficarão inelegíveis por oito anos por uma diferença inferior a R$ 40 mil reais nas despesas com educação.

Essa não é a questão. A inelegibilidade, em si, não traduzirá um grande problema. Bellini não parece disposto a encarar uma nova eleição a prefeito daqui a quatro anos ou para outros cargos. Martins, apesar de ser apontado como o preferido de Bellini, nunca se manifestou concretamente a respeito. A quem diga que Martins quer sossego total após a entrega do bastão, que foi cumprido com honradez e brilhantismo.

Self-service. O maior problema com a rejeição das contas ficaria para os candidatos situacionistas, que teriam dificuldade para explicar a punição recebida, oferecendo aos oposicionistas um farto prato para ser devorado na campanha eleitoral.

A incógnita! A rejeição do parecer requer sete votos, no mínimo. Nesse caso, o presidente da casa votará. Carlinhos e Kará seguramente votarão favoráveis ao parecer. As possibilidades de mudanças estariam em Sonia Santos, do mesmo partido de Mino, e Zé Branco, que é sempre uma incógnita nessas ocasiões.

Inseguros, postergaram a apreciação em 30 dias. As esperanças continuarão sobre Sonia e Zé Branco. Pelo bate-boca entre a petista, Manoel Marques e Mino Nicolai na noite desta terça, 7, Sonia dificilmente mudará de posição. Zé Branco, em função dos atendimentos do deputado Barros Munhoz, começa a ficar longe de rejeitar o parecer do TCE.

Não deu outra. Sonia foi surpreendida com a decisão do grupo governista com relação ao fechamento dos votos para a composição das comissões. Chegou a insinuar que o presidente Manoel Marques estava fazendo o mesmo jogo de Barros Munhoz. E declarou: “os senhores vão ver que os votos deles irão para eles mesmos, alijando a oposição das comissões.”  

Por isso ela desconfia. Sonia agradeceu os apoios recebidos por ocasião da divulgação do panfleto apócrifo, manifestou estranheza ao não receber pelo menos uma ligação do presidente Manoel Marques. Sentiu ao ver a casa que ela tanto emprestou suas lutas não publicar uma nota de repúdio, assim como fez a OAB e o PT.

Tudo em casa! As três comissões foram compostas por Orcini, Ferrarini, Mauro, Mino e Cleber. Cada um recebendo cinco votos, deles mesmos. A oposição só tinha quatro votos. Na comissão de ética, os mesmo cinco se candidataram e receberam os mesmos cinco votos.

A trucada foi alta. A expectativa dos governistas era de que Sonia Santos, ao tomar conhecimento da estratégia que a excluía das comissões, propusesse um acordo. A contrapartida seria o voto nas contas do prefeito.

O tiro saiu pela culatra. Sonia não entrou na jogada, optou em se reunir com os três vereadores ligados ao deputado Barros Munhoz para dar uma resposta politicamente organizada e unida aos tramites governistas.

Vai ou racha. Mas tem gente que viu na reação governista uma decisão final no caso Sonia. Esse negócio de tá e não tá não interessava mais. Pelo menos, coloca-a no lugar dela e deixa o ninho original, em paz. Rachou e sobrarão farpas para todos os lados.

O vereador que cobra. Antes do entrevero, Carlinhos Sartori usou o pequeno expediente para cobrar a reforma da creche do Istor Luppi e da confusão que o novo sistema de coleta de lixo está provocando na cidade. Segundo o vereador, o lixo orgânico, em alguns bairros está demorando três dias para ser coletado.

Falou, mas não disse. Mino Nicolai abriu o discurso contestando as palavras de Carlinhos Sartori sem dar as respostas aos questionamentos levantados pelo vereador oposicionista. Optou por agredir as administrações anteriores e louvar o sistema de coleta de lixo atual.

Eu tenho a força... de Deus! Continuando nas respostas, Mino isentou Manoel Marques e assumiu para si a responsabilidade nas negociações que montou as comissões estritamente governistas. E foi mais longe. Disse que daqui pra frente, ele não será mais aquele vereador bonzinho e cordato com a oposição. “Aprendi nesses oito anos, apanhando, sendo humilhado... Não podemos ter do nosso lado pessoas que a gente não sabe como ela vai se comportar”, fazendo uma alusão, obviamente, à vereadora Sonia.

Super vivo. Mino disse que o seu irmão continua respeitado e quem acha que o Toninho Bellini está morto, enganam-se.  A cada dia ele está mais vivo e será decisivo na campanha eleitoral desse ano.

Não seria adversário, vereador? Mino, no entanto, chamou a campanha eleitoral desse ano de “guerra” e disse que quem não estiver com o irmão dele será considerado, por ele, Mino, como “inimigo”.

Mané explicou, mas não convenceu. Manoel Marques foi para a tribuna e esclareceu que não viu no panfleto contra Sonia Santos ligação política. Foi contra a profissional. Por isso, não se sentiu na obrigação de telefonar para a vereadora ou publicar uma nota oficial. Reforçou, no entanto, o repúdio ao ato, colocando-se à disposição no que fosse preciso para encontrar e punir os responsáveis.

Conheço a Sonia! Marques disse ainda que caso esse folheto fosse escrito por algum governista, seria uma burrice sem tamanho. Sabendo que precisam do voto da vereadora, fazer isso para mudar a opinião dela nunca funcionaria.

Lançou dúvidas ao vento. Manoel disse que tem suspeitas, mas espera pela conclusão da investigação. Alertou que a vereadora poderá se surpreender com o resultado, caso o autor seja identificado. Chegou a insinuar que o material se assemelha aos folhetos que eram postados em Mogi-Mirim a mando de Barros Munhoz há tempos.

O troco! Depois da votação das comissões, consumada a previsão, Sonia solicitou uma questão de ordem para dizer que os vereadores situacionistas tinham prestado um desserviço à democracia. Mino, visivelmente alterado, entrou no embate dizendo que se sentia orgulhoso daquele momento e quem estava ofendida não era a democracia, mas a vereadora Sonia por não conseguir se eleger para nenhuma comissão.

Quem com ferro fere... A postura do grupo governista em controlar totalmente as comissões não pode ser vista como uma decisão antidemocrática como prolatada por Sonia. Os vereadores usaram o poder do voto. O voto da maioria. O macaco velho Orcini lembrou bem. Em 2005 sob o comando da vereadora, nenhum vereador da oposição ocupou cargo nas comissões.

E a terceira via se consumou... Com essas e outras está formado o terceiro grupo político na cidade. Sonia é contra Munhoz e contra Bellini. Agora arrumou uma bela encrenca com Mino, que foi para o PT a convite dela. Como bem disse Manoel Marques, “Sonia deve estar formando um novo grupo político.”

Mostrou pulso. Foi respeitado. Marques, aliás, teve um bom desempenho como presidente na sessão desta terça. Não entrou nas provocações, controlou com competência o entrevero Mino e Sonia e conduziu imparcialmente os interesses e questionamentos dos vereadores. Quem tá apostando na degringolada do grupo, caso Manoel Marques venha a ser o candidato, pode ser pego de calças curtas.

Baixinho barbudo. Os adversários de Manoel Marques, desejosos de bons resultados eleitorais, devem tomar mais cuidado com o baixinho barbudo. Ele está construindo um discurso crítico ao governo Toninho Bellini, sem desagregar a parte boa e reconhecida pela população. Principalmente, o chamado avanço democrático e a liberdade de expressão.  

Quinta tem mais!

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Nino Marcati, da Redação do PCI

Fonte: Da Redação do PCI

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