Secretariado do Paganini
Segundo um assessor muito próximo ao Mestre, tem gente falando muita bobagem por aí a respeito da cúpula palaciana que administrará a cidade a partir de janeiro de 2013. O critério Paganini é competência, garra, inteligência, amor à camisa e disposição para trabalhar. Evidentemente, o processo não é simples, mas como o futuro prefeito assumiu a responsabilidade pela montagem da equipe, até janeiro estará pós-graduado em articulação política.
Está caminhando.
Diz esse assessor que para Paganini o processo está bem delineado, mas ainda poderá sofrer alterações até o início de dezembro. Poucas pessoas, de extrema confiança, estão partilhando as escolhas e as conversas. Sabe-se que nem todos os desejados por Paganini aceitarão a empreitada, mas por motivos meramente pessoais e profissionais. E nem todos os desejosos terão o acento pedido.
Parábolas.
O Dropes escutando uma conversa aqui, outra ali construiu um pequeno perfil dos prováveis nomes do primeiro escalão, no estilo parabolizado. Um exercício para quem tem muita curiosidade e pouco o que fazer.
Uma no cravo...
Um deles, por exemplo, reúne educação esmerada, educado, delicado, gentil, possui bons sentimentos e porque não dizer, é nobre e digno, mas nem por isso é pouco afeito aos embates, às cobranças e aos pedidos de esclarecimentos. Outro, ao contrário, é visto como boi bravo arrepiado, mas para quem anda por perto dele, sabe que no fundo, no fundo, está mais para o touro Ferdinando.
Outra na ferradura.
No alto escalão de governo está prevista a participação de duas mulheres, pelo menos. Uma delas é especialista para a pasta indicada, goza de experiência e sobrenome italiano comum em Itapira. Assim, como o outro cogitado, além de extremamente técnico, foi o grande achado dessa eleição.
Uvas.
A outra mulher já é conhecida na cidade por seu trabalho no serviço público e o nome dela lembra uma árvore que produz um acessório fundamental para os apreciadores do bom vinho. E por falar em vinho, um grande apreciador e estudioso da bebida, dono de voz frutada, aveludada e encorpada, também tem ponto garantido.
Companheiro é companheiro.
O homem que está ao lado do Paganini há tempos, continua sendo um dos principais ouvintes e conselheiro, logo seu lugar sempre esteve reservado. E porque não dizer, também, dos outros três bons filhos que à casa retornarão.
Dos tímidos.
Das boas novidades uma virá de um empresário de poucas palavras, porém firmes e consistentes, e de outro que representará a secretaria determinada com maestria, experiência, alegria, história e carisma.
Segunda votação.
A sessão desta terça-feira foi marcada pela apreciação, em segunda votação, do projeto de iniciativa popular que pedia a revogação do reajuste dos subsídios dos vereadores e da emenda que equiparava os salários dos secretários aos dos vereadores.
Contra o movimento.
Da forma como o projeto foi aprovado, mostrando mais sentimento de retaliação e estratégia contrária ao governo eleito, a atitude dos vereadores acabará recebendo mais relevância do que os objetivos do movimento. Embarcaram no barco que antes diziam furado.
Contra o regimento.
Na discussão, Zé Branco abriu a palavra para mostrar que aquela votação contrariava o regimento da casa que estabelece a apresentação dos projetos de lei fixam os subsídios do prefeito, vice-prefeito, presidente da câmara, vereadores e secretários municipais dentro do 1º semestre do último ano de cada legislatura.
Justiça, o caminho.
Para Zé Branco qualquer decisão quanto à fixação dos subsídios fora do período indicado contraria a legislação e poderá ser revisto pela justiça. Zé Branco, além de votar contra a redução, declarou: “eu vou procurar a justiça, imediatamente. Estou defendendo o legislativo.”
Papéis invertidos.
O vereador Zé Branco, sabe-se, não avançou nos estudos, mesmo assim foi à tribuna para defender a interpretação jurídica do regimento interno da casa. Por outro lado, Manoel e Sonia, dois advogados, foram à tribuna com interpretações divergentes. Carlinhos Sartori, também advogado, preferiu não se manifestar.
E se...
Imaginemos, pois, que a tese levantada por Zé Branco saia vitoriosa e a justiça restabeleça o projeto aprovado (na calada da noite, diga-se), levando por água abaixo todas as articulações pós-eleição. Como ficará a posição dos advogados envolvidos?
Enganação.
Mais interessante, senão confuso, foi o discurso da vereadora Sonia Santos. Ela condenou os vereadores Carlinhos e Flavio, presentes na sessão anterior, por terem dito que não pleiteavam o aumento dos subsídios dos secretários, mas a manutenção dos valores, hoje, pagos.
Reduziu ou não reduziu?
Sonia disse que os dois tentaram enganar o povo dizendo que a proposta deles era de aumento e não de manutenção do valor. E que a emenda não reduzia, apenas equiparava. Mas ela própria conferiu com Manoel Marques o valor dos subsídios dos secretários atuais, R$ 5.800,00. A emenda reduziu para R$ 4.950,00. E ninguém questionou a vereadora na confusão das palavras. Será que Carlinhos não deveria ter contestado?
Continuar errando, esse é o caminho?
Manoel Marques, como presidente da câmara, questionou a interpretação de Zé Branco, mas acabou dizendo a seguinte pérola: “antes nessa casa era comum rasgar o regimento”. O que Manoel quis dizer com isso? Seria que os eventuais erros passados devem prevalecer eternamente?
Na praia, sem programação?
Na semana passada, a saída de Manoel Marques, no meio da sessão, foi justificada pela vereadora Sonia por um telefonema pessoal recebido pelo presidente. Segundo informações colhidas por esta redação, Manoel saiu às pressas, mas para pegar o carro e rumar para a praia.
Feio é posar de santo.
É bom que se diga, caso seja verdadeira tal informação, além de Manoel ter direito ao merecido descanso, o uso de estratégias nas votações é legítimo, mesmo equivocado. A operação mandou Zé Branco para a presidência e retirou dele o voto contra o reajuste dos salários dos secretários. Só que essas coisas, hoje em dia pesa para o povo.
Mandaram perguntar 1.
Quando o vereador falta por motivo de doença ele deve pedir licença. E quando ele abandona a sessão no meio, ele pode sair assim sem mais nem menos? Já pensou se a moda pega? O vereador vai para a sessão, fica lá meia hora e sai sem mais nem menos.
Mandaram perguntar 2.
Uma ligação telefônica, logo após o encerramento da sessão, lançou a seguinte questão: ”eu estava na câmara e observei a expressão de alguns vereadores. Tive a sensação de que o voto desses não era livre, consciente, mas que algo muito forte os prendia àquela decisão. Quem seria o vilão dessa história?”
Sorriso maroto?
Era visível, durante a sessão, o ar de satisfação que Manoel Marques exalava por conta da aprovação da emenda que equiparou o salário dos secretários aos dos vereadores não reajustados. Há muito tempo Manoel não se mostrava tão à vontade na mesa. Mas de quem ele estava rindo? De Paganini? Do povo?
Política não evoluída.
Quando o projeto que reajustou o salário dos vereadores entrou em votação, foi clara a votação às pressas para que ninguém percebesse ou recebesse o ônus do reajuste. Tentaram passar no escuro. Agora querem transparência. Conveniência?
O troco.
Agora Manoel e Mino mostraram em seus discursos que querem ver Paganini sofrendo, apresentando projetos corrigindo títulos, solicitando reajustes estratosféricos, caindo na armadilha preparada. Mas não era tudo isso que eles tanto criticavam?
Sempre o Mino.
Para encerrar a sessão com chave de ouro, Mino Nicolai, antes ferrenho defensor do reajuste dos subsídios dos vereadores, mudou para o outro lado depois de perder a cadeira de vereador, mas reconheceu: “se eu tivesse sido eleito, com toda certeza estaria junto com o vereador Zé Branco, votaria contra a revogação do reajuste.”
O cuspo da mudança.
Mino disse, ainda, que mudou o voto para não levar cusparada de novo, deixando aos futuros vereadores as pauladas. Acha que em pouco tempo haverá uma grande oposição ao novo governo e que a imprensa irá para o mesmo caminho, pois para vender tem que ser contra o governo. E confessou: “todo mundo tem medo da imprensa. Essa é que é a verdade.”
O cuspo e a reflexão.
Quando ocorreu o episódio da cusparada, este redator condenou veementemente o ato insano praticado por algum desavisado. Uma coisa é não concordar com as posições de alguém, outra coisa é usar recursos medievais para demonstrar a contrariedade. Mas com essa mudança, Mino acabou reconhecendo o valor daquela cuspida ao dar a ela a justificativa da mudança.
Oposição cooperativa?
No Dropes anterior, Ferrarini disse que fará oposição cooperativa a Paganini. Foi o suficiente para chegar vários e-mails criticando o vereador por essa conversa mole. “Se ele quer fazer uma oposição cooperativa, ele deveria estar fazendo isso agora, votando contra os projetos que só trarão prejuízos para o povo.” E alfinetou: “infelizmente, Ferrarini pagará um preço político muito maior do que perder a eleição. O povo está de olho.”
A vítima.
Esse e-mail dizia, também, que o vereador Ferrarini foi a maior vítima do grupo comandado por Manoel Marques. “Fez um mandato exemplar, reunia todas as condições para a reeleição, mas ao acompanhar o chefe nas decisões e procedimentos, foi prejudicado.” E perguntou: “até quando vai a dependência de Ferrarini a Manoel e por quê?”
Mais um desafio.
Paganini ao telefone voltou a dizer que apesar de não entender o motivo que levaram os vereadores a prejudicar a cidade no apagar das luzes, reconhece que os vereadores, mesmo equivocados, estão fazendo oposição antecipada, tentando atingir um governo que nem começou. “Dentre tantos desafios, esse será mais um a enfrentar. Buscarei superar todas as adversidades que eles me impuserem, com serenidade. Deixando à consciência deles, o julgamento e a condenação.”
Estava com tudo e com a prosa.
Barros Munhoz esteve em São Paulo neste domingo fazendo campanha para Serra. Foi um dos apoiadores mais ovacionados. Na região que atuou, fez Serra vencedor no primeiro e segundo turnos. Foi entrevistado pelo “Pânico na TV” e “CQC”, dos vistos por aqui.
Tucano ou Pombo?
Ronald Rios do CQC perguntou o que Munhoz achava sobre a substituição do mascote Tucano pelo Pombo que só voa baixo e faz caca. Munhoz entrou na brincadeira do programa, respondeu que a substituição do Tucano poderia ser considerada, mas não para o Pombo. Defendeu a história do partido.
No fechamento do Dropes, um assistente da sessão desta terça, encaminhou o seguinte relatório:
“Parece que uma sessão de incoerência vergonhosa assolou a câmara. O ínico a salvar-se foi o Zé Branco que manteve sua palavra até o final. O Mino teve a capacidade de assumir, publicamente, que tinha interesse em aumento do salário antes das eleições e agora que o barco afundou, quer seguir com a unanimidade, conseguida graças a ausência do Manoel Marques na ultima sessão.”
“O Manoel Marques também quer que a coisa pegue fogo. Não é! Disse que agora que sabe como tudo funciona terá mais capacidade para fazer oposição. Não conseguiu administrar a cidade em oito anos como prefeito de fato. Vai ter competência pra ser oposição? Só se for só isso daqui pra frente. Ainda quer colocar a culpa de tudo na imprensa! Que quando o Paganini assumir farão oposição pelo simples fato de só se vender jornal assim. Esqueceu que a Tribuna apoiava o Novo Tempo e só passou a criticar diante da incompetência total da gestão do grupo.”
“Agora a (#@$%) não quer votar pela congratulação ao aniversario do deputado, pois "ele foi uma pessoa nefasta para Itapira”. Nefasta foi a atuação dela, marido e restante do grupo, cuja única obra de impacto foi a indecente arquibancada que ficara lá como um troféu por décadas.”
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