Vitória do povo?
Quase três meses depois, finalmente foi aprovado na sessão de Câmara da última terça-feira, o projeto de lei de iniciativa popular que revoga o reajuste salarial de 29,8% dos vereadores. Teria sido uma vitória da população itapirense, que tão bem mostrou sua vontade reunindo mais de duas mil assinaturas contra o reajuste, não fosse o curso dado pelos vereadores.
Vitória da vingança?
Ficou clara a pegada de carona no projeto de iniciativa popular, que até 7 de outubro era execrado e achincalhado pela maioria dos vereadores, para criar dificuldades para o prefeito eleito com 68% dos votos. Numa manobra pouco ortodoxa, vincularam a revogação do reajuste à equiparação dos vencimentos dos parlamentares ao do vice-prefeito e secretários, reduzindo dos atuais R$ 5.800,00 para R$ 4.950,00.
Oposição antecipada.
Paganini que conduziu a eleição no mais elevado nível, sem responder agressivamente nenhum ataque, apesar da vitória esmagadora e da vontade do povo, terá dificuldades para conseguir bons secretários que troquem seus vencimentos privados por R$ 3.500,00 livres dos descontos de praxe.
Quem deve valorizar o trabalho do vereador?
Aí um vereador, com cara de astuto, perguntou: “porque o vereador não pode receber o mesmo salário que os secretários?” Não será difícil, para este vereador, encontrar a resposta com o povo que sabe muito bem quanto deve um vereador receber.
O povo não é bobo.
O povo, talvez, até exagere no subdimensionamento. Mas não seriam os próprios vereadores os primeiros a se desvalorizarem? Quem é que tentou reajustar os subsídios como se estivessem envergonhados com o que fazia? Quem foi que defendia o reajuste antes e depois o reconheceu como exagerado? Quem foi que propôs a redução do salário dos secretários depois das eleições e não antes como deveriam?
E ainda fala-se em democracia.
Aliás, diga-se, tem um figurão derrotado da política local que só conseguiu ver aprovada a emenda da redução dos salários dos secretários graças ao poder de fogo, nada ortodoxo, que com muita clareza determinou: “ou vocês votam do jeito que eu falei ou nunca mais vocês voltarão para a política de Itapira. Eu sei como fazer isso...”. Ainda bem que tal poder só vai até o dia 31 de dezembro.
Movimento desmoralizado?
O povo de Itapira soube avaliar as ações do Novo Tempo e o colocou em terceiro lugar. Saberá diferenciar a ação dos vereadores ao movimento que coletou as assinaturas para o projeto popular. O poder legislativo nunca deveria ser desmoralizado, pena que os próprios legisladores não pensem assim. Pior que isso é quando os legisladores tentam desmoralizar até os movimentos populares.
A equipe de Paganini não vai pipocar...
Começa nesta segunda, 5, o processo de transição do atual governo Toninho Bellini para o governo eleito José Natalino Paganini. A equipe será formada por João Bozzi, Luis Roberto Dini Ferreira, Vandré Bassi Cavalheiro, Ana Elisa Guerreiro, Luiz Antonio Cavenaghi e Antônio Eduardo Boretti.
Mas a transição cooperativa. Sei não!
Fontes internas sediadas na João de Moraes garantem que o governo Toninho Bellini não pretende facilitar a vida da equipe de transição. Tentarão passar a ideia de que estão colaborando com tudo, mas muitas perguntas poderão ficar sem respostas. Alguém ouviu a seguinte frase: “porque nós vamos facilitar o trabalho dessa gente. Eles que se virem como nós no viramos em 2004.”
Vivendo e aprendendo.
O grupo que sai está descobrindo que o final de governo é sempre complicado. Além da falta de estímulo e dinheiro, ninguém está nem aí com o que está acontecendo. Como os olhos da população estão voltados para o novo governo, esquentar a cabeça por quê? Será que o governo Bellini vai inaugurar alguma obra até dezembro? Ou estaria todo mundo contando os dias nos dedos?
Sem dinheiro.
Quando o Dropes informou, antes das eleições, que o dinheiro tinha acabado e que a Prefeitura estava encontrando dificuldade para pagar até o pão do café dos funcionários. A redação recebeu uma enxurrada de e-mails e comentários contestando a informação e classificando-a como mentirosa.
Agora, nem cafezinho.
Foi só passar a eleição e a situação caótica desabrochou. Além do corte no transporte de pessoas doentes, falta de gasolina para a frota de veículos, inclusive da Guarda Municipal, até água e cafezinho estão racionados em todos os departamentos. Menos no gabinete.
Processo tranquilo
Paganini não espera encontrar dificuldades durante o processo de transição, verá todos os atos como gestos possíveis de serem realizados. Acredita que Toninho Bellini não terá motivos para não colaborar com ele e com o povo de Itapira.
É só seguir a cartilha.
A CGU orienta que o governo em fim de mandato deve proporcionar ao prefeito eleito a chamada transição republicana informando sobre as ações, os projetos e os programas em andamento, com vista à continuidade da gestão pública, além de oferecer-lhe todos os dados e informações necessários à elaboração e implementação do programa do novo governo.
Esquentando os motores
Paganini diz, ainda, que irá acompanhar o processo de transição bem de perto. O Mestre, do alto da sua humildade, confessou que usará esse período como aprendizado e espera tirar proveito em termos de experiência e entender um pouco mais do complexo sistema de administração pública.
Enxugar...
Paganini, aliás, sabe que o grande desafio do seu governo estará no enxugamento da máquina, na melhoria dos postos de comando e na retomada do funcionamento da adminsitração de forma a permitir serviço e atendimento mais eficientes. Espera que os companheiros saibam entender esse processo. “Assumimos compromissos com a população. Temos muito que fazer e muito que melhorar. Tudo o que criticamos ontem, não podemos fazer amanhã”, esclareceu.
Não gostou!
Antonio Carlos dos Santos, marido de Sonia Santos, não gostou de ver publicado no Dropes o e-mail encaminhado por um internauta que acompanhou a sessão da câmara na última terça-feira quando a vereadora votou contra a congratulação de aniversário ao Deputado Barros Munhoz. A nota dizia: “Agora a (#@$%) não quer votar pela congratulação ao aniversario do deputado, pois "ele foi uma pessoa nefasta para Itapira”. Nefasta foi a atuação dela, marido e restante do grupo, cuja única obra de impacto foi a indecente arquibancada que ficara lá como um troféu por décadas.”
“(...) em que pese minha modesta capacidade política, profissional e histórico de vida, minha participação no Governo foi fruto de uma decisão partidária tomada através do conjunto de seus filiados, aliás, como foi também com relação ao companheiro José Carlos. Na oportunidade, uma vez contrário à decisão, não me manifestei a esse respeito, dizendo que iria pensar sobre o assunto. No decorrer dos dias, o apelo dos companheiros, Edson, Arlindo Chinaglia, Suplicy e Erundina ajudaram a decidir, notadamente as palavras da companheira Erundina que fez uso desses termos: dessa vez você não pode fugir da responsabilidade histórica. Relembrando com isso 1988 quando após participar ativamente de sua vitoriosa campanha em São Paulo, convidado, não fiz parte do Governo. Já quanto ao meu desempenho político e profissional no Governo os fatos falam por si só e não será a sanha da inveja e do rancor de eventuais detratores que irão apagar o que ficou inscrito nos anais da história administrativa e política de Itapira.” (ANTONIO CARLOS)
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Nino Marcati, da Redação do PCI.
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