Voto contra o povo.
Os manifestantes contrários ao reajuste dos salários dos secretários não ficaram nada satisfeitos com o resultado da votação desta terça, 26. Invocaram durante toda manifestação a palavra democracia e chamavam, através de cartazes e palavras de ordem, os vereadores a darem ouvido ao povo. Será que os vereadores votaram mesmo contra o povo?
É o que eu acho!
Um participante ativo das sessões legislativas itapirenses fez o seguinte comentário: “o que esse pessoal quer dizer com tudo isso? São eles que estão falando em nome do povo? Os vereadores, não? Quantos votos essa gente teve nas ultimas eleições para chamarem para si o pensamento do povo? Eles têm assinaturas de todos os itapirenses? Eu acho que eles estão representando apenas os inconformados com a última derrota, e olha lá! Acho que eles estão sendo usados, de novo, por aqueles que mandavam e desmandavam na cidade até o ano passado.”.
Nada!
Outro cidadão emendou: “eu, de vez em quando, olhava e via na cara de alguns que eles poderiam trabalhar como secretários, por menos de R$ 4 mil reais, e fazer muito mais e melhor.”. E completou: “se eu fosse o prefeito Paganini, pegava uma secretaria e dava para o melhor deles, para ver o que faria”. O primeiro desancou: “eu digo o que eles fariam. O mesmo que os anteriores fizeram. Nada!”.
A gente vai aprendendo.
Um analista político sentenciou: “a democracia brasileira e itapirense continuam carecendo de embates dessa natureza. Aprendem os dois lados. Um buscando mais consistência nas propostas e organização; outro entender, respeitar e assumir o peso da decisão impopular.”.
Avançamos.
É fato que vereadores e manifestantes evoluíram em relação ao ano passado. Os edis não gostaram de receber vaias (quem é que gostaria?), mesmo assim, em nenhum momento alteraram a voz ou fizeram gestos faciais e musculares que demostrassem estar profundamente incomodados ou chamaram a polícia. No máximo algumas campainhas e uma interrupção da sessão, por alguns minutos, para acalmar os ânimos.
E avançamos.
Os protestantes usaram cartazes, palavras de ordem tipo “Contra... Contra”, “Vergonha”, respondiam ao vereador Rafael quando ele dizia que no ano passado a câmara não pensou no povo: “agora também não está!” Vaiaram em vários momentos. Após a votação, os manifestantes saíram e se reuniram para discutir o futuro.
O futuro.
Os participantes da reunião decidiram que não medirão esforços para divulgar o que tinha acontecido na sessão e na próxima semana, voltarão à câmara, para uma nova reunião onde será definida uma pauta de ação, não atrelada a aumento de salários.
Bom humor.
A esquerda brasileira e as manifestações populares, por ação das lideranças, são marcadas pelos exageros rabugentos. Não foi o caso da ação patrocinada contra os reajustes dos secretários, onde prevaleceram frases e comentários bem humorados. Já que a ironia é uma boa ferramenta, bem humorada, melhor.
O conjunto da obra.
O Dr. Rafael se apresentou para fazer a defesa do reajuste dos salários, esclarecendo que colocaria a sua opinião, em nome dos mais de 2 mil votos que recebeu, pediu respeito, assim como os manifestantes estavam sendo respeitados. De um modo geral, não acrescentou nada de novo, salvo quando disse que a população não avaliará o desempenho deles - os vereadores – por um único ato, mas pelo conjunto da obra, nos quatro anos de mandato.
Cesar votou contra.
O vereador petista, como fez na 1ª votação, votou contra o reajuste dos salários, mas esclareceu que esse voto não pode ser entendido como de oposição. Disse várias vezes que não era contra o reajuste, mas contra o momento que ele está sendo dado: “Eu acho que podíamos esperar mais um pouco.”.
O PT não influenciou.
Ao ser questionado quanto à não declaração de voto, Cesar foi sincero: “a minha posição é o que eu falei, não vi necessidade de justificar.” O vereador petista, disse também, que não recebeu nenhuma orientação do partido a respeito do reajuste. “Fiz o que fiz, de acordo com a minha consciência.” Sobre a sua atuação parlamentar, informou que tem conversado bastante com o ex-vereador e ex-secretário Carlão Vieira.
Diferença!
No ano passado, a TVPCI tentou organizar um debate envolvendo os manifestantes contrários ao reajuste dos subsídios dos vereadores com o representante da câmara. Não teve êxito. No máximo, conseguiu discutir com os envolvidos isoladamente.
Só faltou dizer: vennnhhhhhaaaaaa!
Agora, apesar da maioria folgada, no primeiro convite, Carlão Jamarino, líder do prefeito, aceitou discutir com um representante do PSOL sobre o reajuste dos salários dos secretários, sem saber, de antemão, o nome do debatedor contrário.
Abre fecha.
O PSOL escalou o sociólogo e professor de sociologia, Flávio Eduardo Mazetto, para contrapor Carlão Jamarino, mas quem assistiu percebeu que enquanto o líder do prefeito se colocava aberto para opiniões divergentes, Flávio insistia que a discussão não levaria à mudança do rumo.
Essa é para ninguém entender.
O interessante é que Carlão Jamarino chegou a convidar Flavio a criar um espaço na tentativa de se construir uma relação democrática e participativa, através das opiniões divergentes, mas o sociólogo preferiu fechar as portas, por conta da falta de disponibilidade. Como durante a semana Flávio alegou, justificadamente, estar totalmente tomada pelo trabalho, mas quando Carlão perguntou sobre os domingos, a resposta veio de que era dia de descanso.
Os dois são trabalhadores.
O problema é que Flávio, intencionalmente ou não, acabou passando a ideia de que ele, como professor e trabalhador incansável, não tem tempo para ficar discutindo política, enquanto Carlão, como vereador, tem tempo de sobra para esse assunto. Acontece que Jamarino, além de vereador, é coordenador de recursos humanos da JF Máquinas, faz parte da diretoria do Clube de Campo Santa Fé e, se não bastasse, gasta um tempão danado com o porco alviverde.
Saiu de banda.
O ponto mais impressionante da conversa na TVPCI foi quando Flávio tentou dizer depois do reajuste dos salários dos secretários, que outros projetos entrarão na pauta a mando do prefeito Paganini ou do deputado Barros Munhoz e serão todos aprovados de acordo com interesses escusos, sem discussão com a sociedade, insinuando que os vereadores não votam pelas próprias cabeças. O vereador palmeirense pediu, então, que Flávio apontasse, um por um, esses tais projetos para que ele pudesse expressar naquele momento a opinião dele. Flávio não apresentou.
Pequeno expediente.
Metade dos vereadores usou o pequeno expediente na sessão desta terça-feira. Dr. Mauricio, Juliano, Marquinhos, Dr. Rafael e Carlinhos. A maioria defendeu seus projetos. Dr. Rafael e Carlinhos usaram a tribuna, também, para outras explicações.
Defesa.
Dr. Rafael abriu a fala pedindo respeito aos votos que recebeu e deixou claro que não gostou das insinuações de que ele teria usado, repetitivamente, as defesas de seus projetos para retardar ou conturbar a votação do reajuste dos salários. Disse, com toda propriedade, que defender projetos é prerrogativa do vereador e que todos os projetos são importantes, não apenas o que reajusta salários. Fez uma breve revisão de todos os projetos apresentados por ele e aprovados.
Tribuna livre para o Pedroso.
Carlinhos Sartori explicou que Pedroso entrou com um pedido na segunda-feira, 25, para usar a tribuna no horário das 19h30min às 19h45min, conforme previsto no regimento interno. Apesar dos quinze dias regulamentares para se manifestar, o presidente deferiu.
Moradores de rua.
O regimento, segundo Carlinhos, exige que o assunto seja delineado. Pedroso informou que o assunto seria “Moradores de Rua”, mas um pouco antes da sessão começar Pedroso informou que poderia tocar em outros assuntos, fato que o presidente da mesa não pode permitir, explicando que poderia interrompê-lo verbalmente ou com o corte do microfone.
Mudou...
Diante da explicação de Carlinhos, Pedroso optou em deixar a fala para a próxima sessão. Mas, depois, voltou à carga pedindo para usar a tribuna, naquela sessão. Como já era 19h30min passada, Carlinhos explicou que não dava mais tempo de entrar na sessão.
Teste Drive.
Possivelmente, os manifestantes ou o próprio Pedroso partiram para a ideia de que se o tema correto fosse colocado, o reajuste dos salários, o presidente usaria os quinze dias e lhes tiraria a oportunidade de colocar o assunto na sessão correspondente. Imaginando que ao discursar com tema não declarado, o processo não seria interrompido, sem provocar desgaste.
Bom senso.
Tal devaneio, caso tenha partido da cabeça de algum manifestante, mostraria total falta de maturidade política. O processo democrático exige clareza nas intenções, não pegadinhas. Se a intenção era testar o presidente, que o teste fosse feito com o tema correto. Felizmente, no final, o bom senso dos manifestantes prevaleceu.
Executivo x legislativo.
Historicamente, os projetos de iniciativa do executivo sempre dominaram a pauta dos trabalhos legislativos. Curiosamente, nessas primeiras sessões, os vereadores estão conseguindo superar o prefeito, com larga vantagem.
Ponto positivo.
Nesta terça-feira, 26, na reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente compareceram dois vereadores, Dr. Rafael e Marquinhos, que informaram a intenção de participar de todas as reuniões de todos os conselhos, acatando, ao que parece, uma sugestão do Dropes publicada no dia 6 de fevereiro.
Ponto negativo.
Contaram o milagre, mas protegeram o santo. Dois vereadores patrocinaram, pela inexperiência, dois pedidos esdrúxulos logo no comecinho do mandato. Um queria saber se a câmara poderia bancar a viagem dos vereadores para os EUA para representar Itapira na posse do Obama. Outro perguntou se poderia usar o carro oficial, uns três ou quatro meses, até que ele pudesse comprar um.
Saldo.
Os vereadores atuais representam uma boa safra e quem tem acompanhado os trabalhos legislativos percebe evolução. Não deverá prevalecer o adágio de um cartaz da sessão desta terça-feira, que dizia: “não fica um meu irmão!”
Prejuízo.
O pessoal da Ascorsi botou a boca no trombone por conta da troca da Sanepav pela Eppo que comprometeu a coleta dos recicláveis na semana passada, ocasionando falta de material para os selecionadores nesta terça-feira e a consequente queda na arrecadação no final do mês.
Nem o Zé sabia.
Ao ouvir a reclamação de que a Ascorsi poderia ter ficado sabendo antes para apresentar alguma sugestão ou ajuda na transição, o Secretário da Agricultura e Meio Ambiente, Zé Alair, declarou: “gente, nem eu estava sabendo da mudança. Esse tipo de decisão é assim, de uma hora para outra.”
Surpresa.
O prefeito Paganini ao ser consultado pelo Dropes informou que a mudança mexeu com a cidade toda e a intenção era fazer a transição sem que nenhum setor fosse afetado. Mas dada a complexidade do sistema, esperava que todos compreendessem as eventuais discrepâncias. “Uma coisa é algo não dar certo na mudança, outra é não dar certo sempre.”
Um pouco de paciência...
Paganini tem se mostrado como um grande apoiador das atividades da Ascorsi e tem certeza que ajudará a associação bastante, mas não gostaria de ver pessoas confundindo as necessidades do município com a rotina organizacional das instituições, apesar de justas, nessa fase de acomodação. “Nós precisávamos melhorar os serviços e reduzir as despesas. Precisamos de um pouco de paciência. Senão fica difícil...”, concluiu Paganini.
Saúde.
Nesta terça-feira, Paganini participou da reunião do Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico do Circuito das Águas e foi eleito para a diretoria. Amanhã vai se encontrar com o Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Giovanni Guido Cerri, vai apresentar os planos para reformar totalmente o Hospital Municipal e conseguir recursos para realizar o mutirão de exames e cirurgias eletivas.
Investe SP.
A outra reunião será com Luciano Santos Tavares de Almeida da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP) para atrair investimentos, gerar empregos e inovação tecnológica.
Nino Marcati
Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.