Para o deleite da população itapirense e regional mais uma festa do peão foi realizada com sucesso e teve forte participação popular. Estima-se que mais de 20 mil pessoas diferentes tenham frequentado as apresentações e os vários ambientes oferecidos. Depois da festa, abrem-se as reflexões: será que esse tipo de manifestação cultural continua valendo a pena?
Para os apaixonados pela música sertaneja essa festa é insubstituível. Do ponto de vista social, os seis dias acabam refrigerando a rotina e animando os frequentadores para o enfrentamento da grave crise por qual passa o país. Mas nem tudo são elogios.
Dentre os admiradores das atividades relacionadas ao rodeio, propriamente ditas, aquelas que envolvem os animais, o lamento é pela redução sistemática do gosto pelas montarias e pelo trabalho dos peões. Acreditam que sem os shows, a festa teria vida curta, aqui e na maioria das cidades brasileiras.
Apesar da garantia dos organizadores de que o animais são bem tratados, supervacinados e que se alimentam com capim e ração da melhor qualidade, é crescente o número de ativistas que acusam os rodeios de maus tratos, entre eles o uso de bastão para espetar ou para bater na cabeça, e até para dar choques, apesar da proibição federal. Relatam, ainda, puxões pelo rabo e confinamentos deles por horas a fio. Até o fato dos animais ficarem próximos às caixas de som com volumes altíssimos e dos fogos de artifícios que os assustam são relatados como nosivos. Em Itapira, não houve nenhum histórico, até a presente data, de que esses fatos tenham ocorrido.
Este ano, as exigências de um dos artistas provocaram inúmeras reclamações como o fechamento, antes do horário, da área de visitação do público fato até então nunca verificado. Além disso, a preocupação com os artistas e os exageros dos agentes de segurança provocaram descontentamentos generalizados.
Enfim, é fato que no Brasil está ficando cada vez mais difícil a organização e execução das grandes festas populares. A tendência é que elas se tornem cada vez mais caras para atender as exigências da legislação e as cobranças dos frequentadores. É bem possível, com o tempo, que em algumas cidades as grandes festas se inviabilizem para a tristeza de todos.