Em julho, o jornal britânico Financial Times, em editorial, comparou a situação do Brasil a um "filme de terror sem fim" devido às crises política e econômica. Estavam certos, de lá para cá, só piorou, e não há nada, por enquanto, que garanta a volta de melhores dias.
O Brasil já passou por grandes crises, mas nenhuma foi tão devastadora como esta que se apresenta. A previsão mais otimista é de que ela perdure por dois longos anos, caso se confirme, um fenômeno que só foi verificado em 1930. Há oitenta e cinco anos...
O PIB deverá registrar queda superior a 2%. Tamanha desaceleração só foi verificada entre 1930 e 1931, durante a Grande Depressão Mundial, reflexo da quebra da bolsa americana em 1929.
A última taxa que aponta a queda na ocupação mostrou que em julho batemos em 7,5%. Foi a taxa de desemprego mais elevada desde 2009, mantendo a tendência dos meses anteriores. Nos últimos 12 meses, 662 mil trabalhadores ficaram desempregados. Como se não bastasse, a renda real mensal caiu 0,3% de um mês para o outro e 2,4% em relação ao de julho do ano passado.
Enquanto isso, os políticos brasileiros parecem estar concentrados em dois lados: um que não tem competência para enfrentar a crise com soluções viáveis e factíveis, do outro, aqueles que querem o quanto pior, melhor, como se povo nem existisse ou tivesse que pagar a fatura, todos os dias. Tem gente brincando com fogo!
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