No último domingo, cerca de dois milhões de pessoas foram para as ruas em várias cidades brasileiras para protestar. O Datafolha detectou que quase metade dos entrevistados teve como principal motivação para sair às ruas o protesto contra a corrupção.
As manifestações, sob o olhar da democracia, foram espetaculares, transcorreram de forma pacífica e mandaram recados preciosos aos governantes e ao conjunto da classe política.
O procurador da República DeltanDallagnol, integrante da força-tarefa, disse no início desta semana que as descobertas da Lava Jato “indignaram” o País, mas não “o transformaram”. Completou dizendo que ainda não houve atos concretos para acabar com a corrupção e a impunidade, e destacou: “para uma sociedade mais justa, precisamos de transformações estruturais”.
Para Dallagnol, a operação mostra que não devemos ver a “corrupção endêmica” como um fenômeno particular ligado ao “partido A ou B”, mas como um fenômeno pluripartidário. “Se nós queremos que essa corrupção diminua, devemos mudar a estrutura”, reiterou.
Para terminar, enfatizou que no Brasil a corrupção é um crime de “baixo risco” e que não devemos adotar a “teoria da maçã podre”, aquela que prega a retirada da fruta para limpar o cesto. “Essa é uma teoria internacional sobre corrupção, muito criticada, que não devemos adotar; precisamos de mudança no sistema político e no sistema de Justiça Criminal, mais efetiva”, advertiu.
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