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Itapira, 20 de Janeiro de 2025
Notícia
06/06/2015 | Ele era de uma persistência e dedicação extrema

 

 Para Luís Antonio Simiona­to, o Pudim, 61, é impossível separar a instituição e o pro­fessor Barretto, principalmente se for levado em consideração o período entre meados dos anos 60 e início dos anos 70. “O período é pequeno pelo que ambos representam, mas me é muito significativo”, diz.

 Formado em Administração de Empresas, com especializa­ção em Gestão de Materiais, pela Faculdade Senador Fla­quer de Santo André-SP; de­senhista mecânico e projetista de ferramentas pela Protec de São Paulo, e técnico em Logística pela Etec de Itapira, Simionato, um dos velocistas da equipe de revezamento do IEEESO (Instituto de Edu­cação Estadual Elvira Santos Oliveira), multicampeã em vários âmbitos na década de 60, considera que foi um pri­vilégio ter frequentado uma instituição de ensino da gran­deza do IEEESO. “Todo meu aprendizado escolar, que hoje é denominado de fundamental e médio, foi no IEEESO. Pri­vilégio, assim como eu, que centenas de alunos tiveram de ter excelentes professo­res e incentivadores que me marcaram muito, dentre eles o professor Barretto”, frisa.

Segundo o ex-aluno, mar­cas como persistência e uma dedicação extrema pelos seus objetivos, são algumas das virtudes do professor. “Tenho pelo professor Barretto um enorme respeito, pelo seu profissionalismo, pelos ensi­namentos recebidos, principal­mente quanto a moral, ética e humildade”, constata. “Tenho uma enorme gratidão por ter me dado a oportunidade de fazer parte de uma equipe de esportistas, que foi vitoriosa e muito respeitada”.

Fazendo uma reflexão das atividades esportivas, em es­pecial o atletismo, Simionato revela detalhes importantes para o sucesso alcançado na­quela época. “Por que éramos vencedores?” Porque existia uma desigualdade de condi­ções”, frisa. “Não era uma desigualdade pela existência de privilégios, ações desonestas e oportunistas ou qualquer falcatrua. A desigualdade se constituía pela iniciativa no aproveitamento dos recursos disponíveis, pelo trabalho com muito treinamento, a busca de melhores condições, pela união da equipe e a determi­nação do incansável professor Barretto. Tenho um amigo, profissional de TI, que quando comete algum tipo de erro em sua atividade profissional, costuma dizer: ‘Em 95% de minhas ações eu sou ótimo, em 5% delas eu sou apenas bom’. O Barretto se enquadra perfeitamente nesses dizeres”.

 

Treinamentos

 Pudim Simionato lem­bra muito bem como eram realizados os treinamentos da equipe de atletismo. “Os treinamentos eram realizados em uma pista com piso duro, pedriscos irregulares, curvas em 90 graus, que por vezes no revezamento 4 x 100m alguém descia barranco abaixo até próximo a linha da Mogiana. Essas condições até eram favo­ráveis pois nas competições as pistas eram melhores”, recorda. “Treinávamos fortalecimento com sobe e desce nos mor­ros onde é hoje o Cemitério da Paz, a partir da Praça da Árvore, com capim gordura pegajoso que deixava os tênis e as pernas pretas”.

 Segundo ele, quando chovia durante os treinamentos, nada de cancelamento. “Treinávamos nos corredores, escadarias e nas áreas cobertas da escola”, revela. “Tínhamos intercâmbio com o Esporte Clube Pinheiros de São Paulo, ainda hoje uma referência no esporte. Inúmeras foram as viagens para São Paulo e algumas vezes também esti­veram em Itapira. Para treinar ou competir pelo Pinheiros era a maior dificuldade, autoriza­ção dos meus pais e faltas nas aulas, pois tinha apenas 16 e 17 anos”.

 O material de treino tam­bém está bem vivo em sua memória. “Tínhamos recursos materiais com sapatilhas de prego Adidas (brancas com as três listras azuis), enquanto as escolas das outras cidades, tênis e até mesmo chutei­ras”, diverte-se. “A equipe de atletismo do IEEESO era maravilhosa. Tínhamos uma base fixa e variações conforme as competições ou condições físicas de cada atleta. Faço re­ferencia a Ypê Arthur Ferreira Alves, Helinho Pegorari, Gildo Henrique Piardi, José Alber­to Breda, Miguel de Arruda, Antonio Carlos Rossi (Dão), Fernando Fernandes, Cláudio José Nascimento Pinto, Carlos Nogueira, Mauro Rubens Ro­sário (Bi) e Renato Bortolocci”.

 E, como uma equipe dessa, os títulos eram uma constante. “Nesse tempo fomos tricam­peões estaduais estudantis, duas vezes no Ibirapuera-SP e uma em Pirassununga, acho que em 70, 71 e 72”.

 Sua entrada no mundo da competição aconteceu um pouco antes, no final dos anos 60. “Iniciei minha participação nas competições estaduais em 68 no Estádio do Paca­embu, ainda existia a Concha Acústica, com 14 anos. Minha prova era salto em distância e saltei 5,15, classificando em terceiro lugar. Para receber a medalha o professor Barretto foi me buscar no vestiário, não sabia nem o que tinha acon­tecido”, lembra. “Nos anos seguintes, além da prova de salto em distância, também era integrante do revezamento 4 x 100m, com Bi Rosário, Dão Rossi e Cláudio Nascimento, e da prova de 100m rasos”.

 No auge de seu período como atleta do IEEESO, Simio­nato chegou a se sobressair no salto em distância. “Meu melhor resultado foi em 72 na prova de salto em distância com 6,89m, na seletiva para o Estadual Estudantil de Atle­tismo que antecedeu a partici­pação do IEEESO na cidade de Pirassununga. A competição, como sempre, era na pista de atletismo do Colégio Culto a Ciência de Campinas”, recorda. “Com esse salto fui convocado para a Seleção Paulista de Atletismo para participar do JEB’s – Jogos Estudantis Bra­sileiro, na cidade de Maceió - AL, no Estádio Rei Pelé, em comemoração aos 150 anos da Independência do Brasil. Juntamente comigo foram convocados para as provas de meio fundo Gildo Henri­que Piardi e Carlos Nogueira e para a prova de velocidade Cláudio José Nascimento Pinto. Quatro alunos do professor Barretto na seleção Paulista de Atletismo de 1972”.

 Pudim Simionato, até hoje, recorda de todos os bons mo­mentos vividos naquele perío­do. “Tenho muito orgulho em ter vestido o agasalho azul com a gola branca transpassada e com o bordado nas costas da abelha bombástica, símbolos do trabalho e da força, com as inscrições IEEESO/Itapira”.

 

Mas, como tudo tem um fim, sua passagem pela es­cola um dia chegou ao fim e ali começaria um novo ciclo. “Deixei Itapira no início de 73, indo morar com meus tios em Santo André, no ABC Paulista, e retornei em abril de 2007”, conta. “Atualmente trabalho na VipColor Industria Eletrônica. Sou casado há 35 anos com Sueli e temos um casal de filhos, o Renato e a Simone”.

 


 Equipe de atletismo do IEEESO com o famoso uniforme azul

Recordista do revezamento 4 x 100 com 47seg1: Bi Rosário, Dão, Fernando Fernandes e Pudim Simionato

 


 Dão Rossi com o troféu e a equipe em dia de comemoração

Fonte: Da Redação do PCI

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