Em sua edição do último dia 05 de julho, sexta-feira, o prestigioso jornal O Estado de São Paulo trouxe com destaque em seu caderno de economia a aposta feita pelo grupo multinacional de capital espanhol Osborne ao adquirir uma fatia de 50,1% da Natique, empresa que fabrica vodka e cachaça, que tem como um de seus proprietários um itapirense, Luiz Henrique Secchi Munhoz, o Duíque, um dos filhos do Deputado Estadual José Antonio Barros Munhoz.
Segundo o noticiário, com a aquisição, o grupo espanhol espera aumentar sua participação no mercado nacional, de olho principalmente no mercado de cachaça Premium. A Natique tem como marcas mais conhecidas a cachaça Santo Grau e a vodka Liquid. A proximidade de dois eventos de repercussão mundial, A Copa do Mundo e as Olimpíadas , favorece, segundo analistas, a aposta dos executivos espanhóis em aumentar a venda da cachaça para o exterior . Conforme menciona a referida matéria, apenas 1% dos estimados 1,2 bilhão de litros produzidos de cachaça é vendido lá fora.
Falando ao Jornal A Cidade, Duique disse que o “namoro” com os espanhóis vinha se arrastando desde o início do ano, inclusive com uma visita feita à Espanha. Questionado se o fato dos espanhóis terem adquirido mais do que a metade dos ativos significaria que ele e seu sócio ( Renato Almeida Prado) ficariam alijados da administração do negócio, Duíque disse que isso não ocorre. Segundo ele um dos pontos que mais atraiu o interesse dos novos sócios foi exatamente o modelo gerencial adotado. “Uma das coisas que mais atraiu o negócio com nossa empresa, foi a forma de gestão. Por isso, o acordo é que a Diretoria será de nossa responsabilidade. Recebi o honroso e desafiador cargo de Diretor Operacional, responsável por toda a administração da empresa, sem nenhuma interferência dos novos sócios no dia-a-dia da empresa.
Por outro lado, seria justo que tivessem o poder de controlar o Conselho, responsável pelas decisões mais estratégicas e de longo prazo. E, mesmo o Conselho ficou formado por 7 integrantes – 4 da Osborne e 3 nossos – sendo que para as matérias mais sensíveis ao destino da sociedade, há quorum qualificado de 5 votos e, portanto, temos poder de veto.
Enfim, o espírito de sociedade de largo prazo é o que nos motiva, sendo que os direitos de ambas as parte ficaram absolutamente respeitados e bem distribuídos”, avaliou.
Origens
A origem da empresa remonta de 1996, quando Duique havia cursado Direito na prestigiosa Escola do Largo São Francisco ( assim como seu pai e o irmão Eduardo) em São Paulo. Ele disse que à época ele e outros colegas tinham muitas propostas de trabalho, mas que ao lado de Renato decidiu ter o próprio negócio. “O início foi muito difícil. Começamos a empresa com 2 mil reais emprestados do meu irmão Eduardo e mais 2 mil de um amigo comum. Foi uma startup total. Começamos do absolutamente zero. Como sempre tivemos bons relacionamentos e, graças a Deus, respeito dos amigos; no começo, primeiros anos, os amigos foram nossa fonte de financiamento. Isso foi absolutamente fundamental para o sucesso da empresa, já que neste momento os juros brasileiros eram estratosféricos e impraticáveis para qualquer negócio ficar em pé”, relembrou.
Não se esquece de mencionar a participação de amigos itapirenses neste processo.” Amigos itapirenses estão entre os que nos apoiaram, depositaram sua confiança em nós e de quem nunca me esquecerei nesta trajetória. Meu grande amigo “Ninão”, o Luis Eduardo Santoro, nos emprestou dinheiro no começo. A Mariotoni Factoring, através do Rodrigo e da Rogéria foram nossos parceiros importantes”, elogiou.
Afastado de Itapira já há vários anos, ele conta que seu negócio é baseado em São Paulo, com várias ramificações. Hoje nosso escritório administrativo fica em São Paulo, capital. Nossa planta industrial fica em Extrema, Minas Gerais. A cachaça Santo Grau é produzida cada qual em seu engenho localizados em Coronel Xavier Chaves, (MG), Paraty, (RJ) e Itirapuã, (SP). Todos engenhos históricos e tradicionais. Apenas o engarrafamento é feito em nossa planta, em Extema”, detalhou.
Foto mostra Duique (centro), o amigo e sócio Renato( direita) e empresários espanhóis donos da Osborne