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Itapira, 24 de Janeiro de 2025
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04/12/2013 | Estar com a Igreja é estar com o Bispo
O presente artigo foi escrito para atender aos verdadeiros católicos (e pessoas de boa vontade em geral) que perguntam: que fazer diante de ácidas críticas, às vezes gratuitas, contra um Bispo diocesano?
 
Começamos lembrando o que São Cipriano de Cartago (†258) nos ensina: “A Igreja é o povo unido ao seu Pontífice e o rebanho que adere ao seu Pastor. Em consequência, devemos compreender que o Bispo está na Igreja e a Igreja está no Bispo, e que, se alguém não está com o Bispo, não está na Igreja” (Epístola 66, 8,3).
 
Para São Cipriano querer separar a Igreja do Bispo é “desmantelar os membros de Cristo, despedaçar o corpo da Igreja Católica” (Epístola 44, 3,1). Em sentido contrário e positivo, respeitar o Bispo significa “aproximar entre si os membros do corpo dilacerado na unidade da Igreja católica, reatar o vínculo da caridade cristã... voltar ao regaço e aos braços da própria Mãe [a Igreja] (Epistola 45, 1s).
 
Vê-se, assim, que, entre os fiéis dos primeiros séculos, a figura do Bispo já tinha o destaque necessário que chega até nossos dias. Com efeito, é Dom Dadeus Grings, Arcebispo-emérito de Porto Alegre (RS) e sábio canonista, quem, após recordar o ensinamento acima, escreve que, diferentemente do que alguns pensam, “O Bispo não é um delegado do Papa, que pode exercer somente aquilo que lhe é concedido pela autoridade suprema. Mas ao contrário: ele possui ‘todo poder ordinário próprio e imediato’, que requer para o exercício de sua tarefa pastoral, exceto naquelas causas que o Sumo Pontífice houve por bem reservar a si” (...) E mais: o Bispo cumula, no governo da Diocese, o poder executivo, legislativo e judiciário (Curso de Direito Canônico. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 2004, p. 25-26).
 
É, portanto, estranho que uma pessoa desejosa de ser realmente católica, apostólica, romana menospreze isso. Sim, tal menosprezo tem início quando esse “católico” começa, como a serpente no paraíso (cf. Gn 3), a entrar onde não foi chamada querendo, por exemplo, decidir sobre a transferência de padres, a nomeação de Bispos e até a eleição ou a deposição do Papa.
 
Com efeito, já em novembro de 1998, em visita ao solo austríaco, o Santo Padre João Paulo II lembrou que a Igreja não é uma democracia (do grego démos), mas, sim, o povo (laós, donde laikós, grego) de Deus que substitui a qahal (assembleia) do Antigo Testamento. Esse povo de Deus tem uma constituição hierárquica querida pelo próprio Senhor, pois, diferentemente de um governo republicano, eleito pelo povo, na Igreja, é Cristo quem escolhe, por meio do sucessor de Pedro (o Papa) e dos outros Apóstolos (Bispos), aqueles que estarão à frente das comunidades (Pergunte e Responderemos n. 441, fevereiro de 1999, p. 96).
 
É de notar ainda que a Igreja não é a mera soma dos seus membros, mas uma realidade divino-humana, por isso transcendente aos humanos. Ela é o Corpo Místico de Cristo prolongado na história dos homens (cf. 1Cor 12,12-21; Cl 1,24), tendo, assim, diferença em relação aos governos meramente terrenos que, mesmo eleitos pelo povo, também não agradam a todos.
 
A propósito escreve ainda Dom Robinson Cavalcanti, Bispo anglicano de Recife (PE) – portanto não católico, mas cheio de bom-senso: “Muitos querem ser católicos ‘ao seu modo’, como o sujeito que quer ser atacante em time de futebol, mas insiste no ‘direito’ de pegar a bola com a mão...” (O Lutador, 21-31/03/09, p. 15).
 
O fiel católico tem, pois, a obrigação de aceitar com obediência filial aquele que Deus através da Igreja designa como Pastor de uma porção do povo de Deus, que é a diocese, mas pode, sim, apresentar ao Bispo sua opinião reverente e bem fundamentada acerca de temas que dizem respeito à vida eclesial, conforme o cânon 212 do Código de Direito Canônico.
 
Aliás, ao comentar esse dispositivo legal o Pe. Dr. Jésus Hortal, SJ, diz que “Ao direito dos fiéis de apresentar suas necessidades e suas opiniões aos Pastores, corresponde o dever destes de acolher com interesse essas manifestações e de submetê-las a estudo sério”. Para isso há os horários de atendimentos na Cúria Diocesana, momentos abertos não só aos católicos, mas a todas as pessoas de boa vontade desejosas de conversar com o Bispo assuntos importantes a fim de agirem como filhos da luz e não das trevas (cf. Jo 3,19-21)
Fonte: Prof. Vanderlei de Lima

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