Veja a lista:
Hélio Costa (PMDB-MG)
Poder: ministro das Comunicações (de 2005 a 2010), senador (eleito para o mandato de 2003 a 2011) e candidato ao governo de Minas (2010)
O que deu errado: deixou o ministério para disputar o governo de Minas pela terceira vez, arrancando do PT apoio que era de Fernando Pimentel, amigo pessoal de Dilma e atual ministro da Indústria e Comércio. Perdeu para Antonio Anastasia (PSDB), que nunca havia disputado eleição e só tinha o apoio do ex-governador Aécio Neves. Hoje, sem mandato, Costa cobiça um cargo no segundo escalão, mas não tem a simpatia da presidente.
Marina Silva (PV-AC)
Poder: ministra do Meio Ambiente (de 2003 a 2008), senadora (reeleita senadora para o mandato de 2003 a 2011) e candidata a presidente da República (2010).
O que deu errado: rompeu com Lula, saiu do ministério, entrou no PV (que é um partido dividido entre caciques regionais) e perdeu a eleição. Mesmo fortalecida após a campanha, hoje gasta mais tempo disputando espaço entre os verdes do que desfrutando da popularidade adquirida.
Ricardo Berzoini (PT-SP)
Poder: ministro da Previdência (de 2003 a 2004), ministro do Trabalho (de 2004 a 2005), presidente nacional do PT (de 2007 a 2010), coordenador da campanha de Lula à reeleição em 2006 e deputado federal (eleito em 1998, 2002, 2006 e 2010).
O que deu errado: após a crise do mensalão, foi plantado por Lula na presidência do PT, onde privilegiou seu grupo interno (o "Construindo um Novo Brasil"), gerando antipatia dos outros –em especial o Mensagem ao Partido, do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e dos governadores Tarso Genro (RS) e Jaques Wagner (BA). Na campanha de 2006, foi envolvido no escândalo da suposta compra de dossiê anti-PSDB, o que sempre negou. Em 2010, a equipe de Dilma pediu que se afastasse da campanha.
Ciro Gomes (PSB-CE)
Poder: ministro da Integração Nacional (de 2003 a 2006), deputado federal (de 2007 a 2011) e pré-candidato a presidente da República (2010).
O que deu errado: depois de ser um dos deputados mais faltosos na Câmara, não teve a chance nem de perder sua terceira eleição para presidente. Seu partido, o PSB, preferiu apoiar Dilma Rousseff. A pedido de Lula, que o queria candidato ao governo paulista, mudou seu domicílio eleitoral do Ceará, onde é popular, para São Paulo. Mas Ciro só queria ser presidente. No governo Dilma, quis ser ministro da Saúde, mas a presidente lhe ofereceu a pasta da Integração Nacional. Hoje está sem cargo e mandato.
Aldo Rebelo (PC do B-SP)
Poder: líder do governo na Câmara, ministro das Relações Institucionais (de 2004 a 2005) e presidente da Câmara dos Deputados (de 2005 a 2007).
O que deu errado: um dos principais articuladores políticos da Era Lula, o comunista perdeu apoio de aliados ao assumir posições da oposição na reforma do Código Florestal, da qual é o relator. No governo Lula foi cotado para ser ministro da Defesa, mas no governo Dilma, precisou ameaçar concorrer com Marco Maia (PT-RS) à presidência da Câmara para chamar atenção. Cobiçou a Autoridade Pública Olímpica (APO), mas o cargo ficou com Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central.
Osmar Dias (PDT-PR)
Poder: senador (de 2003 a 2011) e candidato a governador do Paraná (2006 e 2010).
O que deu errado: negociou até o último minuto o time pelo qual disputaria o governo do Paraná: PT ou PSDB. Acabou apoiado por Lula e foi derrotado por Beto Richa (PSDB) no 1º turno. Por ter ficado com os petistas, anulou as chances de seu irmão, Álvaro Dias (PSDB), ser candidato a vice-presidente na chapa de José Serra. Mas o apoio lhe garantiu, no governo Dilma, a vice-presidência de agronegócio do Banco do Brasil –cargo bem inferior ao que pretendia, de ministro da Agricultura.
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)
Poder: ministro da Integração Nacional (de 2007 a 2010) e candidato ao governo da Bahia (2010).
O que deu errado: saiu do Ministério para disputar o governo da Bahia contra Jaques Wagner (PT), um dos principais aliados de Dilma, contrariando a vontade de Lula. Empacado em 3º lugar nas pesquisas, atacou duramente o adversário, afastando-se também da petista. Escancarou seu descontentamento com o PT, apesar de ter assumido uma das vice-presidências da Caixa Econômica Federal. Articula-se com PSDB e DEM para a eleição municipal de 2012, em Salvador, e a estadual de 2014.
Ana Júlia (PT-PA)
Poder: senadora (de 2003 a 2006), candidata a prefeita de Belém (2004), governadora do Pará (de 2006 a 2010) e candidata à reeleição (2010).
O que deu errado: importante articuladora de Lula no Senado, elegeu-se governadora em reduto do PSDB. No entanto, não manteve a popularidade durante o mandato, sobretudo depois que Belém perdeu para Manaus a sede da Copa do Mundo de 2014. No ano em que Dilma chegou à Presidência da República, Ana Júlia foi a única governante petista não reeleita. Hoje, aguarda nomeação para cargo na Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).
Gim Argello (PTB-DF)
Poder: senador (de 2007 até 2015) e relator do Orçamento da União para 2011.
O que deu errado: suplente de Joaquim Roriz (PSC-DF) no Senado, assumiu a vaga após renúncia do titular. Aproximou-se de Dilma, então ministra-chefe da Casa Civil, ganhou a confiança da base lulista no Congresso e tornou-se relator do Orçamento, posto cobiçado pelo poder de distribuir as bilionárias emendas parlamentares (dinheiro do governo federal destinado aos projetos de deputados e senadores). Mas, envolvido em escândalo de suposto desvio do dinheiro, justamente das emendas, no fim de 2010, perdeu o posto. Tem mais quatro anos de mandato, mas hoje sem o destaque que tinha.
Valdemar Costa Neto (PR-SP)
Poder: presidente do PL e articulador da aliança entre Lula e José Alencar em 2002.
O que deu errado: negociou a adesão do empresário e senador José Alencar à candidatura do ex-sindicalista Lula e teve livre acesso ao presidente até estourar o escândalo do mensalão. Por isso, renunciou ao cargo de deputado federal, mas manteve o controle de seu partido. Em 2006, perdeu Alencar para o recém-fundado PRB. No segundo mandato do petista, plantou Alfredo Nascimento no Ministério dos Transportes. Sob Dilma, Nascimento continua no cargo, mas não por interferência de Valdemar.
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