O 5º Feimep (Festival Internacional de Música Erudita de Piracicaba) recebeu 2.700 pessoas de 20 a 26 de julho. Instrumentistas do Brasil e do exterior participaram de concertos no Teatro Municipal Erotídes de Campos e na Empem (Escola de Música Maestro Ernst Mahle). No sábado, 26, para o encerramento com o maestro Jamil Maluf e a Orquestra do Festival foi necessária uma sessão extra. Ao destacarem a consolidação do evento, os organizadores comemoram os resultados.
A programação pedagógica do Feimep teve masterclasses de violino, violoncelo, contrabaixo, piano, viola, interpretação das obras de Bach para cordas e Método Dalcroze. Participaram 234 instrumentistas, de 73 cidades de 19 estados brasileiros, além dos Estados Unidos, Peru e Equador. Os 15 professores vieram dos Estados Unidos, Canadá, Japão, Inglaterra, Suíça, Hungria, Alemanha e Brasil.
Natural de Quito, no Equador, a estudante de viola Mila Gallardo, 23, recebeu recomendações positivas a respeito do festival pela pianista japonesa Jasmin Arakawa, docente há três anos em Piracicaba. Jasmin também ministra aulas na Western Illinois University, em Macomb, Illinois, onde Mila está há dois anos. “O ritmo foi intenso, mas ao mesmo tempo com flexibilidade e integração. Os professores são muito experientes”, diz a instrumentista, que fez a inscrição no último dia e teve aulas com Alexandre Razera e Rudolf Haken, e participou dos ensaios com Jamil Maluf. “Gostei muito e pretendo voltar.”
Durante o encerramento do festival, o diretor artístico e coordenador pedagógico André Micheletti citou a integração de estudantes e corpo docente, e agradeceu ao público dos concertos. “Fazer música é algo muito mais simples do que se aparenta. Toda forma de orgulho e egocentrismo trazida para dentro da música só estraga. O que nós podemos doar para a música erudita é o que temos de mais caro, a simplicidade e a humildade.”
Fundador da Orquestra Experimental de Repertório, Jamil Maluf conduziu três concertos na programação. No domingo, 20, ele regeu a Orquestra Sinfônica de Piracicaba com ocupação máxima no Teatro do Engenho, com 422 lugares. Na apresentação final, com a orquestra de estudantes do festival, a procura foi tão grande que uma sessão extra foi antecipada para às 17h, além do concerto das 20h já previsto. Para os dois últimos casos, o público foi de 620 pessoas.
Antes de apresentar As Quatro Estações de Vivaldi e As Quatro Estações Portenhas de Piazzolla, o maestro elogiou os 50 estudantes da orquestra. “Formamos uma família musical, numa paisagem tão bela como a de Piracicaba. É importante crescer num ambiente em que a música esteja a serviço da comunidade”, declarou Jamil. Ele deixou uma mensagem aos pais dos alunos: “dê um violino a uma criança, e ela nunca terá uma arma em mãos. O violino é uma arma para chegar ao coração das pessoas”.
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